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Marília Ruiz: O que é que os brasileiros não têm?


Às vésperas do fechamento de mais uma janela europeia de transferências, uma verdade inconveniente se escancara: não temos mais aquele borogodó irresistível, não. Aceitem.

Há anos falamos da hegemonia brasileira no continente (Sul-Americana e Libertadores na conta ano si, ano sim, ano também), e nossos reis da América, artilheiros da temporada, revelações do ano e craques que o Tite não convoca seguem chamando ZERO atenção dos principais times do mundo.

Salvo alguma surpresa de última hora, a negociação de Yuri Alberto por 20 milhões de euros (importante aqui graças à desvalorização cambial; mais ínfimos se não fizermos a conversão) será a mais importante.

Palmeiras campeão de tudo em 2021? Chamaram atenção os meninos da Copinha.

Atlético arrasador e campeão da tríplice coroa? Vendeu seu melhor (ex) zagueiro, Junior Alonso, por irrisórios US$ 8 milhões para o Krasnodar.

Flamengo? Ainda que a perda esportiva seja evidente, negociou o reserva Michael por US$ 8,6 milhões.

Hulk? Rafael Veiga? Gabriel Barbosa? Os selecionáveis Arrascaeta e Everthon Ribeiro? O ótimo Weverton?

A explicação para a falta de interesse nos nossos mora na mudança clara de foco dos departamentos de análise de desempenho dos times europeus, na falta de exposição dos nossos principais campeonatos, na falta de bola…

Verdades inconvenientes deveriam fazer tirar quem manda e pode reagir da zona de (des)conforto. Se os nossos clubes são essencialmente vendedores, falta, para o falar o mínimo, espírito empreendedor e lógica: qual a chance de darmos certo se apostamos em montar times que não devem durar nem um ano (porque a janela do meio do ano costuma ser muito mais feroz por aqui), em campeonatos “escondidos” e ruins, e em jogadores carésimos e nada atraentes para fora?

Quem acompanha a Copa Africana de Nações fica impressionado (talvez surpreso) com a quantidade de jogadores que atuam na Europa. Pois é. Academias que “exportam” atletas à “encomenda” são cada vez mais populares no continente, que também sofre com o assédio cruel do Euro frente às moedas locais.

Aqui achamos que o borogodó vai durar para sempre, porque brotam talentos.

Não é assim. Está bem óbvio.

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