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Vitor Pereira fica refém de falhas da gestão do Flamengo


Vitor Pereira em treino do Flamengo – Foto: Divulgação

O GLOBO: Por Diogo Dantas

Quando se discute os critérios da diretoria do Flamengo na troca de treinadores – são seis desde 2019, primeiro ano da gestão Rodolfo Landim/Marcos Braz -, as respostas dos dirigentes costumam ser rasas, indicando que havia necessidade de mudanças, mas sem explicitar os motivos reais. Na prática, Vítor Pereira foi colocado como solução para a saída de Dorival Jr, mas o clube também não deu ao novo comandante os subsídios que precisava para implementar as suas ideias. Situação que o português se deparou no Corinthians, do qual escolheu sair e trocar São Paulo pelo Rio de Janeiro. A diferença é que agora a escassez de dinheiro não pode servir como desculpa.

Nada é coincidência. Ao escolher um técnico por nome, nacionalidade, ou por indicação de pessoas influentes no futebol, a diretoria do Flamengo acaba priorizando um jogo de tentativa e erro. Não que o trabalho ou as qualidades de Vítor Pereira sejam ruins, como não eram necessariamente as de Paulo Sousa. Mas as características na busca por uma equipe competitiva nesses casos não combinam com o que há de material humano em mãos. E o que se tem visto no Flamengo nos últimos anos é um dos dois caminhos. Ou o treinador se adequa às peças e tenta ganhar através do talento dos jogadores, ou força uma mudança de filosofia, de esquema tático, e sofre com a falta de opções no elenco para colocar as ideias em prática.

Um dos motivos de Vítor Pereira aceitar vir para o Flamengo foi ter mais recursos para investir em peças do seu agrado, o que o Corinthians não lhe ofereceu. Entretanto, até agora a diretoria só trouxe Gerson para o meio-campo, e vendeu João Gomes. Todas as demais soluções são atletas que já estavam no clube. Sem contar o peso de um início de temporada atropelado por competições decisivas, além de não ter as alternativas que deseja para fazer uma equipe mais equilibrada sob suas ideias, Vítor Pereira também não consegue usufruir do melhor de cada jogador, individualmente. As exceções até agora são os atacantes Pedro e Gabigol.

Na espera por reforços
A diretoria do Flamengo está no mercado e pretende reforçar o time com calma, sem pressão, até o fim da janela de transferências em abril. Nesse momento o clube já terá disputado as decisões de início de ano e se voltará para os torneios mais longos, como Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Com cobertor curto, Vítor Pereira espera essa entressafra para ter nessa e na janela de meio do ano jogadores que se adéquem ao seu estilo de jogo, sobretudo pontas, laterais e meio-campistas.

O Flamengo terá até lá o retorno de Bruno Henrique, e enquanto isso Éverton Cebolinha é quem tem tido oportunidades dentro de um esquema que ainda não se encontrou, já que Marinho não consegue se estabelecer pelo lado direito. Vale lembrar que Cebolinha foi o investimento milionário do meio do ano passado, custou quase R$ 85 milhões, e não disse a que veio.

Em suma, uma mistura de rendimento e planejamento influencia no resultado. E esse é, no fim das contas, o único parâmetro que conta para a ciranda de treinadores do Flamengo continuar. Ou Vítor Pereira reverte esse quadro com o que tem nas mãos, ou provavelmente vai virar estatística. Na próxima terça-feira, o Flamengo encara o Independiente Del Valle no Maracanã, no jogo de volta da Recopa, após perder por 1 a 0 no Equador.

Link do Artigo do FlaResenha

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