Por Cristiano Oliveira

Everton Cebolinha entrega mais técnica que Bruno Henrique, mas não dá pra saber se será tão decisivo, até porque ele está entre os mais decisivos da América, senão o mais. É que apesar de serem caras “de lado”, os atletas têm características diferentes.

E isso vai influenciar diretamente no jogo da equipe. A rotação no ataque será modificada. O time vai funcionar diferente. Por exemplo: Cebolinha pode não fazer as vezes de centroavante quando Gabigol sai da área, mas pode claramente enfiar uma bola para a finalização dele.

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Já Bruno é esse cara que “joga do lado” e que faz às vezes o ponta de lança quando Gabriel saía da área, sendo também um ótimo cabeceador. Porém não seria aquele que enfiaria uma bola entrelinhas.

Existe uma possibilidade grande de dar certo tanto pela qualidade do time quanto pela qualidade de Everton. É preciso acrescentar que ele vai entregar no último terço mais do que apenas a velocidade com a bola.

Vai também acrescentar sem a bola se movimentando – não só na vertical, mas também horizontalmente – deixando espaços que serão ocupados pelos companheiros. Pode, além de ser um atacante, o cara que vai recuar uma linha e ser um passador, deixando outros na cara do gol.

Já Bruno Henrique é necessariamente o veloz e letal finalizador – um dos melhores com a bola no ponto futuro, mas nunca o passador. Ou seja: o Flamengo ganha com Everton também na linha de meio, já que em matéria de recomposição, Cebolinha se mostra superior.

O 1×1 vai continuar sendo forte. Sendo que Everton é mais cerebral, tendo mais possibilidade de contribuir em mais funções no 2º e no último terço. Pode inclusive fazer com que os meias finalizem e sejam mais goleadores. Além de claro, potencializar Gabigol que se move muito.

Porém, Bruno pode fazer mais funções (no último terço): entrega o “lado” e até a ponta de lança, mas produz pouco afastado da área. Contudo, próximo da área e com poucos toques na bola, menos de dois ou três, é letal. Além de ter mais entrosamento e dinâmica com Gabi.

No entanto, Everton Cebolinha pode facilitar com que Gabi seja um atacante mais presente na área, já que ele terá alguém com quem possa dividir com a criação na linha de meio. Não será absurdo ver Everton retornando e ajudando numa criação para passar ou receber em ponto futuro.

Resumo: BH e Cebolinha são muito bons, mas caracteristicamente diferentes. Dois homens “de lado” com valências diferentes. Ponta não é tudo igual, alguns são muito diferentes. E o Flamengo conseguiu ter dois unicórnios na mesma posição.

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