Os flamenguistas terão de se acostumar com duas equipes distintas integrando um único grupo até o fim da temporada. Pelo menos, é o que indicou o técnico Dorival Júnior na coletiva de imprensa após o
empate em 1 a 1 com o Palmeiras na tarde de ontem (21)
, pelo Brasileirão.
Há 60 dias não tínhamos uma equipe confiável, hoje temos duas que se apresentam em qualquer situação, repetindo atuações com características próprias de cada uma”.
O técnico não chegou a usar o termo “time de quarta” e “time de domingo” diretamente, mas fez referências a isso enquanto discutia o 1 a 1 no Allianz Paques. Disputando Brasileirão, Copa do Brasil e
Libertadores
. “Quando é colocada a questão da titularidade de um ou de outro, para mim não existe isso. Tanto joga um quanto outro e eles não se importam em jogar no domingo ou na quarta. Está todo mundo engajado em um projeto”.
O motivo para rotacionar o elenco, principalmente Gabigol, Pedro, Arrascaeta e Everton Ribeiro, pode ter a ver com a distância entre o Flamengo e o título nas três competições. Enquanto o “time de quarta”, aquele usado nas Copas, está a apenas dois confrontos de vencer Copa do Brasil e Libertadores, o “do domingo”, no Brasileirão, precisa tirar nove pontos do líder Palmeiras —restam 15 rodadas no torneio.
Estamos buscando o melhor pelo Flamengo. Os jogos tem mostrado coisas boas, positivas, mas mesmo assim estamos intensificando o trabalho para que melhoremos esse processo de evolução das duas equipes. Vocês vêem que a cada rodada estamos variando de uma equipe para outra. Não temos mais lesões, tivemos duas equipes muito bem preparadas e equilibradas em campo”.
Desde que foi anunciado pelo Flamengo, no dia 10 de junho, Dorival não usou Gabigol como titular apenas em cinco dos 20 jogos disputados. Todas pela Série A do Brasileirão. Antes disso, o atacante só não esteve entre os titulares em duas oportunidades: contra o Boavista-RJ, pelo Cariocão, e na 3ª rodada do Brasileirão, contra o Athletico-PR.
Além disso, ele foi o primeiro técnico a conseguir usar Gabigol ao lado de Pedro, uma demanda antiga de torcedores e da imprensa. Com Dorival, foram 14 jogos, 12 gols e cinco assistências, melhor momento do centroavante com a camisa do Flamengo.
Ao mesmo tempo, a consolidação do time B também serve para criar competividade entre jogadores que estavam sendo sub-aproveitados. Principalmente Marinho e Everton Cebolinha fazem parte desse grupo: os dois ainda estão devendo com a camisa Rubro-negra e uma sequência de jogos, semana após semana, pode ajudar. O mesmo vale para o chileno Arturo Vidal, que ainda se adapta ao futebol brasileiro.
Quem já se beneficiou com isso foi outro reforço: Ayrton Lucas. Autor do cruzamento que valeu o gol contra o Palmeiras (de Victor Hugo), ele foi elogiado por Dorival —e já conquistou uma vaga de co-titular ao lado de Filipe Luís. “É nítida [a evolução]. O Ayrton é um jogador importante para gente, os dois [ele e Filipe Luís] são titulares. Momentaneamente, não tenho um ou outro. A prova disso é que, hoje [domingo], montamos uma equipe que deu uma resposta aqui dentro, jogando de igual para igual, buscando criando”.
Ontem, não estiveram presentes Diego Alves, que ainda recupera a forma física após sofrer uma pubalgia; Bruno Henrique e Rodrigo Caio que tratam de problemas no joelho e estão no Departamento Médico e Hugo está suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
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