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Isonomia no estádio dos outros é refresco!


Torcida única é sempre uma aberração! Mas o Flamengo, que foi vítima da medida que beneficiou o Palmeiras (e prejudicou a civilidade) em 2019, não está errado agora, não em devolver ao rival o mesmíssimo tratamento.

De proximidade com o desgoverno genocida presidido por um irresponsável negacionista a postura de recorrer em relação aos valores da indenização dos garotos que morreram queimados no Ninho do Urubu, há 818 mil motivos para criticar e antipatizar com a atual diretoria do Flamengo. No entanto, o fato de ela respeitar a massa rubro-negra, que foi absurdamente impedida de visitar o Allianz Parque em 2019, não é uma delas!

O mínimo que se se espera de um campeonato, seja ele qual for, com liga ou sem liga, é isonomia entre os participantes. E, na condição de torcedor de

futebol

, o mínimo do mínimo que eu espero da presidência do meu clube é que lute pelos meus direitos e, claro, que também trate muito bem os torcedores adversários.

A parcela clubista da torcida brasileira (aquela turma acostumada a levar a pior marca de cerveja nacional nos churrascos e beber a importada que o colega levou) sempre aplaude quando é o seu time que impede a presença rival, mas faz beicinho quando vem a contrapartida,

Dito isso, na condição de quem SEMPRE defendeu jogos com duas torcidas e, mais que isso, que ambas possam participar do espetáculo com instrumentos, faixas e bandeiras (e que os animais que não souberem se comportar, que sejam enquadrados dentro da lei), espero que o ato do Flamengo finalize a picuinha trocada e que, no pós-quarta-feira, normalize-se a civilidade. Espero, claro, no sentido de desejo, torço, mas não acredito nenhum pouco que isso virá acontecer.

Aproveitando o troco rubro-negro no Palmeiras (que foi quem, em 2019, iniciou essa briga com o Flamengo ao, coniventemente, aceitar e acatar o que as preguiçosas e incompetentes otoriodades decretaram), vale registrar que a isonomia deveria ser geral e irrestrita. E valer para todos os clubes e torcidas!

Não faz sentido cada estádio e cada Estado fazer uma regra própria. O Campeonato Brasileiro é um só e, pois, nos jogos dos 20 times deveria ser respeitado o mesmo percentual mínimo de ingressos aos visitantes e deveria ser permitido e/ou proibido os mesmos instrumentos musicais, mastros de bandeiras, etc. Ou pode beber cerveja e batucar no Rio, em São Paulo, no Sul, em Minas, no Ceará ou não pode em nenhum lugar. E sou favorável, sempre, a liberação! Sem que isso signifique, óbvio, a impunidade dos torcedores (CPFs, não CNPJs) criminosos!

Por que os torcedores da seleção brasileira e da Inglaterra podem beber cerveja em Itaquera ou na Fonte Nova e os torcedores de clubes brasileiros não podem?

Por que alemães e argentinos podem conviver nas arquibancadas do Maracanã e rubro-negros e alviverdes não podem?

Em São Paulo, a aberração da torcida única, com o cínico e mentiroso carimbo de “medida emergencial”, chegou como uma exceção eventual e, como sempre foi óbvio e a intenção, virou definitivo sem que a esdrúxula decisão auxiliasse no fim da violência e das mortes.

No Estado mais rico da federação, onde o discurso de combate à violência serviu muito mais para eleger pessoas que vivem da violência que dizem combater do que, de fato, para atacá-la, torcida única foi implantada por uma questão clara (e não declarada) capitalista!

É a economia, estúpido! Como Palmeiras (que na administração Paulo Nobre se mostrou simpático à ideia e até lutou por ela), São Paulo e

Corinthians

são capazes, sozinhos, de encherem, respectivamente, Allianz, Morumbi e Neo Química Arena, jogos de torcida única dão rendas maiores porque não se desperdiça parte dos lugares para separar e dividir as torcidas.

Para as otoridades policiais (que RECEBEM percentual da renda para fazerem a segurança do estádio e, pois, não fazem nenhum favor) incompetentes e preguiçosas, o trabalho no estádio fica mais facilitado e, com uma torcida só, dá tempo de arrancar cartolina da mão de criança que pede autógrafo e pedindo para arrancar faixas, enquanto quem quer brigar continua brigando longe do estádio.

Enquanto isso, São Paulo, a cidade mais rica do continente, não pode abrigar uma final de Libertadores. Na decisão única da Conmebol, os ingressos são divididos entre os finalistas: imagine uma final Corinthians x Palmeiras em São Paulo em que a PM só permitisse uma torcida… Não dá nem para imaginar!

Como paulistano, que paga os seus ingressos e tem amigos e familiares que torcem para equipes rivais ao meu time, eu tenho vergonha de viver numa cidade em que trajar camisa alvinegra em um shopping vizinho ao Allianz ou alviverde em um shopping próximo a Neo Química Arena é sinal de risco. E, nesse cenário, há quem ache mais certo a segurança proibir camisa do Palmeiras em Itaquera ou do Corinthians na Pompeia do que enquadrar criminosos intolerantes!

Esqueça a discussão clubista e as camisas envolvidas. São Paulo, Rio de Janeiro e o Brasil, como um todo, será um lugar muito melhor para viver e, pois, para torcer por futebol quando as autoridades enquadrarem quem não sabe conviver com as rivalidades e com as diferenças. Rivalidades e diferenças, seja na nossa casa ou na do outro, sempre são bem-vindas!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no

UOL

!


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