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Análise Tática Flamengo x Atlético-MG: Momento de pressão e necessidade de mudança no meio


(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

Flamengo e Atlético-MG se enfrentam neste sábado (30/10), às 19h, no Maracanã, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido está pressionado. A equipe não venceu os últimos quatro jogos e vem de duas derrotas, a última por 3 a 0 em casa para o Athletico, que culminou na eliminação da Copa do Brasil. Além dos resultados, o desempenho também caiu bastante no período. A partida ainda tem teor de decisão, pois o rubro-negro precisa da vitória para se manter vivo na disputa do título. Para completar, Renato terá desfalques importantes novamente e, por isso, precisa pensar bem no time.

Lesionados, David Luiz, Filipe Luís, Diego, Pedro e Arrascaeta não atuam. O uruguaio, inclusive, não jogou as últimas sete partidas, o que resultou em um grande problema no meio de campo. No lugar dele, Renato Gaúcho optou por botar em todos os confrontos mais um volante no time, adiantando Andreas Pereira. Na maioria das vezes, Thiago Maia fez a função. Contra o Athletico, Diego quem começou, mas o camisa 10 está fora, então há a possibilidade de Maia retornar ao time neste sábado. O problema é que essa estratégia não está dando certo, o que fica claro a cada atuação. Há uma necessidade clara de mudança.

O grande problema dessa opção de Renato é que, para substituir Arrascaeta, ele muda mais uma posição do time titular. Andreas Pereira vinha sendo um dos destaques do Flamengo atuando de 2º volante. Nessa função, ele recua no meio para fazer a transição da defesa para o ataque, podendo ler a partida de frente, distribuindo o jogo, dando dinâmica ao time e aparecendo como elemento surpresa na frente. Já de meia-armador, o belga-brasileiro fica muito adiantado, próximo da área, dominando de costas para o gol, o que tira as melhores virtudes dele. Com Andreas mal, o Mais Querido naturalmente cai de rendimento.

Para piorar, Thiago Maia e Diego não conseguiram render bem de 2º volante. O camisa 10 está com 36 anos e, muito pela idade, não consegue dar a mesma dinâmica na transição ofensiva e defensiva. Já Maia, que tem chances altas de começar a partida, é um 1º volante de origem, com mais virtudes defensivas, só que menos velocidade, o que deixa o time mais pesado. Além disso, ele tem como característica o passe de primeira, o que é ótimo para quem joga como 1º homem do meio, mas, em contrapartida, apresenta mais dificuldades de fazer a condução da bola da defesa para o ataque. Ou seja, com o jogador o Flamengo até ganha na defesa, porém perde bastante na frente. Então, para substituir Arrascaeta, Renato acaba prejudicando duas funções.

Está claro que o treinador precisa repensar a estratégia. Opções não faltam. Caso, de fato, bote Thiago Maia novamente como titular, o ideal seria, então, mudar a formação para o 4-3-3, ao invés do 4-2-3-1. Assim, Andreas Pereira atuaria como um terceiro volante, podendo recuar para fazer a transição ofensiva e tendo liberdade para se movimentar, revezando com Thiago Maia. Maia, por sua vez, pode dar solidez defensiva no meio, cobrindo o setor que Andreas não estiver e aparecendo pelos lados para tabelar. Dessa forma, o jogador não ficaria com o “peso” da criação e poderia render melhor. O Flamengo chegou atuar assim apenas uma vez, contra o Juventude, justamente na última vitória e na melhor atuação desde a ausência de Arrascaeta.

Caso Renato Gaúcho queira muito manter o time no 4-2-3-1, o ideal seria mudar os jogadores. Assim, poderia tirar Thiago Maia, recuar Andreas para a função de 2º volante – que é como se sai melhor – e colocar Vitinho de meia-armador. O camisa 11 já atuou assim algumas vezes na temporada e teve bom rendimento, sendo, inclusive, o líder de assistências do time, empatado com Arrascaeta. Outra ideia, mas que mudaria outra posição, seria centralizar Everton Ribeiro e colocar um ponta na ala-direita. Michael, Kenedy e o próprio Vitinho poderiam fazer isso.

Há uma questão apenas. Michael vive grande fase, mas atuando na direita poderia ter um “conflito” com Isla. Isso porque, o chileno – assim como Matheuzinho – tem como característica avançar pelo corredor para receber as enfiadas de bola. Esse espaço costuma aparecer, porque Everton Ribeiro, canhoto, tem a tendência de cortar para o meio, puxando a marcação. Kenedy, também canhoto, e Vitinho, ambidestro, também costumam ir por dentro, deixando esse buraco que o lateral explora. Já Michael iria acabar buscando muito o fundo, “batendo cabeça” com Isla.

Entretanto, há uma forma melhor de Michael entrar no time, tirando Thiago Maia. Para isso, a formação precisa mudar para o 4-4-2 (ou 4-2-2-2). Dessa forma, Arão e Andreas seriam os dois volantes, Everton Ribeiro atuaria aberto na direita, Michael na esquerda e Bruno Henrique faria dupla de ataque com Gabigol, algo que estão mais do que acostumados. Renato Gaúcho fez isso no intervalo do jogo contra o Athletico e o time melhorou de nível. Pode ser uma ótima opção, tendo em vista que Micha está em ótimo momento, sendo o jogador que mais busca formas diferentes de passar pela defesa adversária.

Só tem uma questão em relação a essa formação. Sem Filipe Luís e com Renê em péssima fase, a tendência é que Ramon seja o titular. O jovem lateral tem muita qualidade ofensiva e costuma ir ao fundo para fazer o cruzamento. Renato, inclusive, colocou-o contra o Athletico na segunda etapa, posicionando o jogador como um verdadeiro ponta. O problema é que, assim, ele acabou empurrando Michael mais para o meio, o que fez com que Micha “sumisse” da partida. Então, contra o Atlético-MG, Ramon precisa atuar um pouco mais recuado, subindo só “na boa” – o que já seria mais natural, devido às qualidades ofensivas do adversário.

O Galo, inclusive, tem um time muito forte e vive momento completamente oposto ao Flamengo. Enquanto o Mais Querido está em crise e com vários jogadores lesionados, o Galo é o líder do Brasileirão e conseguiu grande classificação para a decisão da Copa do Brasil, amassando o Fortaleza. Além disso, a equipe não tem desfalques para o duelo contra o rubro-negro. Cuca, então, deve escalar no 4-2-3-1 clássico. A tendência é que atue de forma mais recuada, sempre buscando a velocidade no contra-ataque para matar o jogo, pois sabe que o Mais Querido está com dificuldades de furar defesas fechadas e está com problemas defensivos na recomposição.

Além disso, o Atlético-MG é um time que sabe jogar com a bola, mas fica bem confortável na defesa, justamente buscando o contra-ataque. A equipe tem muita velocidade, explorando os laterais ofensivos, Mariano e principalmente Arana, além de Keno e, claro, Hulk. O atacante joga de centroavante, justamente explorando a força e explosão para receber as enfiadas de bola de Nacho, Zaracho, Jair e dos laterais. Allan, por sua vez, costuma ser o principal marcador, que sai jogando com qualidade. Já no banco, Cuca tem ótimas opções, como Savarino, Sasha e, claro, Diego Costa.

O Mais Querido, então, precisa ficar muito atento ao adversário. Tem que jogar com a intensidade ao máximo e não pode dar moles defensivos, pois o Atlético-MG tem muita qualidade e não costuma desperdiçar. Tem que tentar matar rápido os contra-ataques do Galo e marcar pressão assim que perder a bola. Vale destacar, o Flamengo possui um time muito forte e, mesmo com os desfalques, Renato tem ótimas opções técnicas e táticas para colocar. O rubro-negro precisa também mostrar mais repertório ofensivo, não buscando apenas jogadas de lado de campo, mas também tabelas pelo meio e finalizações de longa distância. Caso faça isso, atue 100% focado, troque passes rápidos e jogue intenso, o rubro-negro tem todas as condições para sair com a vitória.

Link do Artigo do DiariodoFla.com.br

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