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Rocha: Flamengo de Renato vive na dependência de abrir o placar


Sob o comando de Renato Gaúcho, o Flamengo disputou 29 partidas na temporada. Abriu o placar em 20 e, destes jogos, venceu 17. Empatou com o Athletico por 2 a 2 na ida da semifinal da Copa do Brasil e, no Brasileiro, cedeu empates contra Bragantino e América por 1 a 1. Nunca levou uma virada.

Só reverteu desvantagens contra São Paulo (5 a 1) e Palmeiras (3 a 1), sendo que, neste último, conseguiu o empate no Allianz Parque com gol de Michael no ataque seguinte, segundos depois do gol sofrido. No mais, foram quatro derrotas e um empate.

É claro que, estatisticamente, no mundo todo a tendência é que quem abra o placar tenha mais chance de sair vitorioso. Mas esse Flamengo do Renato vem se caracterizando pela dificuldade de sair de cenários desfavoráveis e, também, pela capacidade de administrar bem quando faz 1 a 0.

Foi assim na vitória sobre o Atlético Mineiro, no Maracanã. Jogo feio, com nível técnico muito abaixo do que o líder do Brasileiro, finalista e favorito na Copa do Brasil e o atual bicampeão brasileiro e finalista da Libertadores podem proporcionar. Mesmo descontando o clima tenso e de rivalidade.

O gol de Michael no primeiro tempo, completando ataque que começou com belo lançamento de Arão para Isla e teve assistência de cabeça de Bruno Henrique, condicionou a disputa. O Flamengo recuou as linhas, terminou com muito menos posse de bola (37%) e metade das finalizações do Galo – oito contra 16, mas três a dois no alvo.

Organizado em duas linhas de quatro no próprio campo na maior parte do tempo, o time rubro-negro protege melhor a retaguarda, que perdeu Rodrigo Caio no aquecimento e precisou recorrer a Gustavo Henrique. Quando sai atrás precisa ocupar o campo de ataque e expõe as graves deficiências na transição defensiva, desorganizada pela marcação por encaixe de Renato.

Com a vantagem, ganha espaços generosos para contra-atacar. Quando leva o gol precisa criar essas brechas contra adversários fechados e não conta com movimentos coletivos treinados para tal missão. Depende da intuição e de jogadas individuais.

Foi o suficiente para vencer o líder e virtual campeão brasileiro. O Atlético de Cuca também sofre quando precisa virar o placar, porque é outro time que se sente mais confortável com espaços para atacar. No Maracanã, ficou com a bola, finalizou muito, porém criando poucas chances cristalinas. Mesmo com time completo, em contraste com os desfalques rubro-negros – Rodrigo Caio, David Luiz, Filipe Luís, Diego Ribas e De Arrascaeta.

Muito contestado e com risco real de demissão, Renato Gaúcho ao menos demonstrou que a gestão de vestiário, principal virtude do treinador, não se perdeu. O time correu para encerrar a sequência de quatro partidas sem vencer na temporada, os três jogos seguidos com derrotas para a equipe mineira, mas também por Renato.

Ainda assim, é difícil vislumbrar uma arrancada para o tri. A menos que o Flamengo emule o Palmeiras de 2018 e consiga uma sequência de vitórias utilizando time misto ou reserva na maratona que virá em novembro. Com as várias lesões – nada menos que 14 em outubro! – o risco de chegar com titulares em frangalhos no dia 27 em Montevidéu é enorme.

Aliás, não é exagero afirmar que só por um milagre o Flamengo terá time completo e com todos em boas condições para enfrentar o Palmeiras. Departamento médico, fisiologia e preparação física estão na berlinda no Ninho do Urubu.

Mas, independentemente das escalações nos jogos que faltam, abrir o placar sempre deixará a equipe de Renato Gaúcho mais perto da vitória.


(Estatísticas: SofaScore)

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