O
Palmeiras
praticamente viu encerradas as suas chances de título brasileiro ao
perder o clássico para o São Paulo
na última quarta-feira (17), embora já estivesse a uma distância considerável do líder
Atlético-MG
, a partir do momento em que o time de Abel Ferreira teve um período sem vitórias na competição, em uma temporada na qual foi eliminado da Copa do Brasil pelo CRB e perdeu título paulista para o São Paulo, além da Recopa Sul-Americana e a Supercopa do Brasil.
No podcast
Posse de Bola #179
, Mauro Cezar Pereira afirma que apostar tudo no título da
Libertadores
para não encerrar a temporada sem um título é muito pouco para um time com o elenco e o investimento do Palmeiras, considerando que o trabalho de Abel Ferreira no período é muito ruim e que, mesmo com título continental, isto deveria entrar na avaliação do clube no fim do ano.
“O Palmeiras já há algum tempo, na prática, jogou a toalha no Brasileirão, teve aí sete ou oito jogos sem vencer, perdeu contato com a liderança, ficou muito longe e já sabia que as chances eram matemáticas, se conformou com isso e há muito tempo só pensa em ganhar a Libertadores para salvar uma temporada muito ruim do Abel Ferreira, lembrando que forma fracassos em todas as competições que o Palmeiras disputou nessa temporada, inclusive com derrotas para CRB, para Defensa y Justicia, times tecnicamente bem inferiores, além de duelos perdidos para Flamengo e São Paulo, importantes rivais, em disputas por taças”, diz Mauro Cezar.
“Tudo isso está no pacote de uma temporada muito ruim do Abel Ferreira, que conta com a boa vontade muito grande de parte da mídia e que só lembra os seus momentos de glória, que têm que ser lembrados, mas no contexto de tudo o que ele fez, não podemos ignorar que em 2021, nesta temporada, o Palmeiras não ganhou nada, não brilhou, não jogou bem, salvo momentos, como os jogos que antecederam a derrota para o Fluminense”, completa.
O jornalista afirma que no caso do Flamengo, a distância para o título brasileiro ocorreu não pelo fato de o clube estar voltando todas as suas fichas para a Libertadores, como o Palmeiras, e diz que para os dois clubes é muito pouco que eles se contentem com a disputa do título em Montevidéu.
“São vários pontos que o Flamengo com o Renato perdeu e isso entra na conta também da avaliação do Renato. No Palmeiras eu acho que se esquece um pouco isso porque tem a esperança e a chance de ganhar a Libertadores. No Flamengo, não, e é assim que tem que ser, deveria ser assim nos dois, porque ambos têm elenco e investimento para brigar nas duas frentes, é muito cômodo para técnico de
futebol
dirigir o elenco de R$ 200 milhões ou de R$ 150 milhões, que seja, ter uma possibilidade de título e ficar a ele se agarrando, eu acho que a análise da temporada tem que englobar o todo e não apenas uma possibilidade de ganhar”, diz Mauro.
O jornalista acredita até que a manter uma boa sequência de partidas no Campeonato Brasileiro, caso ganhe a Libertadores, Renato Gaúcho recuperará o prestígio no Flamengo e a diretoria não terá como trocá-lo, embora considere que a análise deveria ser mais abrangente do que apenas o título, assim como no caso de Abel no Palmeiras.
“Se o Flamengo fizer um bom papel em Porto Alegre nesses dois jogos contra Inter e
Grêmio
e ganhar a Libertadores, o Renato vai limpar a barra dele, porque dificilmente a diretoria do Flamengo vai ter a coragem de falar ‘ganhamos a Libertadores, mas vocês estão satisfeitos com esse futebol? Vocês acham bom o trabalho com esse técnico?’. O mesmo vale para o Abel Ferreira. Eu já ouvi que o Palmeiras quer que ele continue, o Palmeiras tinha que fazer uma avaliação profunda do trabalho do treinador, porque a temporada dele não é boa”, diz Mauro.
“Para o Palmeiras não pode bastar disputar o título da Libertadores, tem que ser mais, é como eu penso, e para o Flamengo a mesma coisa. Porque a disparidade em termos de investimento, possibilidades e condições de trabalho é muito grande”, conclui.
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