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O dia em que Vinicius Jr. fez companheiro de seleção brasileira chorar com celular, tênis e presentes


Atacante do Real Madrid pode ser uma das armas do técnico Tite na seleção brasileira para o jogo contra a Colômbia, nesta quinta-feira, pelas eliminatórias da Copa do Mundo 2022

A grande fase vivida por


Vinicius Jr.



faz um jogador do Manaus FC, que disputa a terceira divisão do Campeonato Brasileiro, ficar ainda mais feliz e voltar no tempo.

Quando foi chamado pela primeira vez para a




seleção brasileira



sub-15, Guilherme Pira

teve a chance de vivenciar um lado pouco conhecido do atual astro do




Real Madrid



, durante uma excursão para os Estados Unidos, em 2015.

Pira, que defendia à época o Desportivo Brasil, do interior de São Paulo, era o único jogador de uma equipe menor na convocação do técnico Claudio Caçapa. Vindo de uma família humilde, ele precisou tirar o passaporte às pressas e nem sequer tinha um telefone celular ou dólares para gastar nos EUA.

Enquanto isso, Vini Jr. já recebia um bom salário do


Flamengo


, tinha patrocinadores de marca esportiva e era cogitado em grandes clubes da Europa. Mesmo com a grande diferença de realidades, os garotos criaram uma boa amizade.

“Já tinha ouvido falar nele e o curioso é que a turma dele foi o pessoal que mais me enturmei. A gente tinha a nossa resenha e brincávamos muito, contávamos piadas. Um dia, o pessoal estava conversando e cada um contando a sua história de vida. Foi muito bacana compartilhar esses momentos”, contou Pira ao

ESPN.com.br

.

Logo após um treino, os garotos foram passear em um parque norte-americano que possuía algumas lojas. O garoto do Desportivo Brasil começou a notar um comportamento diferente dos companheiros e ficou um pouco chateado.

“Eles ficaram conversando entre eles e começaram. Fiquei meio assim e pensei: ‘O que será que aconteceu? Fiz alguma coisa errada?’. Daqui a pouco, começou a chegar um monte de cosia para mim, como camisas, bermudas e um monte de outras coisas. O Vini chegou e me deu um tênis: ‘Para você, Pira’. Nisso, começou a choradeira”, contou.

Como se não bastasse, os jogadores da seleção pediram permissão para a comissão técnica para fazer outra surpresa para Pira durante o jantar do grupo.

“No restaurante chegou um celular pra mim. Não aguentei. A gente começou a rir e a chorar. Foi um momento especial. Foi uma surpresa muito grande. Nós tiramos uma foto que virou capa de todas as minhas redes sociais”, disse Pira.

O gesto dos garotos deixou o treinador da seleção bastante emocionado.

“Isso ficou marcado pra mim e para a minha comissão. Foi algo que nos tocou muito porque você vê a sensibilidade dos meninos de 14 anos fazerem um gesto como esse, foi incrível. O Vinicius, que já tinha um pouco mais de condições, foi um dos que mais deu dinheiro para que pudesse acontecer esse fato e comprar tudo”, disse Caçapa.

“Foi uma atitude espontânea deles, ninguém pediu para eles fazerem isso. Por isso o Vinicius merece chegar aonde chegou. Um cara que tem um coração desses merece conquistar o mundo!”, elogiou o treinador.

Passados cinco anos, os caminhos da vida afastaram os antigos colegas de seleção. Enquanto Vini Jr. despontou no Flamengo e foi vendido rapidamente ao Real Madrid, em 2018, Pira está na batalha para virar um grande jogador.

Passou pelas bases de Corinthians, América-MG e Sport antes de estrear como profissional, em 2021, pelo São Caetano. Depois, jogou pela Inter de Limeira até chegar ao Manaus FC, que disputou a Série C do Brasileiro nesta temporada.

“Eu tenho guardado o celular até hoje com a minha avó, em Piracicaba. É como se fosse um troféu! O Vini é um grande ser humano, uma pessoa que admiro e que Deus o abençoe! Torço demais por ele”, disse Pira.

‘Vou convocar sempre’

Destaque da base do Flamengo, Vini foi chamado pela primeira vez para as seleções de base por Claudio Caçapa, que comandava a seleção sub-15.

“Quando fui ao Flamengo, observei treinos, jogos e conversei com os treinadores dele. Ele já me chamou atenção e na hora pensei: ‘Esse não vai ter jeito, com certeza vai ser convocado todas as vezes comigo’. E não deu outra. Era o jogador que fazia a diferença, dava as assistências, fazia os gols e driblava muito bem porque já tinha uma velocidade muito grande. Ele vem dando sequência aquilo que já mostrava há muito tempo atrás”, disse.

“Era um meninão. Brincalhão, sorridente, você não via o Vinicius triste, estava sempre com sorriso no rosto nos treinos e na concentração. Sempre enchendo a paciência do campeonatos, era o cara que pegava no pé de todo mundo e era amado pro todos. Vejo os alguns treinos do Real e ele sempre está sorrindo”, contou o treinador.

Auxiliar-técnico do Lyon há várias temporadas, Caçapa tem acompanhado de perto a evolução do antigo pupilo, que enfrentou diversas críticas até conseguir se destacar no Real Madrid.

“Essa é a temporada dele. Ele está marcando mais gols e mais dando assistências. Acredito que ele ganhou amadurecimento que precisava e está se transformando no jogador que a gente já imaginava aos 15 anos”, afirmou.

Um dos artilheiros da equipe, Vinicius tem feito uma dupla afinada com Karim Benzema, antigo colega de Caçapa no Lyon.

“Hoje está bem melhor o entrosamento deles. São dois jogadores inteligentes. O Vinicius é driblador, pega profundidade, pega a bola nas costas do zagueiros, vai no um contra um. O Benzema sabe fazer tabelas, ir para área para finalizar e receber os cruzamentos. Os dois se completam e você vê os números deles. Acredito que tenham muito como evoluir como dupla de ataque. Quando se conhecerem melhor, acho que quem irá ganhar é o Real Madrid”, disse Caçapa.

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