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O Flamengo organizou a festa pro adversário comemorar


Não existia muita dúvida sobre quem era o organizador do evento. Maracanã lotado, decoração toda em preto e vermelho, bandeiras especiais com a imagem dos dois Diegos, Ribas e Alves, penduradas sobre o setor norte. Tudo isso em um jogo contra um adversário já rebaixado, marcando a despedida de dois atletas. Um clima tão festivo que teve até sessão de fotos com taças e famílias antes do início da partida.

Mas também não existe questão de que, se o Flamengo organizou a festa, foi o Avaí que não apenas ficou responsável por garantir salgado e refrigerante como ainda teve que levar o próprio bolo, cortar e cantar pra si mesmo parabéns, além de aproveitar pra levar pra casa todos os presentes.

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Afinal, foi o time catarinense que fez absolutamente tudo na partida deste sábado. Os dois gols do Avaí? Feitos pelo Avaí. O gol do Flamengo? Feito pelo Avaí. Gols perdidos na cara de Diego Alves pra que ele pudesse ter um conteúdo bacana pra postagem no Instagram? O Avaí garantiu. Aliás, o Avaí proporcionou até uma bola esquisita na altura certa pro Diego Ribas dar aquela bicicleta maluca.

Diego Alves
Complicado dizer se Diego Alves fez defesas de campeão ou o Avaí deu vários chutes de rebaixado
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

E se o time de Santa Catarina se viu obrigado a, tal qual uma mãe explorada pela família, colocar as duas mãos na cintura e falar “tudo eu” enquanto garantia toda a emoção do jogo, também é fato que o Flamengo, tal qual um pai que promete consertar coisas na casa e nunca faz, esteve total e absolutamente ausente do confronto de hoje, seja no nível técnico, físico ou até mesmo espiritual.

Não que a rodada fosse exatamente importante, claro. Afinal, o Brasileirão acabou pro Flamengo já faz algum tempo. As taças que podiam ser conquistadas já foram. Uma vitória hoje não faria a menor diferença num ano que já teve Libertadores e Copa do Brasil e numa partida cuja função era realmente todo mundo poder bater palma para dois atletas que construíram uma importante história com a camisa rubro-negra.

Mas não deixa de ser vagamente constrangedor perder dentro de casa para uma equipe rebaixada após empatar com outra equipe rebaixada. Tudo isso após perder para outra equipe que estava lutando contra o rebaixamento. Não que uma equipe vencedora como a de 2022 não merecesse um belíssimo período de férias, mas foi um pouco desconfortável ver esse período acontecendo com os atletas ainda dentro do campo e disputando jogos oficiais.

Dorival Junior
Dorival começou a partida com gritos de “é seleção” e terminou ouvindo “volta Jesus”
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Mas com a partida de hoje, que com certeza vai ser mais lembrada pelas despedidas do que pela atuação bisonha, se encerra uma temporada das mais vitoriosas da história do Flamengo. Conquistamos pela terceira vez a América, vencemos pela quarta vez a Copa do Brasil, e não vão ser três jogos em clima de pelada de solteiros contra casados em que tanto os solteiros quanto os casados beberam muito na véspera que vão mudar isso.

Que venha então 2023, mais uma temporada onde precisamos brigar por tudo. Que venha um Mundial Interclubes onde vamos enfrentar apenas aquele que talvez seja o maior clube de futebol da história da Europa. E que venham mais obstáculos para esse Flamengo superar e mais taças pra ele levantar. Mas só em 2023, porque visivelmente esse ano ninguém ali tá mais com vontade de jogar bola não.

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