BAND SPORTS: Por Eduardo Tironi

Gerson está de volta ao Flamengo após mais uma aventura na Europa. Bateu e voltou duas vezes e o discurso foi o de que fracassou na Europa, por isso arrumou abrigo no Brasil, no clube em que ele jogou o máximo de sua capacidade.

Mas foi um fracasso mesmo? Gerson teve uma temporada muito boa no Olympique de Marselha e outra ruim, quando perdeu espaço. E aí voltou para o Flamengo.

Gabigol, outro astro rubro-negro, pingou em alguns clubes da Europa até voltar para o Brasil e brilhar intensamente por aqui em várias temporadas seguidas.

Entendo fracasso como uma empreitada totalmente errática em que o sujeito tem de dar passos atrás, reconhecer a derrota e aceitar críticas. No dicionário, fracasso significa “falta de êxito; malogro; derrota”.

A pergunta é: Gabigol tem desejo de atuar ainda na Europa? Por que ele trocaria o Flamengo por um clube europeu, considerando que seu salário no Rubro-Negro é altíssimo e ele é o maior ídolo da maior torcida do Brasil? Por que ele voltaria à Europa se por aqui pode seguir brilhando e empilhando taças, o que fatalmente acontecerá com quem atua no clube brasileiro mais poderoso do momento?

E chegamos ao tal “fracasso” de Gerson. Com os números que apresentou em sua primeira temporada em Marselha, o meio-campista arrumaria um clube para seguir na Europa. Bastaria um empresário competente para isso. Mas Gerson quis voltar para o Flamengo. Entre jogar por um time atualmente sem muitas chances de título em um país que não é o seu, o jogador optou por um gigante que fica na sua casa, o Rio de Janeiro.

Classificar a passagem de Gerson pela Europa como fracasso passa pelo fato de que um clube brasileiro não tem chance contra um estrangeiro numa disputa por um jogador. O Flamengo está mudando isso. Tem jogador que simplesmente quer estar neste Flamengo poderosíssimo.