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Torcedor do Flamengo, Galvão Bueno diz que paixão nunca atrapalhou: ‘Dou umas porradas, é minha obrigação’


O hino do Flamengo já tocava baixinho na transmissão antes mesmo de a partida terminar. O time de Zico vencia o Liverpool por 3 a 0 na final do Intercontinental de Clubes. Galvão Bueno, que na

quinta-feira narrou seu último jogo da seleção no Maracanã

, se preparava para o que seria o clímax de sua vida como torcedor rubro-negro.


Entrevista:


Rumo à última Copa na TV, Galvão Bueno fala de sucessor, mulheres na transmissão e ‘mergulho no digital’

O garoto tijucano experimentava em 1981, aos 31 anos, o gosto de narrar o maior título da história do clube do coração.

“Acabou, acabou! Flamengo, campeão mundial interclubes no Japão”, anunciou, contratado então há pouco tempo pela Rede Globo.


Seleção:


Jogo contra o Chile é despedida do Brasil antes da Copa: Qual o peso desse último contato com o torcedor?

Ao longo dos anos, Galvão se cansou do peso da rivalidade entre as principais torcidas do país. Preferiu se afastar dos grandes clássicos, se concentrar nas partidas da seleção brasileira e nas corridas de Fórmula 1. Acabou se distanciado dos jogos do Flamengo, por tabela.

— Com certeza, eu tive momentos muito pesados, porque eu fazia tudo, todas as decisões. Eu me lembro de passar momentos difíceis no estádio. O corintiano achava que eu era palmeirense, o palmeirense achava que era corintiano, o flamenguista achava que era vascaíno, era um inferno. Fui ‘consagrado’ no estádio várias vezes, xingado no Maracanã lotado, por um Morumbi lotado. Era muito pesado pela rivalidade do futebol — lembra.


Entenda:


quarteto da seleção contra o Chile remete a eterno dilema do futebol brasileiro

Já consagrado, ensaiou o reencontro no momento que seria épico, quase tão grande quanto a final do Mundial de 1981. Mas o infarto o impediu de narrar a final da Libertadores de 1981.

— Na hora do jogo, liguei a televisão, queria ver o Luis Roberto, mas era transmissão da Argentina. Foi um barato, você não imagina o desespero do narrador quando o Flamengo fez os dois gols. Então, deu o estalo: “eu preciso ir para o Qatar” (

para o Mundial de Clubes

). A Globo não quis deixar não. E estava certa, responsabilidade.

O narrador vai sim para o Qatar, três anos depois, para cobrir a Copa do Mundo. O evento deve marcar a despedida de Galvão Bueno das narrações na TV aberta. Lá, espera receber o carinho do público, que não mudou com ele depois que admitiu ser torcedor do Flamengo.

— Não é porque digo que sou Flamengo que não dou umas porradas no Flamengo. É a minha obrigação.

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