Concluído o turno da fase de grupos da Copa Libertadores da América, está quase tudo dentro de um roteiro que está virando fácil de ser traçado. Dos quatro favoritos destacados ao título, três ganharam todas: Palmeiras, Flamengo e River Plate. Só um que não acompanha o desempenho, o Atlético Mineiro, que venceu uma e empatou duas. Das camisas mais pesadas do continente, só quem corre risco de ficar pelo caminho é o Boca Juniors.
O Galo, com cinco pontos, nem mesmo lidera o grupo, pois tem um gol marcado a menos que o Independiente del Valle, que soma os mesmos cinco pontos. O desempenho foi fraco? Não exatamente. É necessário compreender o contexto. O Atlético jogou duas partidas fora, contra Tolima e Del Valle, uma lá em Ibagué (uma viagem ingrata) e outra na altitude.
Dá para dizer que os adversários do Galo foram mais chatos que os do Palmeiras e os do Flamengo. O Palmeiras viajou à Venezuela e ao Equador, são adversários tão frágeis que Abel conquistou as vitórias usando times mistos – o Emelec tem nível parecido ao Del Valle, mas pelo menos tem o estádio ao nível do mar. O Flamengo jogou com estádio vazio no Peru e ontem pegou uma Católica em crise, no Chile.
Ao vencer uma e empatar outra fora de casa, dá para dizer tranquilamente que o Atlético irá aumentar a pontuação no returno e ganhar o grupo. Mas dificilmente estará entre as três ou quatro melhores campanhas, então é possível que eventuais confrontos diretos contra os outros favoritos, no mata-mata, sejam decididos no campo do rival.
Importante ressaltar que um dos empates do Atlético na fase de grupos foi contra o América-MG, no Mineirão, em jogo totalmente dominado pelo Galo, mas que só acabou empatado porque o gol de Ademir foi validado, apesar da posição de impedimento. Na próxima semana, eles voltam a se enfrentar – no Independência -, com um Coelho virtualmente eliminado no torneio. É a vantagem que o sorteio deu ao Galo, não sair da cidade e jogar “em casa” mesmo sendo visitante.
Entre os times com 100%, o River Plate é quem pode dizer que ganhou os jogos mais complicados fora de casa – do Fortaleza, no Castelão, e do Colo Colo, líder no Chile.
Fora a pontuação do Galo, saíram do roteiro na fase de grupos os tropeços de Corinthians e Boca Juniors na primeira rodada, contra Always Ready e Deportivo Cali. O Boca, que perdeu também em Itaquera (sem oferecer resistência), estaria eliminado no momento. O time xeneize é fraco e nas próximas rodadas há confrontos na altitude, contra um ainda vivo Always Ready, e na Bombonera, contra o Corinthians. O desafio é chegar com chances de classificação para a rodada final, quando enfrenta o Deportivo Cali, em Buenos Aires.
O Boca é aquele time que, “se deixar chegar”, se transforma. Nunca pode ser subestimado. Mas, no momento, é quem mais corre risco de ficar fora do mata-mata.
Entre os outros brasileiros, situações muito distintas. O Athletico-PR, em um grupo fraco, deve passar. Mas, para ser primeiro e fugir de um confronto contra os já citados favoritos logo nas oitavas, precisará se recuperar da derrota que sofreu para o Libertad nesta semana. O Red Bull Bragantino está se saindo bem em um grupo complicado (pela tradição dos oponentes) e joga agora duas partidas em casa contra os argentinos. O Fortaleza está em situação delicada, mas tem a chance de chegar à última rodada com chance de disputar a vaga em jogo direto com o Colo Colo.
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