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“Trabalho de Felipão é surpreendente”, diz presidente do Athletico


Ficou surpreso ao ver Felipão levar o Furacão à final da

Libertadores

eliminando o Palmeiras no Allianz Parque? Saiba que o presidente do Athletico-PR já se sentia surpreendido pelo trabalho de Luiz Felipe Scolari antes mesmo da épica classificação com o empate em dois gols na noite desta terça (6).

Antes da partida pelas semifinais do torneio continental, a coluna entrevistou Mario Celso Petraglia, presidente do Furacão, em evento da Liga Forte

Futebol

(LFF). Ele falou sobre o trabalho de Felipão no comando do time paranaense e respondeu a respeito do futuro do técnico no clube.

As tratativas para a criação de uma Liga Nacional de futebol também entraram no papo. Atualmente, os clubes estão divididos em dois grupos com propostas diferentes. Na LFF, além do Athletico estão mais 24 agremiações. Entre elas estão

Atlético-MG

, América-MG, Fortaleza, Fluminense e Internacional, que também tinham seus presidentes presentes no encontro em São Paulo.

Por sua vez, a Libra conta com 14 times.

Corinthians

, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo e

Red Bull Bragantino

fazem parte da lista. As principais divergências entre as duas entidades estão na divisão do dinheiro da venda da transmissão dos jogos e a diferença de quantia entre o que vai ficar com o clube que receber mais e a agremiação que ganhar menos.

Para Petraglia, Flamengo e Corinthians são os principais beneficiados com o modelo atual de divisão. Historicamente, os dois clubes clubes são os que mais arrecadam com cotas de TV. Por isso, em sua opinião, a chave para a solução do impasse está ligada a ambos..

A seguir, a entrevista com o presidente do Athletico.


Já sabe quando vai conversar com o Felipão a respeito do ano que vem, o que ele vai fazer, qual vai ser a função dele?


Petraglia –

Nós temos conversado com Felipão todos os dias, todas as horas. Não temos nada definido. O Felipão fará aquilo que ele entender que deve. Para nós foi uma grande surpresa, um ser acima da média, um ser espetacular. Muito modesto por todos os títulos que conquistou, por tudo que representa no futebol brasileiro. E ele fará aquilo que ele entender que deva. Se ele quiser continuar como treinador, assim será. E, se ele quiser assumir a diretoria técnica, que foi o que nós oferecemos inicialmente, ele vai assumir.


O senhor está surpreso com até onde Felipão já conseguiu levar o Athletico [a vaga na final da Libertadores ainda não tinha sido conquistada]?



Petraglia –

Com certeza porque nós começamos um ano muito ruim, muito difícil, com mudanças de técnico. Estávamos numa posição lá embaixo. Felipão veio, com o mesmo grupo de jogadores, tivemos alguns reforços somente, e nos levou numa situação complexa, que é você disputar três competições ao mesmo tempo, Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Felizmente, fomos até as quartas da Copa do Brasil, estamos na semifinal da Libertadores [após a entrevista o Furacão virou finalista] e no grupo dos seis primeiros colocados do Brasileiro. Então, realmente, é surpreendente o trabalho do Felipão.


Contratar o Felipão foi ideia sua? Houve muita resistência no Athletico quando foi sugerido o nome dele?


Petraglia –

Pelo contrário. Nós já tínhamos tentado buscar o Felipão tempos atrás. Ele estava passeando com a família em Portugal e a mulher dele teve um pouco de resistência, não permitiu que ele viesse. Mas, depois, quando ele voltou para o Brasil, a gente voltou a conversar, e ele aceitou o nosso convite. Foi uma decisão conjunta da diretoria de buscar o Felipão por tudo aquilo que ele representa e fez como técnico de seleções e de clubes no Brasil e no mundo.


Falando sobre a Liga, o senhor entende que a chave para a união dos dois grupos é Flamengo e Corinthians cederem, tudo passa por eles?


Petraglia –

Com certeza. São os dois clubes mais beneficiados (pelo modelo atual). A gente não quer avançar no queijo do Corinthians e do Flamengo porque até 2024 está sacramentado o contrato (de transmissão do Brasileirão). O que se pretende é de 2025 para frente. É termos uma Liga dos quarenta clubes brasileiros (Séries A e B) que vão buscar aumentar o bolo (

receita

gerada pela venda de direitos do Brasileiro) em três, quatro, cinco vezes para ter a possibilidade de uma divisão melhor, mais equitativa e que todo mundo ganhe. Aumentando o bolo, a tua fatia vai ser maior, melhor, mais gostosa. Porque você não pode ter uma competição com esse nível de desigualdade, senão, nós vamos caminhar para a Bundesliga, a liga alemã, que a gente já sabe de antemão quem vai ser o campeão nacional. Perde-se a graça. Lá não perde porque é outra cultura. O povo tem paixão pela sua instituição, diferentemente de nós brasileiros. Nós somos apaixonados pela vitória. Nós queremos a vitória a qualquer custo. Com essa diferença (de ganhos com cotas de TV) não teremos essas vitórias. O

Athletico Paranaense

conseguiu, mas foi um quarto de século de trabalho. Não foi de repente, uma coisa que surgiu do nada. Foi um grupo de empresários, de profissionais, de homens dedicados ao projeto. E levamos todo esse tempo para chegarmos onde estamos. E queremos, com a Liga, ainda mais. Ou seja, que o crescimento do futebol brasileiro permita que a gente não tenha que vender os principais jogadores. Hoje nós somos obrigados a vender para sobreviver. Não queremos ser uma ilha como fomos durante algum tempo. Queremos ser um continente, que é o futebol brasileiro.


O senhor tem conversado com os presidentes de Flamengo e Corinthians?


Petraglia

– Não, lamentavelmente não tenho conversado porque nós fomos convidados para uma reunião em São Paulo (com os representantes da Libra). Seria uma reunião para discutirmos os pontos críticos, sobre as crenças nossas e deles, quando fomos surpreendidos com uma reunião com contrato pronto, com aditivo pronto, um anexo pronto, para nós (clubes da Liga Forte) simplesmente assinarmos e termos a nossa posição ao contrato dos seis iniciantes (da Libra). E ali já tínhamos o nosso grupo formado, fomos embora, e eu me retirei das negociações porque contratamos empresas que são responsáveis pela nossa consultoria, Alvarez & Marsal e também a Live Mode e hoje temos mais a XP que veio para nos ajudar. Então, as negociações ficaram nas mãos dos técnicos.


Vocês estão dispostos a ceder em alguns pontos, mudar percentuais para conseguir formar um grupo maior?


Petraglia

– Não tem nada definitivo. Essas são nossas crenças, aquilo que a gente foi buscar como exemplo no mundo. Estamos nos baseando naquilo que deu certo, nada absurdo. E o que tem a La Liga (Espanha), a divisão (de receita) da liga italiana, da francesa. A gente ainda não propôs 1,6 (o clube que mais recebe da TV ganharia 1,6 vez a mais do que o que menos ganha), que é a da liga inglesa. A gente pretende chegar lá um dia, quando o bolo crescer. Eles faturam 3,9 bilhões de libras (cerca de R$ 23,4 bilhões) por ano na venda da televisão, enquanto nós vendemos US$ 400 milhões (Cerca de R$ 2 bilhões).

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