Um dos estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014, a Arena Cuiabá também nasceu sob a ideia de ser um espaço multiuso. A ascensão do Cuiabá à elite do
futebol
nacional, no entanto, expõe os interesses contrários do clube aos do Governo do Mato Grosso, que é o gestor do estádio.
Para rentabilizar a Arena, o Governo marcou para o dia 19 de março um show do cantor
sertanejo
Gusttavo Lima. Ocorre que a realização do espetáculo irá gerar danos ao gramado e pode fazer com que o
Cuiabá
perca o mando de campo em sua estreia na Copa Sul-Americana, jogo que irá ocorrer entre os dias 5 a 7 de abril.
A direção do Cuiabá, clube que arca com a manutenção do campo, argumenta com base nos danos esportivos e financeiros que o show pode trazer. O Governo, por sua vez, afirma que irá cancelar o evento se houver uma manifestação contrária por parte da Conmebol e da CBF. Por meio de ofício, a CBF já deu seu aval:
“Conforme laudo técnico elaborado pela empresa World Sports, que cuida do gramado do referido estádio, a realização de um show num período exíguo de
tempo antes da ocorrência da partida poderia comprometer sobremaneira o atual estado do gramado. Assim sendo, manifestamos nossa preocupação quanto à possibilidade de utilização da Arena Pantanal pelo Cuiabá Esporte Clube em sua partida de estreia pela Copa CONMEBOL Sulamericana 2022, em razão das rígidas normas da CONMEBOL sobre o assunto.”
“Temos o laudo técnico e a recomendação da CBF. Esse ano, o calendário termina no meio de novembro, podem fazer esse show depois disso. O Gusttavo Lima já veio várias vezes em Cuiabá, o fã iria da mesma forma se mudasse de lugar. No nível de jogo que a gente precisa, o campo tem de estar em perfeitas condições. Se não for aqu, teremos de ir para Goiânia ou Brasília”, disse Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá, em entrevista ao UOL Esporte.
Dresch faz as contas e diz que o clube investe cerca de R$ 300 mil por ano para a manutenção do terreno de jogo. Com o show, ele calcula um prejuízo de cerca de 45 dias para recuperar o piso e boa parte do dinheiro jogado fora.
O dirigente não tem dúvidas que, após a desistência de Brasília, cidade que receberia
Atlético-MG
x Flamengo, pela Supercopa, a capital do Mato Grosso virou a cidade-sede exclusivamente pelo trabalho que é feito na grama:
“As arenas de Copa com gramado natural não têm show, isso não existe. O gramado se compacta com o peso dessa estrutura, nós já fizemos a descompactação, jogamos 1000 quilos de adubo. Depois que o Cuiabá subiu para a Série A, o gramado virou top no Brasil, está entre os três melhores, eu garanto. A Supercopa veio para cá pelo fato de o campo estar bom”.
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