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Hepatite viral: o que é a doença de David Luiz – Flamengo Com Vc, Mengo


Por Redação em 25/08/2022 às 20:15:21 Entenda causas, sintomas, contágio e tratamento da provável virose do zagueiro do Flamengo, que pode não ter nenhum dos tipos mais conhecidos, como A, B ou C: em alguns casos, outras viroses intensas podem levar a um quadro de inflamação do fígado O zagueiro do Flamengo, David Luiz, precisou ser substituído no intervalo do jogo contra o São Paulo pela Copa do Brasil, nesta quarta-feira (24), e preocupou a torcida. Segundo informações, o jogador apresentou um quadro suspeito de hepatite viral, uma inflamação no fígado que pode causar alterações leves, moderadas ou graves. Em entrevista ao Eu Atleta, o médico infectologista da UNIFESP, Jorge Figueiredo Senise, e o médico hepatologista da Casa de Saúde São José, Carlos Terra, explicaram o que é a hepatite viral, quais os sintomas, tratamentos, fatores de risco e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. Confira abaixo.

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David Luiz saiu do jogo contra o São Paulo com intenso mal-estar e a suspeita é de hepatite viral

Marcelo Cortes / Flamengo

O que é

Hepatite significa, basicamente, uma inflamação no fígado. Essa doença pode se manifestar por meio da infecção pelo vírus — neste caso, é chamada viral —, pelo uso de medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas, genéticas, ou até mesmo pelo consumo de álcool e outras drogas. O infectologista Jorge Senise alerta ainda para os casos onde uma virose intensa leva ao quadro de hepatite como uma reação inflamatória no fígado.

No final da partida, David Luiz disse estar com um “probleminha mais sério”. Há informações de que vários atletas do clube tiveram uma virose, mas somente a de David Luiz se agravou, o que pode significar que a virose intensa teria levado a um quadro de inflamação do fígado. Até o momento, o departamento médico do clube afastou as preocupações para um caso mais grave, mas ainda não divulgou exatamente qual tipo de hepatite contaminou o jogador. Além disso, os médicos informaram que novos exames serão feitos para detectar a gravidade do caso. Os resultados estão previstos para segunda-feira.

As hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C. A hepatite D também é muito conhecida. Ela é mais comum na região Norte do país e precisa da infecção pelo vírus B, pois não sobrevive sozinha no organismo. Existe ainda a hepatite E, mais diagnosticada em países da África e Ásia.

A hepatite A é a mais frequente e acomete, principalmente, as crianças. Essa doença tem uma característica positiva em relação às outras, pois não se torna crônica, ao contrário dos tipos B e C, que possuem uma grande chance de cronificação. Isso acontece quando o paciente não consegue eliminar o vírus, o qual permanece no organismo agredindo o fígado e causando complicações graves, podendo evoluir para um câncer ou cirrose.

Diagnóstico e sintomas

Para diagnosticar a hepatite é necessário avaliar o paciente e fazer exames de sangue ou PCR. Os sintomas da doença podem variar e, na maioria dos casos, são assintomáticos ou se parecem com uma virose. Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Hepatologia, aproximadamente 60% da população adulta no Brasil têm ou já tiveram infecção pelo vírus da hepatite A. A maior parte desses pacientes não apresentou sintomas e nem soube que estava contaminada, segundo o presidente da Sociedade e hepatologista, Carlos Terra.

Em todos os tipos de hepatite, os sintomas se manifestam em 10% a 20% dos casos. Sintomas típicos da hepatite, parecidos com uma virose, são:

Cansaço;

Febre;

Mal-estar;

Tontura;

Enjoo;

Vômitos;

Dor abdominal;

Pele e olhos amarelados;

Urina escura;

Fezes claras.

Contágio e prevenção

As formas de contágio das hepatites virais dependem do tipo de vírus.

No caso da hepatite A, a transmissão se dá via fecal-oral, ou seja, o paciente se infecta por contato com água ou alimentos contaminados. O Dr. Jorge Senise alerta ainda para o consumo de alimentos como ostras e mariscos, que são consumidos crus e podem concentrar o vírus após terem entrado em contato com a água do mar infectada.

As hepatites B e C podem ser transmitidas através do contato com sangue contaminado (compartilhamento de agulhas, seringas, materiais de higiene pessoal, e outros objetos para uso de drogas), por cortes, relações sexuais sem uso de preservativo e de mãe para filho na hora do parto.

O hepatologista Carlos Terra avisa sobre a importância do saneamento básico e de campanhas de prevenção contra a hepatite.

— Para prevenir a hepatite A é fundamental a higiene pessoal e o saneamento básico, tratamento de água e esgoto. Campanhas de prevenção também são essenciais para evitar a doença. No caso das hepatites B e C, campanhas por práticas de sexo seguro (com camisinha) e orientar a população é fundamental — disse o médico.

A vacinação também é essencial na luta contra a hepatite. A vacina para a hepatite B, disponível no SUS, é tomada ainda na infância em três doses: ao nascer, com um mês de vida e seis meses. A vacina para a hepatite A ainda não está disponível no sistema público de saúde, somente em clínicas privadas, para todas as idades. Já para a hepatite C, ainda não existem vacinas, somente medicamentos.

Tratamento

Não existe um tratamento específico para a hepatite A. Os pacientes evoluem para a cura automaticamente dentro de duas semanas a dois meses, mas o repouso é extremamente necessário.

Nos casos das hepatites C e B, os tratamentos são específicos com antivirais. O da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), com taxas de cura de mais 95%. Esses são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. Os pacientes infectados pelo vírus podem receber o tratamento pelo SUS, mesmo que o diagnóstico tenha sido feito na rede privada de saúde. Basta que o médico prescreva o tratamento seguindo as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (PCDT Hepatite C). Em todos os casos, é necessário o repouso. Ou seja, David Luiz não poderá jogar futebol por algumas semanas.

Fontes:

Jorge Figueiredo Senise é médico infectologista da UNIFESP com linha de pesquisa em Hepatites virais, e Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Carlos Terra é médico hepatologista da Casa de Saúde São José (RJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia

* Estagiária sob supervisão de Flávia Ribeiro.

Fonte:

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