Apesar de sair derrotado por 3 a 1
na primeira partida da semifinal da Copa do Brasil, o técnico Rogério Ceni afirmou que o
São Paulo
foi melhor que o
Flamengo
no Morumbi. Para o treinador, faltou mais capricho nas finalizações e mais maturidade para que o Tricolor tivesse uma noite mais proveitosa.
“Não, o resultado não reflete que foi o jogo. O São Paulo jogou muito bem, foi bastante superior ao time do Flamengo, todos sabem que é um ótimo time. Eu sei mesmo que é um ótimo time, mas acho que o São Paulo foi bem. E o Flamengo foi mais efetivo. Efetivo, o Flamengo é preciso. Ainda que em poucas finalizações que transformam em gol”, analisou Ceni, após a partida contra o Flamengo.
Com derrota por 3 a 1 em casa, o time de Ceni precisa vencer por dois gols de diferença no jogo de volta, dia 14 de setembro, para forçar a decisão por pênaltis. Para conseguir a classificação no tempo normal, o São Paulo precisa ter três gols de diferença.
“Eram três gols evitáveis. Não tem que criar culpado, nem nada, mas é um tiro de meta longo, pode haver uma falta, mas foi uma falha nossa de deixar o Cebolinha receber, levar para dentro e finalizar bem. O time precisa amadurecer, e isso leva tempo. O flamengo já é um time maduro”, resumiu o comandante tricolor.
Antes, porém, o São Paulo precisa voltar suas atenções para o
Campeonato Brasileiro
, onde enfrenta o
Fortaleza
, domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi.
“Nós não podemos, lógico que a gente nunca pode se conformar com a derrota. Nunca pode achar, nem tem como achar que está bom, mas a maneira como foi o comportamental [da equipe] no jogo. Não o placar, esqueça o placar, não vamos analisar só o placar, não vamos analisar a construção dele como um todo. Nós não podemos baixar a cabeça, nós temos que focar que nós precisamos chegar a final da Copa Sul-Americana”, enfatizou Ceni.
Pela competição continental, o São Paulo enfrenta o
Atlético-GO
na semifinal, buscando a vaga na decisão da competição, que acontecerá em Córdoba, na Argentina.
Confira a coletiva de Rogério Ceni
“Acho que primeiro nós temos que viver o Campeonato Brasileiro. Nós temos dois jogos, nós temos uma competição muito importante para nós que é a Sul-Americana, em que nós temos de qualquer maneira tentar, apesar de todo respeito que a gente tem pelo Atlético-GO, mas nós temos que chegar a final dessa competição, é o que pode, né? Dar uma condição boa pro ano que vem. Então vamos pensar primeiro em Copa Sul-Americana, em Campeonato Brasileiro, que a situação não é das mais confortáveis, enfrentamos um time que vem de quatro vitórias, né? E quando chegar mais próximo da data do jogo acho que a gente pode ter um um recorte melhor do que aconteceu antes pra viver esse jogo de volta no Maracanã.”
São Paulo superior
“Não, o resultado não reflete que foi o jogo, o São Paulo jogou muito bem, foi bastante superior ao time do Flamengo e todos sabem que é um ótimo time, eu sei mesmo, que é um ótimo time. Mas eu acho que o São Paulo foi bem superior. Se você olhar o jogo como um todo, assista o jogo novamente. E o Flamengo é mais efetivo, né? Flamengo é efetivo, Flamengo é preciso, né? Tem poucas finalizações, transforma em gol, porque é um como todos vocês reconhecem um ótimo time. O que nós jogamos hoje, da maneira como nós nos comportamos, talvez até o começo do jogo um pouco muito atrás.
Orgulho do time
O torcedor pode se orgulhar do que o time fez e entregou dentro de campo. Agora o resultado, logicamente, eu acho que é injusto, mas além de justo eu acho que ele não é realista, ele não retrata o que foi o jogo, minha opinião só.”
Cautela contra o Flamengo
“Não, eu acho que se eu jogo com o Patrick e com o Luciano e com o Calleri, contra esse time do Flamengo você não pega na bola. Você tem que entender o jogo como funciona. Qual é o lado que eles mais jogam. Claro que o Filipe Luís é um ótimo jogador, um ótimo construtor. Mas qual é o lado que [o Flamengo] chega com mais força? É o lado direito do Flamengo onde faz bastante jogada. O Patrick entrou pra fazer uma função tática muito importante e jogou muito bem. Saiu porque já era minuto 65. Ele já estava um pouco cansado, já não conseguia mais acompanhar o Rodinei. Nós passamos o Galoppo para aquele lado, para ter força física e aí deixamos Calleri com o Luciano na frente.”
Pedidos por Luciano ainda no primeiro tempo
“Mas até me estranha muito o torcedor, com o Patrick jogando da maneira que vinha jogando, o time se comportando da maneira como vinha se comportando, já no primeiro tempo começar a gritar ‘é, Luciano’. O torcedor que vem, cinquenta e poucas mil pessoas, apoia sempre a gente que a gente só tem agradecimentos a fazer. Acaba o jogo. Aplaude o time pela dedicação, reconhecimento e a gente também pelo reconhecimento da presença dele sempre aqui. Eu acho que o time como um todo fez uma boa partida. A diferença está na efetividade que o Flamengo tem e que a gente não teve no decorrer do jogo. Mas olhe bem o jogo, nas coisas mais importantes do jogo e você verá que o São Paulo na noite de hoje foi superior ao Flamengo, mesmo o Flamengo com todo o time que tem.”
Sobre Gabriel Neves
“Ele teve uma lesão, eu não vou nem te explicar, eu não sei exatamente o que que é, mas aí é um termo mais técnico médico. Ele não deve jogar os próximos jogos. Não é só hoje que ele não deve jogar. Ele deve estar fora de mais jogos. Ele chuta não sei, se vocês acompanharam a imagem, mas ele chuta o joelho se eu não me engano e está bem inchado. Então, ele não reuniu condições. Senão, mesmo que eu não trouxesse ele pra começar o jogo, ele estaria no banco pra entrar.
Melhor pontaria
“Eu acho que faltou melhor qualidade de finalização, nós treinamos algumas jogadas de bola parada, nós não conseguimos tanto que o gol resulta de uma batida de escanteio num lugar que não era determinado, o goleiro pega. Cometemos erros que uma equipe ainda não tão entrosada comete. Por exemplo, afastar todos pra dentro da área enquanto a bola podia ser pressionada e saiu um cruzamento que era pro Pedro, o cruzamento acaba caindo pro João, o João acerta uma cabeçada com muita felicidade. Nós com cinco contra dois dentro da área, mas a gente poderia ter ido mais na origem da jogada e não afastar, são decisões que têm que ser tomadas. O segundo gol eu acho que pegou acho, não sei, não vi direito, mas acho que pegou da onde eu estava, parece que pegou na mão do Arrascaeta, o juiz mandou seguir a jogada e cometemos alguns erros e temos que caprichar mais. Tivemos bolas, como é que é a bola do Patrick não entra? A bola dá no travessão e para em cima da linha, sai, sobra pro Wellington, sobra pro Nestor. Infelizmente, nós não concluímos tão bem como o Flamengo, talvez o Flamengo se dê essa diferença. Tivemos o triplo de oportunidades, mas não tivemos a mesma precisão nas conclusões que o Flamengo teve.”
Erros que geraram os gols
“Eu acho que foram três gols passíveis de serem evitados. Acho que não tem que criar culpado nem nada. Mas é um tiro de meta longo em que até pode haver uma falta. Acho que é o Lázaro que tá na jogada, se abaixa, não disputa a bola, mas uma falha nossa de não continuar na marcação, deixar o Cebolinha receber, trazer trazer pra direita, finalizar bem. O segundo talvez nós poderíamos ter definido melhor no rebote quando cai na disputa entre o Pablo Maia e o Arrascaeta. E o terceiro gol batemos o escanteio no ponto errado. Nem foi um contra-ataque que ela demora ainda pra chegar um pouco. E nós corremos pra dentro e não bloqueamos. Então são gols evitáveis, de um time que precisa amadurecer. E isso leva tempo. O que o Flamengo já é hoje, um time maduro, a gente precisa amadurecer para não sofrer esse tipo de gol.”
Ingresso caro na decisão
“No ingresso torcedor sempre acompanhou a gente, hoje não era [para ser mais caro]. Erramos. Ponto. Caro demais. Talvez tenhamos a chance de corrigir para a Sul-Americana.”
Situação do volante Luan
“Luan está treinando, e nós vamos começar a semana já a fazer os trabalhos o campo todo mais com ele pra ver qual é a real condição, quantos minutos ele pode suportar, quem sabe já no próximo jogo possa estar presente com a gente ou em breve possa estar presente com a gente. Não adianta também trazê-lo em condições que ele só consiga quinze, vinte minutos jogar, mas vamos fazer uma análise melhor sobre o Luan essa semana na parte física pra ver se ele já pode ser relacionado para domingo ou quem sabe na próxima semana.”
Cabeça erguida para o resto da temporada
“Nós não podemos, lógico que a gente nunca pode se conformar com a derrota, né? A gente nunca pode achar, nem tem como achar que está bom. Mas a maneira, o comportamental no jogo, ela foi a correta. Erros nós estamos sujeitos. Acontecem os coletivos e os individuais. Mas como jogo eu acho que tem que se tirar como exemplo até. A maneira como nós atuamos, não o placar, esqueça o placar, não vamos analisar só o placar do jogo, vamos analisar a construção dele como um todo. Nós não podemos baixar a cabeça e nós temos que focar em chegar à final da Copa Sul-Americana. E nós temos que o mais rápido possível também vencer, fazer pontos no Campeonato Brasileiro para não ter esse incômodo. E no Flamengo a gente pensa quando for adequado daqui duas semanas, quando nós formos enfrentá-los, a gente pensa num Flamengo e analisa como está a situação dentro dessas duas semanas, mas o mais importante é que a gente tem a presença aqui do torcedor nos próximos jogos, que ele nos ajude como ajudou hoje, nos incentive, a presença dele é fundamental e eu tenho certeza que ali nós vamos gastar o último cartucho que nós temos, né? Nessas duas partidas para tentar esse título, e vamos tentar antes de enfrentar o Flamengo gastar esse cartucho na Copa Sul-Americana.”
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