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Novo gramado híbrido do Maracanã deve suportar 70 jogos no ano: “Tecnologia é a melhor”, diz CEO do estádio


As frequentes reclamações sobre o gramado do Maracanã estão prestes a se tornar coisa do passado. Pelo menos é o que espera a administração do estádio após a reforma de três meses e a instalação do gramado híbrido, que chega ao fim nesta semana. No sábado, o Flamengo volta ao palco para encarar o Bangu, e o Fluminense reestreia na semifinal do Carioca, no dia 19 ou 20 – o adversário será o Vasco ou o Botafogo.

Com respaldo da dupla Fla-Flu, a opção pelo gramado híbrido, com 90% de grama natural e 10% sintético, se deu justamente pelas condições ruins que o estádio apresentou em algumas partidas do ano passado. A tecnologia escolhida é uma das melhores da atualidade, de acordo com o CEO do Maracanã, Severiano Braga, e a expectativa é que

suporte os cerca de 70 jogos da temporada

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– A gente viu que teria que fazer uma coisa mais drástica, uma intervenção mais pesada. Hoje, o que a gente tem é o que tem de melhor. Existem outras tecnologias, mas essa que a gente está usando aqui é a melhor, está entre as melhores – disse Severiano Braga.

O novo gramado do Maracanã — Foto: André Durão/ge
1 de 5 O novo gramado do Maracanã — Foto: André Durão/ge

O novo gramado do Maracanã — Foto: André Durão/ge

Um dos diferenciais do novo gramado é o fato de ser plantado no próprio Maracanã. Antes, a grama era cultivada em outro local e chegava ao estádio em rolos. No entanto, era necessário acrescentar uma camada de argila para manter o formato de “rocambole”, o que dificultava a chegada de água e nutrientes até a raiz e causava uma deficiência de nutrição.

– Quando você planta (direto no estádio), ele está limpo, a gente colocou uma areia com granulometria correta, e a grama é plantada. Então, o gramado é melhor, ele resiste muito mais – disse.

A fibra sintética entra como um reforço ao gramado plantado. A empresa contratada realizou em trabalho em locais como o Estádio Lusail, que vai receber a final da Copa do Catar. A manutenção permanece a mesma, mas o CEO explicou que a administração adquiriu mais duas máquinas com corte diferenciado e uma escova que passa a “pentear” a fibra.

O Maracanã recebe Bangu x Flamengo no sábado — Foto: André Durão/ge
2 de 5 O Maracanã recebe Bangu x Flamengo no sábado — Foto: André Durão/ge

O Maracanã recebe Bangu x Flamengo no sábado — Foto: André Durão/ge

Para adotar a prática, houve consultas na Europa e ao River Plate, que adota um tipo de grama parecido com a “Bermuda”, usada no Maracanã. E as novidades não param por aí. O estádio promoveu a alteração da “moldura” do gramado, antes na cor azul, para um gramado sintético com um sistema de amortecimento que já era utilizado nos vestiários, com uma superfície similar ao campo.

Além disso, outra mudança veio a partir dos pedidos dos torcedores. A administração resolveu retornar à rede véu de noiva por conta dos comentários dos internautas nas redes sociais.

– Enquanto a gente estava fazendo a nossa obra, a gente estava sempre postando a evolução dos trabalhos. E a gente estava vendo os comentários. A gente entendeu que aquela nostalgia, que todo mundo fala do Maracanã, a gente tinha que dar a nossa contribuição. E aí a gente resolveu trazer o véu de noiva. Na hora que a gente colocou nas nossas redes sociais, saiu uma aceitação fantástica.

CEO explica primeiro jogo do novo gramado

Nas redes sociais, alguns torcedores criticaram o fato de o estádio receber Bangu x Flamengo, pelo Campeonato Carioca, em vez de Fluminense x Olimpia, pela Libertadores, em seu primeiro jogo após a reforma do gramado. As fibras sintéticas terminaram de ser costuradas no dia 1º de março, e o prazo para entrega do gramado era de 10 a 15 dias.

– Os clubes já sabiam que nessa época do ano não poderiam usar o estádio. O Fluminense tinha que informar a Conmebol qual que é o local de jogo com antecedência, isso envolve a Conmebol, a CBF, a Ferj e os clubes. Ele não pode simplesmente falar: “hoje eu vou jogar”.

Novo gramado do Maracanã já recebeu marcação — Foto: André Durão/ge
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Novo gramado do Maracanã já recebeu marcação — Foto: André Durão/ge

– Quando a gente fez o término da costura, eu passei outros cinco ou seis dias fazendo testes, porque a empresa que fez a fibra tinha que garantir que o que eu comprei estava entregue. Tinha que fazer todos os testes pra poder na hora falar: agora, sim, posso entregar pros clubes um campo de jogo. Então, a questão é o tempo e todos os protocolos que tem que seguir.


Fla e Flu com os mesmos direitos no Maracanã

– Flamengo e Fluminense têm igualdade de condições aqui dentro. O Maracanã tem o seu caixa. A gente tem as nossas receitas, e Flamengo e Fluminense, quando vêm fazer os jogos aqui, têm que pagar pra vir jogar. Tem aluguel, tem água, operação, e eles pagam. O que o Flamengo deve, ele paga. O que o Fluminense deve, ele paga, e a condição é igual pros dois. Não tem que um deve o outro. Não. Eu até brinco: eles estão rigorosamente em dia com as prestações do carnê. Então, está tudo certinho. Não tem essa coisa de diferença. Os hoje estão em dia com Maracanã.

– 70 é o que a gente tem aqui. Na verdade, o gramado natural é de 40 jogos. A gente fez o reforço com a fibra pra poder suportar os 70 jogos. Se for na Europa, pegar alguns estádio, eles têm 22 ou 25 jogos. Aqui a gente tem 70 por conta dos dois clubes, e eles estão sempre bem. Ano passado, alguns clubes não passaram na Copa do Brasil, não passaram na Libertadores, então eles tiveram durante o ano 30 jogos no gramado. Se eu comparar o Maracanã, com 70 jogos, com um de 30 jogos é covardia. É igual a uma pessoa. Ela tem que se recuperar. Ela faz uma caminhada, aí precisa ter um dia de descanso. Um jogador, que agora eles têm toda a medição de desempenho, poxa, vou tirar esse jogador desse jogo, porque já não está aguentando de tanto que a bateria é grande. O jogador joga de quarta a domingo, aí você sempre vê que o técnico tira um, tira outro… Aqui não tira. Aqui é quarta e domingo, quarta e domingo.


Cabe mais um clube na licitação?

– Pro gramado, é ruim. Já temos 70 jogos aqui. Mas a gente tem que sentar e conversar. Pro que a gente fez, é isso aí (70 jogos). Não vamos pra 71.

– Bom, as informações que eu tenho são as que todo mundo tem, né? No final do ano passado foi feita uma audiência pública, as pessoas levaram todas as informações pra lá, e o Governo ficou de compilar essas informações e tal, e colocar o edital na praça, né? A gente acredita que agora no mês de março isso já deve se tornar público, pro nosso consórcio poder participar e ter a longevidade de 20 anos.

Funcionário faz irrigação do gramado do Maracanã — Foto: André Durão/ge
4 de 5 Funcionário faz irrigação do gramado do Maracanã — Foto: André Durão/ge

Funcionário faz irrigação do gramado do Maracanã — Foto: André Durão/ge


A nova tecnologia acaba de vez com o problema do gramado?

– A gente trabalhou pra isso. Só que a tecnologia de gramado tem outras alternativas que vão acontecendo. Tem clubes que com um viveiro próprio para testes de novas tecnologias. Por exemplo, o Real Madrid ele tem o campo dele e um outro campo que ele faz o teste. Ele pega a tecnologia, entende como que é, leva pra dentro de casa, faz um laboratório e fala: ó, opa, agora eu também quero usar no meu gramado. Hoje, o que a gente tem é o que tem de melhor. Existem outras tecnologias, mas essa que a gente tá usando aqui é a melhor, tá entre as melhores.


Esse laboratório é um plano para o Maracanã?

Vamos lá, a gente a gente pensa em ficar com o Maracanã, né, tem o edital de licitação pra ocorrer. Então, em se ocorrendo esse edital de licitação, tá nos nossos planos, sim, ter uma coisa similar a essa, sim, pra gente poder ir fazendo esses testes. Pra fazer esses testes de laboratório, a gente tem que realmente arrumar uma área, igual a gente tem nosso arrendamento lá em Saquarema, a gente também pode fazer isso lá, ir fazendo os testes pra depois trazer pra cá. Aqui nos arredores do Maracanã a gente ainda não tem isso, mas a gente consegue em outro local fora daqui fazer isso.

– Ela rentrou aqui no gramado, fez dois milhões de furos, 24 horas por dia trabalhando. Essa máquina, a cada dois centímetros, ela fazia um furo no gramado. São dezoito centímetros pra dentro do gramado e sobram dois centímetros pra fora. Porque a grama, o nosso corte que a gente faz parte pros clubes aqui, ele tem 2,2 centímetros. Então, a gente deixou ela com dois. Que a grama natural vai crescer, eu vou cortar sem danificar a fibra sintética que a gente colocou. Os campos da Champions, de 32 campos, 22 são dessa tecnologia, então essa máquina veio pra nos ajudar. O gramado já é plantado, e teve também a fibra de reforço.


Máquina de auxílio na fotossíntese

– A gente tem aqui, já falamos isso, mas as pessoas acham que a gente tá procurando desculpa, mas não é verdade. Esse é um equipamento auxiliar para a fotossíntese do gramado. Então, depois que foi feita a reforma da Copa do Mundo, reduziu-se a área de sol no gramado. A gente teve uma área de sombra aumentada. E pra gente compensar essa falta de sol, a gente entra com esse com essa iluminação artificial. Hoje o Maracanã tem três dessas lâmpadas, que a gente a partir de agora vai ter que começar a utilizar.

Máquina promove luz para auxiliar na fotossíntese na área de sombra do Maracanã — Foto: André Durão/ge
5 de 5 Máquina promove luz para auxiliar na fotossíntese na área de sombra do Maracanã — Foto: André Durão/ge

Máquina promove luz para auxiliar na fotossíntese na área de sombra do Maracanã — Foto: André Durão/ge

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