ESPN: Líder do Brasileirão, o Palmeiras enfrentará o Flamengo, vice-líder, no final de semana. Para muitos, estas são as duas principais equipes do Brasil no momento. Para Turco Mohamed, ex-técnico do Atlético-MG, um dos dois times se sobressai em um quesito.

“O Palmeiras é uma equipe que não se rende. Passou pelo Atlético-MG, injustamente, mas passou, passou. Perdia de 2 a 0 no Mineirão, podia estar perdendo por 4 a 0, não me pergunte como, mas acabou 2 a 2. Não sei. Lembram como passou pelo River Plate há dois anos”, disse à ESPN Argentina. “O que o Palmeiras tem de diferencial para as outras equipes do Brasil é que o Palmeiras joga com outra equipe como o Flamengo, como o Atlético-MG, como o River Plate, ou até como o Boca Juniors, e ele entrega a bola. Ele cede a bola”, completou.

O treinador argentino ainda citou como o time se diferencia de uma partida para outra. “Quando joga com uma equipe mais pequena, tranquilo, faz 7 ou 8 gols. Foi assim na Conmebol Libertadores. Coisa que, o Flamengo ganha por 2 a 0 de uma equipe mais pequena. Eles fazem 7 ou 8 gols. Vão jogar contra o Atlético-MG e cedem a bola os 90 minutos. Contra o River Plate eles também vão ceder a bola. E jogam dessa maneira. O Flamengo não, o Flamengo impõe as condições, manda na partida, e se quiser ficar com a bola, vai ter que brigar”, avaliou.

Contratado no início da temporada para substituir Cuca, Mohamed foi demitido no último dia 22 de julho. Um dos motivos que levou o treinador a ser mandado embora foi a queda na Copa do Brasil contra o Flamengo. E o treinador apontou como a equipe rubro-negra mudou após a chegada de Dorival.

“O Flamengo está jogando em um grande nível, um grande nível. O técnico Dorival Júnior encontrou a forma, é um 4-3-3, mas os três jogam por dentro. Não joga com pontas. Gabigol e Pedro são centroavantes, jogam pelos dois lados, e Arrascaeta joga livre. Mas os três jogam por dentro. Por fora vão os laterais. E os volantes também vão por fora as vezes”, afirmou.

“Agora está defendendo bem. No primeiro semestre, com o treinador português (Paulo Sousa), defendia mal, era uma equipe mais espaçada e dava muito espaço entre as linhas. Com o Atlético-MG, ganhamos do Flamengo em plena transição”, acrescentou. “Hoje é difícil de competir com o Flamengo, porém há três meses, não era. Quando era treinador do Atlético-MG, peguei o Flamengo em plena transição. Primeiro na SuperCopa e depois na Copa do Brasil. Depois que nos venceram, não pararam mais. Encontraram uma equipe, uma forma de jogo que, para mim, é muito melhor que o Palmeiras”, finalizou.