Foram 101 dias contados. Fabrício Bruno precisou de muito mais do que paciência para voltar ao time do
Flamengo
após sofrer lesão rara no pé.
A indefinição do diagnóstico, o tratamento demorado e a falta de previsão levaram o zagueiro ao desgaste além dos impactos físicos. O trabalho mental foi fundamental para que voltasse em alto nível contra o Corinthians e conquistasse a confiança de Dorival Júnior. Neste domingo, será novamente titular no duelo contra o Avaí, na Ressacada.
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Fabrício Bruno precisou de 101 dias para se recuperar de grave lesão — Foto: Marcelo Cortes / CRF
Fabrício Bruno precisou de 101 dias para se recuperar de grave lesão — Foto: Marcelo Cortes / CRF
Após a volta aos gramados na partida contra o Corinthians, em São Paulo, há duas semanas, o defensor rubro-negro chamou a atenção não somente pela firmeza dentro de campo, mas também com as palavras. Em depoimento importante, revelou o acompanhamento com uma psicóloga até mesmo no dia da partida em Itaquera e trouxe para o debate uma pauta que ainda é tabu para alguns no futebol.
“Eu precisava provar para mim mesmo que tenho condição. Tive a consciência de que minha lesão foi grave e trabalhei, principalmente mentalmente. No dia do jogo com o Corinthians, pela manhã de 11h até 12h, falei com minha psicóloga para trabalhar minha mente para o confronto difícil que teríamos”
– Foram três meses e dez dias onde repensei muitas coisas e trabalhei para voltar em alto nível. Sei do manto que eu visto e sei que aqui tenho que trabalhar. Só assim vamos conquistar nossos objetivos.
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Fabrício Bruno faz acompanhamento com psicóloga desde 2020 — Foto: Gilvan de Souza / CRF
Fabrício Bruno faz acompanhamento com psicóloga desde 2020 — Foto: Gilvan de Souza / CRF
O trabalho mental, no entanto, não é novidade para o zagueiro. Desde a transição do Cruzeiro após o rebaixamento de 2019 para a contratação como promessa pelo Bragantino, Fabrício, agora com 26 anos, se atentou para importância de ter corpo e mente equilibrados para alcançar o potencial indicado por especialistas desde a base. Foi quando procurou ajuda profissional, em 2020.
A psicóloga
Camila Barros Valicent
e, com passagens por Atlético-MG, Cruzeiro e Minas Tênis Clube, se tornou a confidente de Fabrício e peça fundamental para evitar que a ansiedade tomasse conta nos 101 dias longe do gramado. O primeiro um mês e meio não indicava evolução no tratamento até que o diagnóstico preciso sugerisse uma pequena intervenção cirúrgica para redução das dores e cura da lesão.
Neste período, Fabrício encontrou refúgio também no pequeno Lucca, filho que completa um ano em setembro, na esposa Anna Clara, pais e irmão, que foram de Minas ao Rio de Janeiro. Caminhada que mexe com o jogador ao relembrar:
– Fico até emocionado. Foi um momento difícil para mim. Vinha em uma sequência boa, tive uma lesão séria, mas a todo instante procurei manter a tranquilidade. Há coisas que fogem do nosso controle. Em seis anos como profissionais, tive apenas três lesões e três traumas. Lesão muscular eu posso me cuidar, fazer preventivo, mas trauma está fora do controle. A gente acaba ouvindo coisas que não deve.
“Trabalhei muito para chegar aqui, em momento algum vou sentar em cima de contrato. Ninguém machuca porque quer. Sou grato a todos os médicos e fisioterapeutas do
Flamengo
. Foram três meses e dez dias até voltar, e é uma vitória pessoal”
Depois de recuperado, Fabrício ainda teve que superar a Covid-19 que o tirou do jogo com o Tolima, pela Libertadores, até a partida contra o Corinthians.
Escolhido para Dorival Júnior para substituir David Luiz durante a classificação para o Atlético-MG, o jogador volta a ser titular neste domingo, às 11h (de Brasília), contra o Avaí, na Ressacada, pela 19ª rodada do Brasileirão. Mais uma oportunidade para quem sabe bem as dificuldades de esperar 101 dias contados parar entrar em campo.
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