
A turbulência está chacoalhando o ambiente no
Flamengo
. O clima é tenso e traz à tona a possível demissão do técnico Paulo Sousa. O departamento de
futebol
coloca uma cortina de fumaça, mantém a programação normal e tenta contornar a situação enquanto não define o futuro.
Sousa se mantém no cargo com respaldo, principalmente do presidente Rodolfo Landim, que detém o voto soberano nas decisões do clube. As principais frentes do futebol: Marcos Braz (vice-presidente), Bruno Spindel (diretor executivo), Fabinho (gerente de futebol) e Juan (gerente técnico) também estão ao lado do treinador. No entanto, internamente, a sensação é de que a paciência está chegando ao limite.
A pressão, no momento, vai além dos bons resultados contra
Red Bull Bragantino
(amanhã) e Internacional (sábado), ambos fora de casa. A necessidade de Sousa provar a capacidade de extrair o melhor futebol para o elenco é o tema principal do debate. A atuação na derrota, em pleno Maracanã, para o Fortaleza, lanterna do Brasileirão, instaurou o clima de ‘poucos amigos’ para o técnico.
A sobrevida tem um motivo além da confiança no português. A saída de Sousa implica a necessidade de ter um técnico para assumir imediatamente. Precisando ir ao mercado para contratar, o Flamengo não tem uma comissão técnica permanente, ou seja, não há um substituto direto para ele.
No primeiro dia de trabalho de Sousa, em 10 de janeiro, o auxiliar-técnico permanente Mauricio Souza foi demitido do clube. A saída aconteceu justamente por conta da chegada da nova comissão técnica. Na ocasião, inclusive, Mauricinho treinava a equipe para o início do Carioca, que no fim foi comandada por Fabio Matías, ex-treinador do sub-20.
Desde então, o Flamengo não possui um responsável para a eventual transição em uma troca de comando. Sem Fabio Matías, que se despediu do clube para assumir o sub-23 do Red Bull Bragantino, o Rubro-Negro teria Mário Jorge, atual técnico da base, como primeiro da fila para assumir o profissional.
Pressionado como nunca, Sousa se vê na corda bamba e precisando cruzar a linha tênue entre resultado e desempenho em campo. A pressão, no momento, vai além de conquistar três pontos e o técnico entende que precisa apresentar a melhor performance do elenco. Em meio a isso, em coletiva, o treinador falou sobre as críticas.
“Sei a importância de termos coragem de não agradar em alguns momentos. Como sei que Deus nunca nos deu espírito de covardia. É nos momentos difíceis que temos que ser mais convictos e certos”, disse após a derrota para o Fortaleza.
A sequência de viagem e a estadia fora do Ninho é vista como uma segunda sobrevida de Sousa. A maratona de jogos no Rio aconteceu justamente no período em que o técnico recebeu mais críticas, e teve as partidas em casa para aliviar a pressão. No entanto, as quatro vitórias em cinco confrontos não foram o suficiente para o treinador ter a segurança no cargo.
No holofote,
Sousa está refém das próximas atuações do Flamengo
. Enquanto isso, o respaldo da diretoria parece estar com os dias contados e, internamente, a permanência para o restante da temporada fica cada vez mais complicada.
Multa
Paulo Sousa assinou o contrato até dezembro de 2023. A multa rescisória, no entanto, é diferenciada neste primeiro ano de vínculo. Até dezembro de 2022, o montante é referente aos salários que faltam para cumprir nesta primeira parte do vínculo. Ou seja, o valor reduz mês a mês.
Reapresentação e cortina de fumaça
Ontem (6), a cúpula de futebol esteve presente no Ninho do Urubu para acompanhar o dia de reapresentação. Braz, Spindel, Fabinho e Juan marcaram presença, monitoraram de perto e reforçaram que o planejamento da semana será mantido. Cabe destacar que não houve nenhuma reunião de cobrança, seja com a comissão técnica ou com os jogadores. Quem esteve no centro de treinamento relatou que o dia normal.
Desta forma,
Sousa seguiu o cronograma
. Comandou o treinamento e planeja para os compromissos da semana. A delegação viaja hoje (7) para Atibaia, onde será sede até sexta, antes de embarcar para Porto Alegre. Neste período, o Fla encara o Bragantino, amanhã (8), e o Internacional, sábado (11).
