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Lavieri: Liga de clubes do Brasil não vai para frente só com dinheiro


Boa parte dos clubes deixou a reunião da CBF ontem (7) com otimismo em relação à evolução da Liga de clubes no Brasil. A entidade conseguiu manter o peso das federações na sua eleição e, em troca, prometeu apoio para que a organização do Brasileirão fique com os times. O dinheiro para isso está aí, mas falta fazer quem quer investir confiar no produto.

Nas últimas tentativas de formar um grupo, inclusive nas mais recentes, sempre houve atritos. O último deles foi a divisão de grupos entre os que estão na elite. São dez de um lado (América-MG,

Atlético-GO

, Athletico, Avaí, Ceará,

Coritiba

, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude) e os paulistas com o Flamengo do outro. Esse segundo grupo já tem um princípio de entendimento com investidores, mas ainda não conseguiu o apoio do restante, que quer uma divisão mais igualitária dos direitos de televisão.

Será que Flamengo e

Corinthians

vão topar abrir mão de parte do dinheiro para que clubes como Fortaleza e Ceará recebam mais da TV? Será que a promessa de Duílio Monteiro Alves, presidente corintiano, vai se transformar em realidade ou ele vai seguir os exemplos de seu antecessor e conselheiro, Andrés Sanchez?

Será que haverá o entendimento de que é preciso valorizar o produto para que todos consigam ganhar mais dinheiro no longo prazo? Será que os clubes endividados vão topar levar para frente a ideia de fair play financeiro, onde só pode existir gasto se houver comprovação de como aquilo será pago, sem que os que têm as contas em dias sejam prejudicados na competição com os que gastam sem pagar?

Antes dessa divisão que ficou explícita no encontro de ontem (7), as reuniões já tinham ficado marcadas por desentendimentos entre os presidentes do Athletico e do Bahia, por rusgas com atitudes individuais do Flamengo, como nas tentativas de burlar o pacto feito durante a pandemia, e até mesmo por briga de reservas de hotéis na Supercopa.

No próximo dia 15 de março, a XP, a La Liga e Alvarez & Marsal vão têm encontro marcado com os clubes. Todos os envolvidos sabem da mesma coisa: não vai adiantar apresentar ideias, projetos e mudanças se antes os próprios times não entrarem em um acordo. Qual investidor vai topar colocar grana se não confiar na organização da ideia?

O

futebol

brasileiro precisa se livrar do “eucentrismo”, onde os dirigentes sempre colocam os seus próprios interesses à frente do produto como um todo. Já passou da hora de entender que o Brasileirão só vai mudar de patamar quando o mais importante não for apenas o seu próprio patamar.


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