Se a principal carência do elenco rubro-negro nas últimas duas temporadas foi a defesa, a diretoria do clube agiu para resolver a questão. Depois da certeira chegada de Fabricio Bruno, Pablo é mais uma opção de valor para Paulo Sousa montar a equipe. Em qual função e lado ele se encaixa melhor? Quem deve perder ainda mais espaço?

Campeão brasileiro e paulista pelo Corinthians em 2017, da Taça Russa em 2021 pelo Lokomotiv Moscou, e Cearense em 2011 pelo Vozão, Pablo traz experiência ao setor defensivo do Flamengo e eleva o nível de segurança na proteção da área, algo que era carente e já havia melhorado com Fabricio Bruno.

Se apostou mais em defensores com qualidade na saída de bola como característica principal num passado recente, o foco rubro-negro mudou. Os muitos gols levados com erros defensivos primários de jogadores como Gustavo Henrique e Léo Pereira, ligaram o alerta para ter atletas mais confiáveis em fase defensiva.

Pablo veste pela primeira vez a camisa do Flamengo

Imagem: Marcelo Cortes/Flamengo

Gustavo, inclusive, deve ser o jogador mais ”prejudicado” com a chegada de Pablo. É natural que o mais novo reforço do clube brigue por espaço com Fabricio Bruno neste primeiro momento. Rodrigo Caio segue com problemas físicos e sem previsão certa de retorno. Foi assim em 2020 e 2021, uma rotina difícil de lidar.

Como Léo Pereira faz muitas vezes o mesmo ”papel” de Filipe Luís na atual organização tática de Paulo Sousa, a chegada de Pablo não traz grandes transformações em seu status no elenco. O fato de ser canhoto possibilita a escalação dele como um dos integrantes da ”saída de três” quando o time tem a bola. E por ser um zagueiro leve, fecha a última linha como um lateral pela esquerda em fase defensiva.

No momento defensivo, Filipe Luis fecha a última linha normalmente, como um lateral pela esquerda

Imagem: Rodrigo Coutinho

Na saída de três, Filipe é o elemento à esquerda do trio

Imagem: Rodrigo Coutinho

Léo Pereira defendendo como um lateral-esquerdo quando substitui Filipe Luís

Imagem: Rodrigo Coutinho

Léo Pereira fazendo a saída de três mais a esquerda, como Filipe Luís faz

Imagem: Rodrigo Coutinho

Mesmo destro, Pablo jogou a maior parte da carreira pela esquerda da zaga, mas em nenhuma das equipes que atuou, a ênfase da participação dos defensores com a bola no campo de ataque era tão grande quanto no Flamengo. Pode ser o reserva imediato de David Luiz e Rodrigo Caio caso o último se coloque novamente forma, ou até mesmo se impor e virar titular pela direita.

Pablo em seu último jogo pelo Lokomotiv, atuando pelo lado direito da defesa, em uma linha de quatro

Imagem: Rodrigo Coutinho

Passes arrojados e conduções de bola com frequência não são características tão fortes no jogo de Pablo. Não que comprometa necessariamente neste aspecto, mas o Flamengo pode ter certeza de alguém mais confiável nas bolas paradas defensivas, nos embates físicos com os atacantes rivais e no posicionamento na última linha.

Se distribuirmos os zagueiros e laterais do Flamengo nos setores em que devem ou são escalados por Paulo Sousa, em fase ofensiva, o organograma do elenco fica desta forma

Imagem: Rodrigo Coutinho

Se distribuirmos os zagueiros e laterais do Flamengo nos setores em que devem ou são escalados por Paulo Sousa, em fase ofensiva, o organograma do elenco fica desta forma

Imagem: Rodrigo Coutinho

O diagnóstico do departamento de scout e da comissão técnica parece ter sido a necessidade de equilibrar as coisas. Um time que fica a maior parte do tempo com a bola no pé, também precisa de zagueiros mais confiáveis para defender contra-ataques e em períodos de pressão adversária.

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