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No dia dos pais o Flamengo deu de presente uma história pra gente contar


Um erro muito comum, principalmente entre pessoas que não gostam tanto assim do esporte, é achar que futebol é sobre gols. Que futebol é sobre pontos, que futebol é sobre partidas, que futebol são 22 homens correndo num gramado atrás de uma bola – ainda que dois corram menos e possam usar as mãos, claro.

Não que futebol não seja sobre isso, claro. Futebol é sobre gols, futebol é sobre pontos, futebol é sobre partidas, e futebol, a grosso modo, são sim 22 homens correndo num gramado atrás de uma bola, ainda que dois corram menos e possam usar as mãos. Futebol é também sobre taças e jogadores e competições e sobre patrocínios e arbitragens e carrinhos e cartões e laterais. Mas futebol é acima de tudo sobre histórias.

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Superando a marcação do outro time, do próprio time, se a polícia tentasse segurar não ia conseguir
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Sim, histórias. Porque o Flamengo, por exemplo, é um clube. Ele se sustenta com títulos e verbas e contratos e ele se manifesta em campo através de jogadores e disputa partidas e depende de resultados. Mas tente reparar no que realmente torna ele real, no que realmente torna ele diferente, no que fica nas músicas, no que é lembrado por décadas, no que vai estar aqui quando ninguém mais conseguir se recordar de onde vinham as verbas, como foram todas as partidas, quais foram exatamente os resultados. Vamos lembrar das histórias.

A filha vai lembrar do jogo em que ela, no colo do pai, viu o Flamengo golear aquele time de branco no Maracanã. O neto vai lembrar de como o avô atirou ele pro alto quando o mesmo zagueiro fez dois gols naquela partida que ele na verdade nem queria tanto ir. Os irmãos vão lembrar de como foi a primeira vez que viram mais de 60 mil pessoas juntas puxando um ola e cantando olé, numa comunhão esportiva que eles nunca tinham vivido.

E tanto quanto um time, tanto quanto um clube, o Flamengo é uma história que nós seguimos contando, todos os dias. Contamos pros nossos filhos, pros nossos irmãos, pros nossos afilhados, pros nossos netos. Dividimos entre amigos e colegas e desconhecidos no estádio, no trabalho, no metrô e recontamos para nós mesmos, como forma de lembrar quem somos, o que vivemos, o que passamos. Como forma de não deixar essa memória morrer. 

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O alucinado marinho após uma tarde absolutamente alucinante
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Porque é isso que tudo se torna, memória. A tarde em que Marinho, que alguns meses atrás era apenas um doidinho que a gente não sabia o que fazia no Flamengo, deu 3 assistências, vira a memória que vamos usar pra não xingar tanto ele da próxima vez. A visão de Lázaro e Vitor Hugo impressionantes nestes últimos jogos pode ser o que vai sobrar quando ambos estiverem brilhando no futebol europeu. Pedro deixando o quinto gol já no apagar das luzes pode ser o que você vai contar pros seus netos quando falar que o artilheiro da Copa de 2022 jogava no seu time. Vai saber.

E hoje o Flamengo pode não ter feito “História” com h maiúsculo – afinal, apesar da bela goleada se trata de uma partida no meio do Brasileirão, quando ainda estamos longe do líder, antes de outro jogo que tende a ser bem mais importante – mas ele fez o que sabe fazer melhor, que é gerar histórias e memórias. Histórias que pais vivem com filhos, que avós vivem com netos, que irmãs vivem entre si, que vão ser contadas muito depois que Gabigol, Arrascaeta, Dorival e todos nós tivermos ido embora e que ficam muito mais bonitas em tardes como a de hoje.

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