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Por que o São Paulo sofreu fora de casa contra Palmeiras e Flamengo?


O

São Paulo

apresentou mais dificuldades recentes em dois jogos em que fez fora de casa, na derrota por

4 a 0 para o Palmeiras

, na final do Paulistão, e o

3 a 1 para o Flamengo

, na segunda rodada do

Brasileirão

. Apesar de serem equipes com estilos diferentes, ambas apresentaram elementos em comum que dificultaram a vida tricolor: a marcação pressão na saída de bola são-paulino e o pouco espaço para que o meio de campo adversário pensasse nas jogadas em um estádio lotado e hostil.

O cenário se mostrou complicado para uma equipe que costuma se sair bem na construção de jogadas por baixo quando enfrenta adversários recuados. Nos dois duelos, Rogério Ceni decidiu escalar uma dupla de zaga formada por Léo e Diego Costa, considerados zagueiros com qualidade de passes melhores do que os experientes Arboleda e Miranda.

Lateral de origem, Léo é quem mais se destaca nos passes longos. Foi assim nos jogos contra Manaus e São Bernardo, ambos no Morumbi, em que o agora zagueiro conseguiu achar seus companheiros entre as linhas de marcação adversária.

Diante de Flamengo e Palmeiras, contudo, a história foi diferente. As duas equipes subiam a marcação e davam pouco espaço para que os zagueiros são-paulinos avançassem com a bola até encontrarem seus companheiros em boas condições para receberem os passes. A solução nesse cenário passou a ser uma saída mais rápida com Pablo Maia e Rodrigo Nestor.

Principalmente no Maracanã, os dois acabaram alvos fáceis para a marcação pressão flamenguista. Com menos de cinco minutos de jogo, Pablo Maia foi desarmado duas vezes e o Flamengo não abriu o placar apenas porque Jandrei fez duas grandes defesas.

Rodrigo Nestor recebe passe durante a partida entre São Paulo e Flamengo - Reprodução - Reprodução

Nestor recebeu o passe e já sofreu com a pressão de João Gomes. A única opção para tocar era Alisson, em uma ação que exigiria tempo para girar o corpo.

Imagem: Reprodução

Na terceira vez em que isso aconteceu no primeiro tempo, o Flamengo não perdoou. No momento em que Rodrigo Nestor recebeu, de costas, um passe de Welington, João Gomes apareceu para desarmá-lo, sem nem dar tempo de o meia são-paulino girar completamente o corpo para tentar um toque para um companheiro. Ao seu redor, Gabigol, Rodinei e Arrascaeta fechavam qualquer opção rápida para que Nestor se livrasse da bola.

“O São Paulo tem jogadores no meio de campo que fisicamente não são tão potentes assim, então para você sustentar uma pressão de costas, como foi com o Pablo Maia e o Nestor contra o Flamengo, é mais difícil”, explica Rodrigo Coutinho,

colunista do

UOL Esporte


.

A dificuldade são-paulina pôde ser percebida nos números. Quase metade da posse de bola perdida pelo Tricolor foi em seu campo de defesa (10 de 23). No único alívio que teve, conseguiu o empate. Ainda no primeiro tempo, o Flamengo recuou a marcação e deu espaço para que o São Paulo trocasse passes. De pé em pé, a bola chegou em Rafinha, que cruzou para Calleri cabecear para o fundo das redes.

“A saída de jogo do São Paulo tem um problema que é a pouca experiência da linha de defesa, tirando o Rafinha. São jogadores que estão amadurecendo profissionalmente, então eles fazem escolhas erradas e isso aumenta bastante quando estão sob pressão, principalmente em atmosferas adversas como foi no Allianz Parque lotado e no Macaranã lotado”, prossegue Coutinho.

Palmeiras faz mudança importante para dominar o São Paulo

Danilo tenta bloquear cruzamento de Rodrigo Nestor na partida entre Palmeiras e São Paulo - Ettore Chiereguini/AGIF - Ettore Chiereguini/AGIF

Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Os confrontos da final do Paulistão trouxeram um sentimento dúbio ao torcedor são-paulino. Ao mesmo tempo em que a vitória por 3 a 1 no Morumbi empolgou, a derrota por 4 a 0 no Allianz Parque deixou um sentimento de que a diferença entre as duas equipes ainda é grande.

Dentre diversos fatores que compuseram os dois jogos, um elemento pode ajudar a explicar por que o Palmeiras foi outro time na segunda partida: a entrada de Danilo no lugar de Jailson.

Um dos destaques do time alviverde nas conquistas recentes, o camisa 28 possui um poder de marcação e uma intensidade maior do que Jailson. Ausente no primeiro jogo por causa de um trauma na coxa, ele foi no Allianz Parque um elemento semelhante ao que foi João Gomes no Maracanã.

Danilo não foi driblado nenhuma vez na segunda partida e ainda conseguiu três desarmes na marcação alta que o Palmeiras fazia sobre o São Paulo. Para efeito de comparação, Jailson foi driblado duas vezes no Morumbi e desarmou o adversário apenas uma vez.

Os duelos no chão também mostram a importância de Danilo. O camisa 28 venceu seis dos oitos que teve na segunda partida. Já na ida, Jailson se saiu melhor em apenas dois dos sete.

“Talvez o Rogério tenha que apresentar alguma variação para esse tipo de saída. Contra o Flamengo, eles até tentaram algumas saídas longas com o Calleri, mas não deu certo. Não me pareceu ser uma coisa treinada para aquilo, acho que foi algo mais forçado para deixar de errar”, completou Coutinho.

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