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O Flamengo mostrou que não precisa dar show pra saber decidir


O Flamengo não atacou como se esperava. Durante a maior parte da partida tivemos menos posse de bola, não dominamos as ações, e chutamos menos a gol. Da mesma maneira, o Flamengo não defendeu como se esperava. Passamos boa parte do jogo acuados, demos muito espaço ao ataque adversário, sofremos um gol que só pode ser explicado por algum tipo de crença do nosso setor defensivo de que o único animal capaz de realizar um bote é a cobra, sendo isso impossível para seres humanos. 

Mas ainda assim o Flamengo venceu, ainda assim o Flamengo saiu com a vantagem, ainda assim o Flamengo leva um resultado excepcionalmente positivo para a partida de volta da Copa do Brasil. E por que? Porque, ainda que não tenha jogado tão bem, ainda que não tenha realizado o futebol exuberante que mostrou em partidas anteriores, o Flamengo soube, mais do que nunca, ser decisivo.

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Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Um decisivo que começa por mais uma grande atuação de Santos, que defendeu ao menos duas bolas dificílimas e mostrou mais uma vez que um bom goleiro é mais ou menos como um governo democrático: se você não tem a sua vida fica bem mais complicada, o clima de medo tende a ser constante e quando você menos esperar uma desgraça vai acabar acontecendo.

Pra quem já teve Hugo e seu constante estado de colapso emocional e Diego Alves e todos os dramas que vive o homem na terceira idade, ver Santos debaixo das traves demonstrando sua imensa aversão ao rebote é sim um alívio e um privilégio.

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Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Depois porque temos hoje, no mesmo time, os dois melhores meias do Brasil, capazes de decidir a partida com uma jogada, um passe, um drible. Everton Ribeiro com o cruzamento magistral para o belíssimo gol de João Gomes, mais um moleque de ouro da Gávea, e Arrascaeta com toda a jogada do segundo gol, mostram mais uma vez que são jogadores que, mesmo na noite menos inspirada, ainda são capazes de tirar o coelho da cartola, de encontrar a carta na manga, de armar a jogada que descomplica o jogo que poderia ser ainda mais enrolado.

E depois porque temos elenco. Se contamos com Pedro, um atacante de regularidade extrema e Gabigol, esse maluco imprevisível que perde um gol mas na mesma partida encontra outro decisivo, hoje foi a vez de Everton Cebolinha desencantar, marcando o terceiro gol exatamente quando o São Paulo mais parecia ter começado a acreditar no empate e garantindo um 3×1 que coloca o Flamengo numa situação um tanto quanto confortável na busca por uma vaga na final da Copa do Brasil.

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Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Porque hoje o Flamengo realmente não mostrou a qualidade que se esperava e encontrou grandes dificuldades para enfrentar um São Paulo que se mostrou organizado e disposto dentro do Morumbi. Mas quando a qualidade faltou, quando a partida não correu como o esperado, o Flamengo conseguiu encontrar, mesmo numa noite sem tantas chances criadas, a eficiência para aproveitar as chances que apareceram, sendo decisivo exatamente quando mais precisou decidir.

E é óbvio que gostamos de ver um Flamengo ofensivo, propositivo, que domina as ações e amassa os adversários. Mas se quando esse Flamengo ideal não estiver disponível nós pudermos contar com uma equipe inteligente, eficiente e que faz bom uso das poucas oportunidades que consegue criar, pode sim ser o bastante pra que a gente consiga levantar as taças com que estamos sonhando. Ao menos hoje, com toda certeza, foi o bastante sim. 

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