LANCE: Não é segredo que o relacionamento do técnico Vítor Pereira com o elenco do Corinthians não era dos melhores. No entanto, com a saída do treinador português e a chegada de Fernando Lázaro, o ambiente no clube mudou completamente, segundo Fagner.

O lateral-direito comparou o trabalho dos dois profissionais e não poupou críticas à forma como Vítor Pereira lidava com o elenco alvinegro no dia a dia.

– Eu acho tudo (diferente). Sinceramente, tudo. É o dia a dia. As instruções. A maneira de lidar, olho no olho. Foi muito difícil. Não só comigo, acho que com todo mundo. Desde que eu cheguei ao Corinthians, a gente sempre teve um ambiente muito bom. E no ano passado… A gente conseguiu ainda chegar em finais, poderia até ter ido melhor no Campeonato Brasileiro. Mas são coisas que as vezes fogem né, você tem que obedecer – afirmou Fagner ao programa Bola da Vez, da ESPN.

O camisa 23 relembrou quando VP optou por trocar o Corinthians pelo Flamengo para criticar o caráter do português. No final da última temporada, a diretoria corintiana tentou renovar o vínculo com o Vítor Pereira, mas ele alegou problemas familiares e deixou o Timão, posteriormente aceitando o convite do Flamengo.

– Não é que faltava diálogo. São coisas que não condiziam com aquilo que ele pedia. Um exemplo: que ele fez mesmo na troca de um clube para outro. Isso aí já mostra um pouco do que você pode esperar daquela pessoa. Eu não posso te falar uma coisa aqui e chegar ali nas suas costas e falar outra – ponderou.

MOMENTO DE RUPTURA
Um divisor de águas na última temporada do Corinthians foi depois da derrota por 2 a 0 para o Atlético-GO, na partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Na coletiva após a derrota, Vítor Pereira não mediu palavras e criticou o elenco pela “falta de fome”, afirmando que os jogadores entraram em campo “de barriga cheia” após o clube vencer o Atlético-MG pelo Brasileirão.

Fagner admitiu que esse entrevero pode ter dificultado a relação dos jogadores com VP, e cobrou maior coerência nas ações do português.

– E assim… A partir do momento que você vai para a entrevista e expõe que seu time está saciado, acho que você quer dizer que seu time não tem apetite pela vitória. Não tem fome de vitória. Como assim? Minha vida se resume a vencer. Saio de casa todo dia para treinar, para tentar evoluir, porque quero vencer. Minha vida inteira foi essa competição, assim como a de todos os meus companheiros lá. A gente se cobra. A gente se olha e fala “vamos, vamos, vamos” – iniciou.

– Então, a partir do momento que você expõe, “ah, porque os atletas que voltaram de lesão…”. Ué, mas calma aí. No jogo passado tinha atletas que voltaram de lesão também que jogaram. Ganhou. Por que você não falou a mesma coisa? Então eu acho que essa linha de “ganhou está tudo bom, perdeu eu vou expor um ou dois”… Acho que tem que ter um consenso. Ou eu vou expor mesmo, na vitória ou na derrota, ou não. Lá dentro eu resolvo meus problemas e aqui fora eu falo o politicamente correto – concluiu o lateral-direito.