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Os problemas e soluções do Flamengo contra o Vélez


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O Flamengo venceu o Vélez Sarsfield e pela quarta vez na história será finalista da Taça Libertadores da América. Apesar de ter encaminhado a eliminatória após a goleada na Argentina, o Mengão teve dificuldades para lidar com as mudanças realizadas por “Cacique” Medina.

Medina reforça meio-campo do Vélez e dificulta Flamengo

O técnico uruguaio veio ao Maracanã com alterações em relação à partida de ida da semifinal. O volante José Florentin iniciou o jogo no lugar do meia-atacante Walter Bou. Assim, o Vélez saiu do 4-4-2/4-2-3-1 para atuar majoritariamente no 4-1-4-1.

Confira a análise do último jogo do Mengão! Análise: Os problemas táticos do Flamengo contra o Ceará

A ideia da mudança era clara: congestionar o meio-campo e dificultar as ações de Everton Ribeiro e Arrascaeta. Com três volantes, a equipe argentina conseguia ter maior referência para realizar encaixes individuais nos três meias mais avançados do Flamengo.

Em alguns momentos, Florentin subia pressão em João Gomes, mas rapidamente retornava para cobrir as suas costas. Quando o volante avançava no campo, o primeiro volante Cáseres largava o encaixe em Arrascaeta para pressionar Everton Ribeiro. Em muitos momentos, o camisa 7 rubro-negro recebia dobras na marcação.

Como resultado, o Flamengo teve muito menos liberdade para circular a bola no campo de ataque. Optando por não realizar ligações diretas para Pedro, o Mengão tinha dificuldades para gerar volume ofensivo.

Além disso, a equipe sofreu um gol numa rápida transição ofensiva. Garayalde roubou bola de Arrascaeta e aproveitou o avanço de Everton Ribeiro e Rodinei pela direita. O volante conduziu a bola até Janson atacar a profundidade pela esquerda. O meia-atacante serviu Pratto na grande área, que se antecipou a Pablo e tocou entre as pernas de Santos. 0x1.

Flamengo manipula encaixes individuais e conta com troca de posição pontual para empatar o jogo

Atrás no placar, o Flamengo evoluiu seu nível de jogo e passou a lidar melhor com os encaixes individuais do Vélez. Em muitos momentos, João Gomes deixou de participar da saída de bola, ficando mais próximo dos zagueiros Fabrício Bruno e Pablo para gerar superioridade numérica no meio de campo.

Como também Filipe Luís recuava para fazer a saída de três e atrair a marcação do ponta-direita Orellano. Arrascaeta mais avançado arrastava Jara para gerar espaço para Pedro pela direita. Dessa forma, o Flamengo criou uma boa chance de gol, após conexão entre o lateral-esquerdo, o meia e o atacante.

Todavia, uma mudança de posição pontual foi chave para o Mais Querido chegar ao empate. Everton Cebolinha foi o substituto de Gabi, que pendurado não foi nem relacionado para jogo. Destro e normalmente com a preferência de jogar mais aberto, o atacante teve muitas dificuldades para atuar no setor.

Enquanto Gabi abre espaços para os avanços de Rodinei pelo corredor lateral, por outro lado Cebolinha compete espaço com o lateral e não aproveita os espaços nas costas dos volantes adversários.

E em um dos raros momentos que o jogador trocou de posição com Pedro, o Mengão marcou. Após cobrança de escanteio, o artilheiro da Libertadores se manteve pela direita. Everton Ribeiro recebeu aberto no corredor e cruzou na área para o centroavante marcar seu 12º gol na competição, os 42 minutos. 1×1.

Mesmo com os novos desafios criados pelo Vélez, o Flamengo encontrou soluções sem precisar mudar peças, mas sim alguns posicionamentos para igualar o marcador no Maraca.

Dorival Jr. altera marcação e Flamengo domina Vélez no segundo tempo

O início da segunda etapa também começou sem mudanças de jogadores, mas com intervenções de Dorival Jr. no posicionamento sem bola do Flamengo. Os encaixes dos três jogadores mais avançados foi modificado: ao invés de pressionar a saída argentina pelos lados, o trio de ataque se posicionou para pressionar os zagueiros De los Santos e Brizuela.

A fim de manter a cobertura no corredor lateral, Rodinei (pela direita) e Vidal (pela esquerda) avançaram no respectivo lado onde a bola chegava. Boa execução desse encaixe forçava erros de passe e roubadas de bola. Logo, o Flamengo conseguia constranger com maior eficiência a saída argentina e se defender com bola.

Com mudanças, Flamengo volta a ter espaços e garante vaga para final da Libertadores

Precisando de gols para sonhar numa classificação histórica, Medina fez três mudanças de uma vez. Com as entradas de Bou, Osório e Fernández, o Vélez voltou a atuar no 4-2-3-1 e renovou fôlego no ataque. Em seguida, Dorival também fez três alterações: tirou os amarelados Filipe Luís e Vidal, além de Cebolinha, para as entradas de Ayrton Lucas, Pulgar e Marinho.

As mudanças além de não gerar volume ofensivo ao Vélez, desmontaram o modelo defensivo argentino para lidar com o ataque rubro-negro. O Mengão voltou a ter espaços para flutuar no entrelinhas e com Marinho tinha um ponteiro mais adaptado à posição.

E em uma transição ofensiva, o Flamengo virou o jogo. Aos 24 minutos da segunda etapa, João Gomes, mais avançado, roubou bola de Jara e passou para Pedro. O centroavante deu um lindo drible em Garayalde e serviu Marinho na meia-lua. O atacante acertou belo chute no alto, sem chance para Burián. 2×1.

Com o gol, o jogo perdeu o caráter competitivo e se tornou uma mera formalidade. Seoane e Castro entraram nos lugares de Cásares e Janson sem mudanças táticas. Com Diego e Varela, o Flamengo terminou o jogo num 4-3-3, com Rodinei pela direita e Marinho pela esquerda.

Apesar de ter marcado o gol da vitória, Marinho não teve uma noite tão inspirada. O atacante desperdiçou ao menos três oportunidades de condicionar finalização através de contra-ataques.. Por fim, sofreu falta na entrada que ocasionou no gol anulado de Pablo.

Dorival Jr. vence Medina mais uma vez

Assim como no José Amalfitani, Dorival Jr. venceu o duelo tático contra Alexander Medina. Se no primeiro confronto o técnico foi ajudado pelas opções erradas do treinador uruguaio, na noite da última quarta-feira (7) precisou lidar com um adversário melhor postado em campo.

Ainda assim, o técnico rubro-negro conseguiu superar os problemas e com boas soluções pavimentou o caminho tranquilo do Flamengo a Guayaquil. Dorival precisa ser valorizado por seu trabalho excepcional até aqui, que além de extrair tecnicamente o melhor de muitos jogadores, consegue lidar com adversários e estratégias para confrontá-los.

Críticas à parte sobre a rotação do elenco no Campeonato Brasileiro, seu trabalho hoje é inquestionável. O Flamengo de Dorival Jr. está na final da Libertadores

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