Flamengo vive jornadas tão felizes que, mesmo quando não joga bem, no Morumbi lotado, no jogo de ida de Copa do Brasil, cria e finaliza muito menos que o seu rival, e ainda assim vence com um resultado espetacular – e quase que irreversível pelo que tem jogado.

Timaço que fez no primeiro contragolpe um gol de categoria com João Gomes, de cabeça, no belo lançamento-passe de Everton Ribeiro. Nas poucas vezes em que o cabeludo armador e Arrascaeta conseguiram se desvencilhar de Pablo Maia e Rodrigo Nestor. Dois que foram bem em uma ótima partida do São Paulo. Das melhores em meses. De escolhas felizes de Rogério Ceni, inclusive ao apostar em Patrick e não no artilheiro Luciano. O São Paulo fez uma de suas melhores exibições na temporada. Mas não conseguiu vencer um adversário que é melhor do que ele e esteja melhor e mais desequilibrante que qualquer outro time ou elenco do Brasil e na América do Sul.

E, ainda assim, como no final da temporada passada, pode não levar título algum.  Coisas do futebol. Esse esporte que tão bem joga e/ou ganha o time de Dorival.

Teve bola no travessão rubro-negro, teve mais ótimas defesas de Santos que simplifica jogadas. Como fica muito mais simples pra qualquer treinador escalar as tantas opções de qualidade e quantidade que tem o Flamengo.

Muito do que tem acontecido com o time tem as digitais de Dorival Júnior. Ele soube administrar os enormes egos dentro e fora da Gávea. Soube ajustar os melhores jogadores possíveis. Recuperou Pedro, deu moral a Gabi, total liberdade para Arrascaeta e Everton Ribeiro, deu confiança a Tiago Maia e João Gomes, e resgatou até o futebol que Rodinei nunca havia apresentado… Os resultados são excelentes, até quando o time não joga tudo o que pode e o que sabe.

O Flamengo não conseguia mais articular no segundo tempo. O São Paulo criava oportunidades. Rogério até demorou pra colocar Luciano, aos 19. Mas não deu nem dois minutos, Arrascaeta retomou uma bola, mais uma vez se desvencilhou da marcação com a inteligência absurda que tem, foi a direita e cruzou para Jandrei sair como Jandrei, a bola sobrar para Everton bater cruzado, o goleiro se redimir com ótima defesas, e, no rebote, Gabi finalizar como Gabigol e ampliar.

O São Paulo não esmoreu. Diminuiu com Nestor aos 33, e estava em cima do Flamengo quando em nova escapada, no final, Cebolinha acertou um tiro de longe e praticamente finalizou as chances paulistas de buscar o primeiro título do torneio que tem um grande favorito. Até quando não joga tudo.

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