UOL: A entrevista bombástica de Jorge Jesus ao blog do jornalista Renato Maurício Prado, publicada ontem (5) com exclusividade no UOL, causou o efeito contrário do que esperava o técnico português. É o que afirma Leo Burlá, setorista do Flamengo. Segundo ele apurou, em vez de aproximar as partes, a fala do Mister acabou fechando portas para um eventual retorno ao clube onde fez história e virou ídolo.

Na Live do Danilo e do Vitão, transmitida pelo UOL Esporte toda segunda, quarta e sexta às 15h, Burlá disse que a diretoria do Flamengo não estava cogitando trocar de treinador e, no momento, uma possível volta de Jesus ficou ainda mais complicada. O setorista relatou que as palavras do português foram muito mal recebidas internamente no clube.

“Caiu bem mal, evidente que ainda existe uma horda de adoradores de Jesus, seja internamente ou em grande parte da torcida, que ainda tem um fetiche com 2019, o que é muito compreensível, mas caiu muito mal dentro do clube. Foi tido como um gesto deselegante sobretudo, especialmente com o Paulo Sousa. “Ele calculou um efeito e o veneno foi contrário, acabou fechando um pouco mais a porta. Ficou muito complicado imaginar um retorno do Mister, pelo menos nesse primeiro momento”, acrescentou Burlá.

O jornalista ponderou, contudo, que o tamanho de Jesus no Flamengo ainda é imenso e que o episódio, embora abale relações na Gávea, não acaba com o prestígio do treinador no clube e junto aos torcedores.

“O vulto dele é tão gigantesco, é uma coisa tão enorme, e o Flamengo já causa tudo isso pelo tamanho imenso, que uma simples viagem de férias do ex-treinador vira um furdunço. A agenda do Mister todo mundo sabe, é Carnaval, jantar, praia, é uma loucura.”

“Ele sabe jogar muito bem com o sentimento do torcedor, embora dessa vez o tiro tenha saído errado, calculou uma coisa e o resultado não foi aquilo que ele imaginava. Agora pode haver uma rejeição parcial da torcida, porque ele deixou o Paulo Sousa numa situação péssima, gera até uma onda de comoção, mas o fantasma do mister não morre não. O episódio abala mas não acaba a relação com o Flamengo”, completou Burlá.