O atacante
Gabigol
, do Flamengo, prestou depoimento hoje em inquérito do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) que apura a acusação de
injúria racial por parte de um torcedor do Fluminense em clássico
válido pela quarta rodada do Campeonato Carioca.
Por videoconferência, o jogador afirmou que familiares seus estavam presentes no local e tiveram a “mesma percepção” quando ocorreu o grito de “macaco”, dito assim que Gabi se dirigia para o vestiário. Gabigol ainda usou os termos “indignação, revolta e muita tristeza” ao se referir ao episódio.
Os
insultos racistas aconteceram no intervalo do jogo
, quando Gabigol se dirigia ao túnel que dá acesso aos vestiários. Já Fluminense encaminhou ao TJD-RJ requerimento de instauração de inquérito “para apuração dos fatos referentes ao vídeo publicado logo após o jogo de domingo”.
“Informou que no intervalo da partida ainda em direção ao túnel que dá acesso ao vestiário ouviu diversos xingamentos e palavras ofensivas em especial gritos de macaco direcionados a ele; que naquele momento em razão do calor do jogo não conseguiu identificar o autor das palavras, entretanto, após a partida, buscou ter acesso às gravações realizadas no local, onde pôde confirmar aquilo que havia percebido. Perguntado em qual setor do estádio estavam os torcedores que proferiram os xingamentos e palavras ofensivas, o atleta informou que não sabe indicar o nome do setor, pois disputou poucas partidas naquele estádio e não tem familiaridade com a nomenclatura dos setores, entretanto pôde afirmar que os torcedores encontravam-se no setor localizado acima do túnel que dá acesso ao vestiário, onde encontravam-se torcedores identificados com a camisa do Fluminense”, diz trecho do depoimento do jogador.
Advogados do Fluminense, André Valentim, procurador-geral do TJD-RJ, e Rafael Fernandes Lira, auditor processante do inquérito, também estiveram na chamada de vídeo em que Gabi participou.
Mais cedo, Gabriel Barbosa
utilizou as redes sociais para voltar a se manifestar contra o racismo
.