TORCEDORES: Por Bruno Romão e Rafael Alves

Como possui sua própria equipe técnica, com profissionais de sua confiança, Jorge Jesus promoveu saídas em sua chegada ao Flamengo. Em entrevista ao SporTV, o português relatou parte do diálogo que teve com Marcos Braz, que foi informado sobre a necessidade de mudanças em relação ao ambiente de futebol do clube. Dessa forma, a pasta em questão acabou ficando com poucos remanescentes em seu quadro de funcionários.

“Não deixei nenhum legado (no Flamengo). Quando cheguei ao Flamengo, o Marcos Braz disse que (o clube) tinha um treinador (auxiliar), quatro nutricionistas, vários scouting… Eu disse que não queria. A minha equipe técnica iria fazer o trabalho todo. Escolhi algumas pessoas e disse ao Dr. Tannure para escolher um dos nutricionistas entre os quatro, o scouting foi a mesma coisa”, declarou.

Para que seus métodos não sejam registrados, Jorge Jesus não admite nenhum tipo de filmagem dos treinos. Além disso, o ‘Mister’ sequer promove a prática de estágio com outros colegas, já que todo o trabalho é fruto de uma grande experiência no futebol e ele preza por total sigilo. Sendo assim, a decisão foi tomada nos últimos trabalhos, tendo em vista que Flamengo e Benfica atenderam a exigência do português.

“O Benfica tem câmeras onde a gente treina. Eu cheguei lá (e disse): ‘Câmeras fora! Ninguém vê meus treinos!’. Não deixo ninguém ver meus treinos. No Flamengo, eu fiz exatamente a mesma coisa. Andei a queimar pestanas durante 50 anos, foram as coisas criadas por mim. Portanto, não deixo ninguém ver meus treinos. Muitos colegas pedem para fazer estágio comigo e eu não deixo. Não aceito (que façam estágio comigo)“, afirmou.

O treinador ainda apontou um defeito do futebol brasileiro: a falta de valorização do campeonato nacional. Em entrevista ao programa “Bem, Amigos!”, do SporTV, o português ressaltou a qualidade dos jogadores e colocou a Série A do Brasileirão entre as competições mais fortes do mundo.

“Vocês aqui no Brasil têm, na minha opinião, entre aspas, um “defeito”, que é valorizar muito o que é europeu. O Campeonato Brasileiro é um dos mais fortes do mundo. E quem trabalha nesta indústria deveria valorizar mais, exportar isto para fora do Brasil”, disse o ex-treinador do Flamengo e atualmente sem clube.