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Paulo Sousa gira tanto que acaba sem plano e perde para pragmatismo de Abel


Era compreensível que Paulo Sousa fizesse experimentações no Flamengo na fases iniciais do Carioca, uma espécie de pre-temporada. Era previsível que Abel Braga apostasse na fórmula de jogo que lhe deu títulos durante toda carreira. Havia uma promessa de um jogo melhor no Flamengo no futuro, havia um pragmatismo no Fluminense de que seria um modelo bem executado com limites.

A primeira partida da final do Carioca foi um confronto dessas duas premissas. E a ideia de Abel Braga claramente saiu vencedora.

Em sua formação inicial, os dois técnicos surpreenderam nas formações, embora não nas táticas empregadas. Paulo Sousa optou por Marinho na ala esquerda, posição em que não jogou na temporada. Por ali, ele treinou Everton, Vitinho, Lázaro e Renê, todos disponíveis, nenhum escalado por ali. Os dois primeiros compunham a linha de meias atrás de Gabigol.

Do lado de Abel, a opção por Ganso no meio foi surpreendente, embora escorada por uma forte linha de volantes de Felipe Melo (quase zagueiro), Yago Felipe e André. Sua formação exercia um bloqueio com nove jogadores, só com Cano à frente, com linhas que se sobrepondo nas laterais para evitar espaços ao time rubro-negro.

Sobrava posse de bola e pressão, e faltavam ideias de como furar a defesa tricolor. A primeira conclusão a gol de fato veio aos 26min com uma cabeçada longe de Fabrício Bruno. É fato que alguma pressão na frente, longe de ser intensa, ainda gerou mais chances e o time obrigou Fábio a trabalhar com David Luiz. Nem a entrada de Bruno Henrique no lugar de Vitinho (contundido) mudou algo.

Do lado do Fluminense, o ataque era um deserto, zero. De útil, um lance de ataque pela direita mal interrompido pelo auxiliar de campo ao marcar suposto impedimento de Cano – não havia. Na sequência, com a zaga rubro-negra parada, William fez o gol. Um primeiro tempo paupérrimo do Fla-Flu.

O time de Abel avançava, sim, quando pressionava a marcação sobre a saída de bola rubro-negra. E expunha ali como o rival era obrigado a bolas longas pela dificuldade de sair pelo chão. Do outro lado, o Flu também errava em saídas de bola e proporcionar chances.

Mas o Flamengo não conseguia desenvolver um jogo coletivo decente, de triangulações, de movimentos coordenados. A ponto de deixar Gabigol perdido no fluxo, incapaz de achar seu lugar em campo.

Paulo Sousa apelou a Arrascaeta, Pedro e Bruno. Houve um frisson, houve a individualidade do uruguaio e sua capacidade de achar espaços, houve alguma pressão naquele momento. Era uma faísca e foi desperdiçadas por erros técnicos.

Do lado do Flu, Abel deu a velocidade ao time com Arias para o jogo possível. Foi recompensado quando o atacante pressionou um Léo Pereira atrapalhado com a bola – foi capaz de enfia-la entre as próprias pernas antes de perde-la. Matador, Cano ganhou o pé de ferro de Felipe Luiz e abriu o placar.

O Flamengo que já não tinha Norte, deixou também de enxergar o Sul. Sem marcação pressão, permitiu que uma bola vinda da esquerda de seu ataque fosse para o meio, onde Arão deu assistência, Léo Pereira errou o tempo da marcação e… lá estava Calegari para servir Cano para marcar de novo. Três conclusões, dois gols, uma tentativa de repetir Pelé. O argentino fez de seus truques minimalistas.

Paulo Sousa parecia ter um plano, agora parece mais borrão – a ver se é possível refazer o esboço. Abel sempre teve um plano nos seus limites, agora tem uma chance de que dê certo depois da derrocada na Libertadores. Sábado nos dará mais uma pista sobre o destino do caminho traçado pelos dois técnicos.

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