O
Flamengo
trabalha nos bastidores para viabilizar a construção de um estádio próprio na região do Gasômetro, no Rio de Janeiro, contando para isso com a
proximidade do presidente do clube, Rodolfo Landim, com o presidente da República
,
Jair Bolsonaro (PL)
, além de buscar ajuda da própria prefeitura carioca.
No
UOL News Esporte
, Milly Lacombe diz entender que há uma questão comercial, mas se posiciona contra a construção de um novo estádio quando há toda a história do Flamengo com o Maracanã, ressaltando que também era contrária à Neo Química Arena, estádio do
Corinthians
.
“Eu sinceramente não entendo, a nossa cultura, essa cultura econômica que inundou o mundo inteiro diz que a gente precisa ter as coisas, precisa ser meu, preciso chamar de meu, é o alargamento do espaço privado para o encolhimento do espaço público. Eu sou contra. Eu fui contra o Corinthians construir um estádio só para ele. A gente teria que pensar em alargar o espaço público e não encolher ele”, diz Milly.
“Todos os times vão ficar com estádios, endividados até os tampos, porque a dívida é lucro, a dívida é do pobre, para o rico é lucro, cria-se dinheiro a partir da dívida nesse sistema econômico. Então eu acho uma insanidade, é óbvio que vai ser ótimo para o Flamengo um estádio todo do Flamengo, com uma acústica do Flamengo, essa torcida maravilhosa que lota o estádio e leva o time para a frente, claro que tem esse lado, mas acho que a gente tinha que pensar mais comunitariamente e menos individualmente”, completa.
Rodrigo Coutinho aponta um erro do próprio Flamengo e do Fluminense na assinatura do contrato de concessão como um fator que leva o clube rubro-negro a querer sua própria casa, mas ressalta a importância comercial que teria em termos do potencial de arrecadação que teria um estádio com boa localização, capacidade até maior que a do Maracanã e sem divisão das receitas.
“O grande erro foi o contrato que Flamengo e Fluminense firmaram com o Maracanã. Se eles queriam que o
Vasco
só jogasse ali quando eles liberassem, deveriam ter colocado a cláusula no contrato. Não colocaram, não está no contrato de concessão do consórcio Maracanã com Flamengo e Fluminense, o Vasco alugou o estádio e se criou toda essa celeuma”, diz Coutinho.
“O Flamengo tem a possibilidade de arrecadar ainda mais, de melhorar sua receita porque não vai ter que dividir o lucro que geralmente gera ao Maracanã com o consórcio. Tem essa questão, com um estádio como o Maracanã, com a história do Flamengo com o Maracanã realmente soa um pouco estranho isso, principalmente construir próximo a esse mítico estádio, mas tem a outra parte, a parte comercial também de um clube que precisa pagar contas, que precisa manter a sua hegemonia de acordo com a cabeça dos dirigentes”, conclui.
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