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“Não vai criar uma liga dizendo que os grandes têm que dar aos pequenos”


Dono do Botafogo, John Textor surpreendeu a opinião pública em uma entrevista ao portal ge. Após provocar o Flamengo no passado, o investidor americano se juntou ao Rubro-Negro em favor da criação da Liga Brasileira (Libra), na última sexta-feira (13).

“Não penso muito em ‘nós contra o Flamengo’, eu penso mais em onde estaremos no quadro total, entre primeira e segunda divisões. Nós estaremos na parte de cima”, comentou o investidor. Com uma mentalidade de Premier League, John Textor opinou sobre uma dos grandes fatores de divergência na Liga Brasileira: a divisão de cotas de TV e receitas. Isso porque os clubes grandes e mais estruturados financeiramente desejam receber mais em variáveis do que os clubes menores. Um dos prejudicados por esse modelo seria o Botafogo, mas Textor não vê problema nisso e até considera o mais justo.

“Em relação ao poder econômico do Flamengo, ele existe desde antes da minha chegada. Eu não posso fazer nada em relação ao fato de que eles têm 40 milhões de torcedores e 200 milhões de dólares em faturamento. É o que é. Você não vai criar uma liga nova dizendo que os grandes têm que dar aos pequenos e que esta é a única maneira que isso vai funcionar. Nós temos que entender que a realidade é a realidade. Temos que trabalhar juntos para aumentar a torta”, disse.

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Um dos grandes desejos dos clubes não signatários à Libra é que os clubes com maiores cotas abram mão de parte do dinheiro para repassar aos demais. John Textor classificou essa atitude como “irracional em qualquer negócio”. Além disso, ele disse que odeia isso, como rival, mas que é fato.

“É irracional que em qualquer negócio, com qualquer pessoa, alguém vá tirar dinheiro do bolso e vá te dar 25% das receitas deles, porque eles também estão em uma organização com equilíbrio. Eles não podem perder dinheiro nos primeiros anos para que os pequenos se sintam bem. Isso é algo que aconteceu por muitos anos e não sem razão. Eles têm uma grande e bem-sucedida organização, eles têm sido maiores e melhores. Nós odiamos isso, como rivais, mas é a verdade”, completou.

O presidente do Athletico, Mario Petraglia, foi um dos contrários à divisão de 40-30-30 (40% de forma igualitária, 30% por premiação e 30% por audiência). O mandatário paranaense deseja uma divisão 50-25-25. Por outro lado, John Textor preferiu não opinar concretamente sobre o tema, mas ressaltou que ela é justa com clubes maiores, como o Flamengo.

“Na fórmula, não tenho certeza sobre como ela está agora, mas do jeito que ela começou, com 40-30-30… 40% para dividir igualmente, 30% baseados em performance e 30% em engajamento dos fãs. A única coisa que tentei dizer é: agora, e com o tempo, porque essa fórmula será usada por tantos anos, será incrível se as regras forem colocadas para incentivar certos tipos de comportamentos, aqueles que ajudarem todo mundo. Sim, essa fórmula é muito pensada em relação ao passado, em quem traz valor. Sim, FlamengoCorinthians e Palmeiras merecem isso”, ressaltou.

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Por fim, John Textor trouxe um ponto sobre a discussão de divisão de receitas no Brasil: não se trata de dividir o montante, mas de aumentar ele. O investir ainda revelou que vem recebendo cobranças de botafoguenses sobre uma possível aliança com o Flamengo, mas ele fez questão de explicar sob o ponto de vista empresarial.

Todo mundo está brigando por uma torta e sobre como dividir os pedaços dela, e eu vejo muito pouca gente falando sobre como aumentar essa torta. Quando você a expande, você começa a trazer dinheiro para essas relações, a política começa a ser deixada de lado, porque as pessoas estarão recebendo dinheiro, serão financiadas e estaremos progredindo. Participar dessa reunião com uma visão de fora, de aumentar a torta, em relação aos mercados que viemos… (…) Muitos dos nossos fãs disseram: “John, como você pode se aliar ao Flamengo?” Sabe, batalhar no campo e colaborar na direção é o que a Premier League faz muito bem.

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