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Há 20 anos, Flamengo fazia cinco no Fluminense


28/5/2022 09:52

Há 20 anos, Flamengo fazia cinco no Fluminense

Um jogo que começou com “recordar é viver, Renato acabou com você” e terminou em “uh, uh, uh, Romário é urubu” e “uh é chocolate”. Este foi o enredo de um dos mais incríveis Fla-Flu dos últimos anos, disputado em 4 de setembro de 2002.

O jogo em questão, assim como o do próximo domingo, também era válido pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. O Flamengo deu de ombros para a estreia do carrasco Renato Gaúcho como treinador do Fluminense e aplicou goleada por 5 a 2.

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Isso com direito a pênalti perdido por Romário, que, a exemplo de Renato, fora idolatrado pelos rubro-negros em passagem marcada por muitos gols (204 em 244 jogos), frases de efeito e juras de amor.

Provocação de Romário em homenagem a Renato
A escancarada relação de carinho que Romário tinha com a torcida do Flamengo gerou na véspera a corriqueira pergunta se comemoraria um gol contra o ex-clube. Sem papas na língua, o Baixinho, como quem tinha certeza de que marcaria, prometeu comemorar e ainda idealizou uma homenagem a Renato Gaúcho.

– Gostaria que fosse 1 a 0 com gol meu de barriga. O 100º gol em Brasileiros está demorando e seria uma felicidade que acontecesse amanhã com a camisa do Fluminense. Vou comemorar muito. Aliás, será meu 13º gol contra o Flamengo.

O jejum
Se o Flamengo de hoje é pressionado por um futebol inconsistente em meio a títulos de peso recentes marcados por grandes atuações, o daquela época começava uma rotina de lutas contra o rebaixamento.

Chegava para o clássico na 20ª colocação (o Brasileiro de 2002 foi disputado por 26 clubes) e estava há um ano sem vencer no Maracanã em partidas válidas pela competição.

A última vitória havia sido conquistada em 15 de agosto de 2001, num 2 a 1 sobre o Sport, com gols de Reinaldo e Beto, que no ano seguinte trocaria o Flamengo justamente pelo Fluminense – não jogou o Fla-Flu porque estava suspenso.

Do triunfo sobre os pernambucanos em diante, foram 11 jogos no Maraca pelo Brasileiro, com seis derrotas e cinco empates. A sequência de insucessos contou com goleada por 5 a 1 para o Vasco e derrota para adversários modestos, como Gama e Paysandu.

O gol relâmpago, e a virada espetacular
Com um minuto e 27 segundos, o zagueiro César, em posição de impedimento, abriu o placar para o Fluminense. Não tinha VAR, e o gol foi confirmado.

A reação não demorou. Aos 11, Athirson empatou num chute sem querer de pé direito. Seis minutos depois, Zé Carlos, de cabeça, virou o jogo. O Fluminense ensaiou uma pressão, mas o chocolate estava guardado para o segundo tempo.

Aos 13 da etapa final, Iranildo inverteu para Fábio Baiano, que cruzou, e Liedson empurrou para a rede. Dez minutos mais tarde, outro belo gol: Athirson levantou na área, Zé Carlos dominou, protegeu e deixou para Iranildo bater de primeira.

Mais uma vez 10 minutos se passaram, e o Flamengo chegou ao quinto. E um golaço. Fábio Baiano, um dos destaque do jogo, recebeu de Andrezinho e soltou a bomba de primeira. No fim, Roni diminuiu o prejuízo tricolor após falha da defesa, mas nada que impactasse a festa rubro-negra no Maracanã, e os gritos de “uh, é chocolate” ecoaram no lado que tinha a maioria dos 54.633 presentes.

E o pênalti do Romário?

Pensou que havíamos esquecido do pênalti perdido no texto? Não, aconteceu aos 31 minutos da etapa final, quando o jogo estava em 4 a 1, e merece tópico especial na matéria. Romário, que não costumava provocar o ex-time, falou em fazer gol de barriga, mas na verdade só aumentou a indigestão dos tricolores. Trocou o lado da batida e explodiu a bola no travessão defendido por Julio Cesar, aniversariante da semana.

Quando o árbitro Edílson Soares da Silva, o Michael Jackson, marcou a penalidade, Romário foi caminhando lentamente e cabisbaixo. Amarrou a chuteira e bateu mal. A histeria dos rubro-negros, que minutos antes cantavam “uh é chocolate” após Iranildo marcar o quarto, foi tão grande quanto a ouvida nos gols. E logo vieram os gritos de “A há há, o Romário é Raça-Fla, oi!” e “A hu hu, o Romário é urubu”. (veja no vídeo abaixo entre 10 minutos e 40 segundos e 11 minutos e 21 segundos).

O elástico 5 a 2 provocou chamada no “O Globo” do dia seguinte: “Flamengo de barriga cheia no Maracanã”.

As lembranças
Com a histórica goleada prestes a completar 20 anos, o camisa 10 do Flamengo naquela partida, Iranildo não esquece da grande atuação que teve. Ao lado de Fábio Baiano, Athirson e Zé Carlos, que lhe deu assistência no quarto gol, comandou a vitória naquela noite de quarta-feira.

– Como que eu vou esquecer um clássico desse? Fla-Flu é sempre inesquecível, ainda mais no meu último ano no Flamengo. Fiz uma grande partida e um gol. Foi 5 a 2, e eu lembro até hoje. Zé Carlos ajeitou para mim, e eu bati de primeira. Coisa boa lembrar desse jogo que me marca na memória, ainda mais com meu filho no Fluminense hoje (ouça acima).

Chuchu, como era conhecido por apelido dado por Romário, é pai de Yago, meia da equipe sub-23 do Fluminense. Embora esteja dando todo o aconselhamento e carinho ao filho, em tom de brincadeira diz torcer para que o filho não faça gols no Flamengo.

– De vez em quando vejo alguns gols contra o Fluminense e eu comento com ele. Estamos aqui o acompanhando na torcida para que ele jogue alguns jogos pelo profissional do Fluminense, mas que não faça gol contra o Flamengo (risos). – Brincadeira à parte, agora torço para o meu filho e para o sucesso dele. Que seja feliz no meio do futebol, onde eu fui. E ele está feliz lá no Fluminense.

Rubro-negro desde a infância em Igarassu, no interior de Pernambuco, Iranildo não esconde para quem torcerá no domingo, às 18h.

– Amigo, sem dúvida. Com meu filho em campo, a gente fica em cima do muro, mas quando ele não está jogando sou Flamengo até o fim (risos). Saudações rubro-negras!

Panorama de hoje com personagens do passado
Flamengo e Fluminense se enfrentam no domingo pela oitava rodada do Brasileiro, no Maracanã, e com personagens que jogaram aquele Fla-Flu de 20 anos atrás, todos hoje no lado tricolor. O técnico tricolor Fernando Diniz e o auxiliar Marcão foram titulares de Renato Gaúcho, enquanto Felipe Melo, à época com 19 anos, iniciou o duelo entre os 11 escalados pelo rubro-negro Evaristo de Macedo.

Hoje, dois pontos separam o Flu, com 11 no sétimo lugar, do Fla, 14º colocado.

Com tanta história, os torcedores que forem ao estádio no domingo esperam por mais um Fla-Flu cheio de gols e reviravoltas. Vejamos a próxima edição do clássico mais charmoso do futebol mundial ficará marcado para sempre como esse de 2002 ficou.

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78 visitas – Fonte: globoesporte



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