Gabigol protesta contra o racismo ao comemorar gol do Flamengo — Foto: Paula Reis/Flamengo
Gabi é há algum tempo o nome que mais chama atenção no Flamengo. Antes mais por gols, idolatria conquistada e algumas polêmicas. Hoje também pelo papel de líder e como voz ativa contra o racismo. Ele, aliás, quer ir além e jogar luz sobre os que sofrem o “racismo invisível”. Ou seja, gritar por anônimos que não têm o mesmo alcance para se defender.
Antes mesmo de denunciar caso de racismo no Fla-Flu do último domingo, no qual escutou ter sido chamado de “macaco”, Gabigol já havia levantado bandeiras importantes. A mais recente foi pedindo, com os punhos cerrados, “justiça por Moise Mugenyi Kabagambe”, congolês assassinado na Barra da Tijuca no fim do mês passado.
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Esse não é o Rio que aprendi a amar e que me recebeu de braços abertos!!! Queremos justiça, não podemos normalizar crimes como esse!! Que seja feita justiça a Moïse Mugenyi e toda sua família!! Estamos juntos de vocês!!! ?????? #JusticaPorMoiseMugenyi pic.twitter.com/nAiVTwepaE
— Gabi (@gabigol) February 1, 2022
Nesta semana, o pós-clássico foi repleto de manifestações de Gabigol. Muitas via redes sociais, onde, na maioria das quais, usou a letra “Negro Drama”, dos Racionais MC’s. Ele, aliás, sugere à equipe que cuida de sua imagem ações e postagens constantemente.
Numa das mais marcantes, “pintou” de preto a proteção que costuma usar na mão direita durante as partidas.
Mas Gabigol não protestou contra o racismo apenas na internet. Ao abrir o placar da vitória do Flamengo por 2 a 1 sobre o Audax, cerrou o punho direito e o ergueu. Um dia depois, em entrevista à tv oficial do clube, relembrou o que sofreu no Fla-Flu e destacou a importância de reverberar o grito de muitos outros negros.
– No momento, eu ouvi quando estava descendo para o vestiário, mas estava tão focado no jogo que acaba passando muito rápido, e eu sabia que depois teria alguma imagem para que eu pudesse provar. A gente não conseguiu achar quem foi, mas é uma cena muito triste porque meus pais e meus amigos estavam lá.
– É algo que não é viável e que não tem tamanho para quem passa por isso. Fiz isso e faço porque posso representar muitas pessoas que sofrem, e a gente não vê. Ter um exemplo e uma voz ativa é muito importante. Espero que as devidas medidas sejam tomadas. Vi que o Flamengo está se posicionando, o Fluminense tem ajudado, muito legal também receber a mensagem do Vasco. Não é só futebol, é algo que todos devemos entender que não deve existir isso. E fiquei muito feliz pelo gol de ontem e por comemorar dessa forma.
Gabi hoje em dia não faz mais questão de ter o gol anexado ao apelido embora continue marcando muitos dentro de campo – são 106 em 150 jogos de rubro-negro. Nessa semana, porém, merece mais do que nunca o nome que o eternizou. Fez gols incontáveis fora de campo por pretos, brancos ou de qualquer cor. Até porque fica o que ele disse após a vitória sobre o Audax.
– Gol especial, golaço. Dia especial para mim onde pude fazer a comemoração para mostrar que todos somos iguais.
Golaço! Entre o sucesso que faz há anos no Brasil, Gabigol promete muito mais luta para ajudar semelhantes seus que o Brasil não enxerga da mesma forma.
Gabigol, visa, jogar, luz
51 visitas – Fonte: globoesporte
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