Aos 42 minutos do segundo tempo na Arena da Baixada, já com substituições para reforçar o sistema defensiva e sendo amassado pelo Athletico que lutava pelo empate, o Flamengo quase levou o segundo gol de Renato Kayzer em um contra-ataque com a defesa escancarada. Livrou-se por centímetros de imprecisão do chute do atacante.
Com Bruno Viana na vaga de Michael e João Gomes substituindo Everton Ribeiro, o castigo veio nos acréscimos, em falha de Diego Alves na saída da meta e o gol de empate marcado por Bissoli. Ainda houve tempo para um último escanteio e a cabeçada de Gustavo Henrique no travessão. Loucura total!
É claro que a expulsão de Renato Kayzer no primeiro tempo, inexplicavelmente revertida pela arbitragem com auxílio do VAR, poderia ter mudado a história do jogo. Um erro absurdo que prejudicou demais o time carioca em Curitiba. Mas quem pode garantir que o Flamengo, com um homem a mais, teria o jogo à sua feição na segunda etapa?
Não há certezas no
futebol
, mas é possível controlar minimamente as aleatoriedades que tornam o esporte tão apaixonante. Parece claro, porém, que o Flamengo está nas mãos do acaso. Agora e deve seguir assim até a final da Libertadores, dia 27 em Montevidéu contra o Palmeiras.
A começar pela escalação. Mesmo deixando o Brasileiro definitivamente de lado a partir de agora, como esperar que os titulares estejam em campo diante de tantas lesões musculares? A última de Vitinho, que até tem muitos minutos jogados na temporada, porém nas últimas partidas só vinha entrando no segundo tempo.
De Arrascaeta segue em recuperação, o Flamengo até dá a impressão de que vai segurar o meia até a lista final da seleção uruguaia para que ele não seja convocado e corra o risco de lesão na data FIFA de novembro. Mas ele pode voltar a jogar e se lesionar novamente a serviço do clube.
Porque não há como confiar no departamento médico, na preparação física e na fisiologia. Este que escreve não é especialista, mas 13 lesões musculares em 33 dias deixam claro que há um problema grave, que não será corrigido até o final da temporada.
Assim como Renato Gaúcho deve seguir no comando técnico e o time continuará nessa montanha-russa. Jogo de “trocação”, bate e volta, desgastante física e emocionalmente. Pode golear ou ser goleado. Nas duas contra o Athletico em Curitiba, não adiantou abrir o placar.
Nem fazer 2 a 0, com
Gabigol
encerrando o jejum e a equipe conseguindo sair da pressão esticando bolas desde a defesa para Vitinho tentar uma casquinha ou dominar e acionar Michael e o camisa nove. A sorte não ajudou e Vitinho saiu lesionado. Renato colocou Thiago Maia e adiantou Andreas Pereira. O time piorou, para variar.
Para os próximos jogos, o dilema: Rodrigo Caio e David Luiz precisam jogar e se entrosar. Estiveram juntos por menos de 90 minutos nas partidas contra o Barcelona de Guayaquil. Mas como colocá-los em campo com riscos de novas lesões e enfrentar o Palmeiras com Gustavo Henrique e/ou Léo Pereira?
O departamento de futebol do Flamengo se enfiou em um buraco a menos de um mês de uma decisão que só jogou duas vezes na história. Contra um Palmeiras em ascensão, que tem o elenco praticamente completo para Abel Ferreira testar possibilidades. É claro que um Dudu pode se contundir na véspera, mas aí seria uma fatalidade, caso de exceção. No Fla virou regra.
Em decisão de jogo único e campo neutro, qualquer coisa pode acontecer. Mas o Flamengo criou um cenário para si que só a sorte, que vem faltando, combinada com o talento de seus principais jogadores pode fazer história no Uruguai.
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