Notícias

Liga de Clubes do Brasil vive racha que isola Flamengo e times paulistas de negociações e vê lançamento mais distante


Cada vez mais próxima de completar seu primeiro ano de vida, a novela de criação da Liga de Clubes parece ainda longe de um final feliz

10 meses depois de anunciarem uma “ruptura” com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para a criação de uma liga independente que representasse as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, os clubes estão rachados, a ponto de os times do Estado de São Paulo e o


Flamengo


ficarem isolados, e a proposta de lançamento da liga parece um sonho distante.

Atualmente, não existe unanimidade entre os dirigentes que permita, pelo menos, o registro da nova associação, mesmo que ela ainda não tenha qualquer acordo comercial ou competição para serem gerenciados.

Um novo ingrediente dessa briga veio à tona nesta última semana, quando pelo menos 12 dos 20 clubes que disputarão a Série A em 2022 decidiram se unir para assinar um novo acordo comercial válido para esta edição do campeonato.

Foi o movimento que mais evidenciou o distanciamento que existe hoje entre os dirigentes e que começou a ficar claro em fevereiro, quando


foi anunciada a criação do movimento “Forte Futebol”


, grupo que reunia 10 equipes: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.

Na última quarta-feira (30), nove times do movimento, além de


Atlético-MG


e


Fluminense


,


comunicaram para a agência

Sport Promotion

que não manterão com ela o contrato para exploração da venda de publicidade estática (as placas de publicidade ao redor do gramado) do Brasileirão


, que começa na próxima semana.

Os clubes se uniram ao


Athletico-PR


, único dos 20 times da Série A que não tem contrato com a agência, e decidiram aceitar a proposta da

Brax

, uma agência nova no mercado e que oferece duas condições para fechar um acordo válido por três anos: o dobro do valor pago atualmente pela

Sport Promotion

e a garantia de que todos os clubes terão sempre a mesma divisão de receita, sem privilégio a qualquer equipe.

De acordo com mais de um dirigente ouvido pela reportagem, mas que pediu anonimato para passar as informações, a isonomia na divisão de receitas foi o fator que mais pesou para a migração de agência. E é isso o que mais tem feito novos clubes aderirem ao “Forte Futebol”, mesmo que ainda de forma não-oficial.

Anunciado em fevereiro, o movimento já conseguiu trazer para mais perto dele Atlético e Fluminense, e isolou cada vez mais os cinco clubes paulistas (


Corinthians


,


Palmeiras


,


Red Bull Bragantino


,


Santos


e


São Paulo


) e o Flamengo, que são favoráveis à criação da liga sem ter uma equidade na divisão de receitas.

O curioso, porém, é que a discussão sobre a divisão da verba se refere à entrada de um investidor na liga antes mesmo de ela ter um ativo para ser negociado. Até agora, três grupos diferentes se apresentaram como potenciais “sócios” para a nova competição. Todos eles, porém, não conseguiram fechar com todos os clubes.

Essa negociação tem se arrastado desde pelo menos julho de 2021, um mês após os clubes anunciarem que criariam a liga, mesmo se fosse à revelia da CBF. Desde então, o grupo

CSK

(

Codajas Sports Kapital

) tem conversado com os dirigentes, inicialmente com exclusividade por ter uma carta de intenções de investimento, e posteriormente com concorrentes, já que não conseguiu garantir que o aporte seria feito.

Hoje, além do

CSK

, uma

joint-venture

formada pelas agências

1190 Sports

e

LiveMode

e outro grupo liderado pelo fundo de investimentos

XP

conversam com os dirigentes para tentar levar um investidor para a liga. Agora, porém, a questão é saber como as pontas conseguirão ser amarradas dentro dos próprios clubes.

Se, em fevereiro, 10 clubes tinham anunciado uma união em torno dos mesmos princípios, agora a tendência é de que o grupo tenha, pelo menos, 13 times, com a adesão cada vez mais próxima do Inter ao “Forte Futebol”.

O


Botafogo


, que começa a transição para a entrada de John Textor, é quem ainda tem um futuro indefinido, mas a crença entre os dirigentes é de que o investidor americano queira um modelo de divisão de receitas próximo ao que é implementado na



Premier League

(ele também é dono do


Crystal Palace


) e das grandes ligas esportivas americanas. Neles, não há distinção da divisão de receitas pelo “tamanho” dos clubes.

Cada vez mais próxima de completar seu primeiro ano de vida, a novela de criação da Liga de Clubes parece ainda longe de um final feliz. E o racha entre os clubes aparentemente é um caminho sem volta.

Link Original

E pra você que curte o mundo esportivo -- entre agora mesmo em Palpites GE e tenha sempre em mãos as melhores dicas de investimento no futebol brasileiro e internacional.