Notícias

Flamengo x Athletico: “equilíbrio” de Felipão, Dorival era líder no Grêmio com inteligência e irreverência – Flamengo Com Vc, Mengo


Por Redação em 24/10/2022 às 11:55:01 Ex-companheiros lembram de características do comandante rubro-negro na época em que foram treinados por Scolari no Tricolor Gaúcho, em 1993 Rivais na final da Libertadores, Dorival Júnior e Luiz Felipe Scolari são velhos conhecidos. Felipão treinou o ex-volante Júnior, como era chamado, em 1993, no Grêmio. Apesar de terem trabalhado juntos pouco menos de três meses, o carinho segue intacto, e os encontros à beira do gramado são sempre marcados por abraços e resenhas.

+ Sem Thiago Maia e Vidal, titulares do Flamengo realizam atividade no Ninho

Dorival e Felipão têm estilos bem diferentes. O técnico do Flamengo prioriza o futebol bem jogado, ofensivo e sempre adota fala tranquila e linear em entrevistas. É muito difícil vê-lo sair do tom em sua comunicação. O do Athletico-PR, por sua vez, é adepto da intensidade física, de defesas sólidas e chama atenção pelo carisma, personalidade explosiva e uma coleção de títulos.

Flamengo x Athletico Felipão Dorival Júnior

Nadja Mauad/RPC

“Equilíbrio” de Felipão na reta final de 1993

Ex-companheiros de Grêmio em 1993 viram que, aos 31 anos, Dorival já dava indícios de que se tornaria um treinador de sucesso. Zagueiro do Tricolor na temporada em questão, o hoje também técnico Agnaldo Liz cita que o volante Júnior tinha leitura de jogo acima da média.

– Quando cheguei em 93, fui para uma recuperação do Grêmio, que tinha subido da Série B. O Felipão veio para isso, tinha sido campeão no Criciúma. O Dorival já era mais experiente do que eu, foi muito importante. O capitão era o Pingo, mas o Dorival já tinha muita liderança, era muito respeitado, e todos já o viam como um “diferente” no entendimento do jogo. Formamos um bom grupo, e o Felipão começou a construir o ciclo vencedor dele no Grêmio – conta Agnaldo, que dirigiu o Juazeirense na última Série D.

Além da boa percepção das partidas, Dorival era visto por Agnaldo como uma liderança capaz de segurar a pilha do já explosivo Felipão, à época aos 44 anos.

– Dorival sempre foi muito ponderado, analítico, mas muito firme em suas colocações. Era um equilíbrio para o Felipão, que era muito enérgico. Felipão era um brigador, quase entrava dentro de campo. Hoje, mesmo mais velho, não mudou muito. Depois ainda trabalhei quase quatro anos com ele no Palmeiras. Às vezes o Felipão passa uma coisa diferente para quem não conhece, mas é um paizão no vestiário, com coração de manteiga. Não teve choque, muito pelo contrário. Havia uma ajuda mútua. O Dorival era esse equilíbrio, assim como o Pingo. Também aprendi com o Dorival. Era uma referência para muitos ali. O Dorival tinha muito isso nas conversas com o Felipão.

Dorival Júnior defendeu o Grêmio durante toda a temporada de 1993

Reprodução/Gremiopedia

Serenidade para conversar

Citado por Agnaldo como “equilíbrio” de Felipão ao lado de Dorival, o ex-volante Pingo explica por que conseguiam amansar a fera. Aliás, segundo o capitão do Grêmio de 1993, o treinador nem era tão bravo, mas sim um profissional adepto da conversa.

– A gente (ele e Dorival) que o segurava. Não era difícil porque Felipão era de muito diálogo. Quem pensa que era radical, se engana. Nada disso. Felipão tem uma coisa muito boa: por incrível que pareça, ele tem muita humildade para escutar. Porque ele consegue ganhar o grupo dessa maneira. Dá o treino, determina, mas consegue escutar o atleta. Fez muito isso com a gente lá – conta Pingo, que treinou o Marcílio Dias na Série D 2022.

Pingo foi um dos que aprovaram a chegada de Dorival ao Grêmio, no início de 93. Haviam jogado juntos no Joinville, de 1986 a 1987. Consultado na condição de capitão antes de a diretoria gremista fechar o empréstimo junto ao Palmeiras, o ex-volante disse que o Tricolor contrataria um jogador de grupo, inteligente, centrado e de muito diálogo. Além disso, estariam apostando num volante clássico e muito técnico.

Perguntado por que Felipão escutava a ele e Dorival especialmente, Pingo citou a amizade trazida de Joinville e a serenidade do ex-companheiro.

– Não era nem por experiência. Talvez eu fosse o capitão mais jovem do Grêmio nos últimos anos naquela época. Não sei se era porque eu tinha um perfil de que gostava de comandar e conversar. Coisa muito importante que eu fazia era orientar. E o Júnior também. Era um cara muito tranquilo, tranquilo demais. Como eu, capitão com 25 anos, e o Júnior já tínhamos perfil de treinador, a gente conversava e dialogava. O Felipão dava muita abertura.

– Dorival era meu amigo, a gente já se conhecia e conversava muito. Como tinha muita abertura com o Felipão, eu trouxe o Júnior junto para nós. Formamos uma coisa muito boa para o clube. Quem determinava tudo era o Felipão, mas ele gostava de nos escutar.

Dorival, quinto dos jogadores em pé da esquerda para direita, e Pingo, o segundo dentre os agachados, em excursão do Grêmio ao Japão, em maio de 93

Reprodução/Gremiopedia

Samba e irreverência para integrar

Se o treinador Dorival tem como marca de suas entrevistas o discurso sereno, educado e equilibrado, mal sabem os torcedores que o volante Júnior era um dos que mais brincavam naquele Grêmio.

– A gente é muito amigo, estou meio afastado, mas nunca ri tanto num treinamento como ria com ele. É p… louca. Centrado no trabalho, mas na hora do papo é só sacanagem. Gosta de pagode para caramba e é brincalhão para caramba – afirma Pingo.

O jogo de cintura de Dorival é citado como Pingo como característica que fez o Flamengo de terra arrasada da época de Paulo Sousa se transformar no tetracampeão da Copa do Brasil e candidatíssimo ao tri da Libertadores.

– No vestiário, calçava o sapato e, de meia e cueca, dizia: “Vou embora”. Botava a “necessaire” embaixo do braço e começava a andar. É um cara muito engraçado. O Flamengo acertou. Além de ser um p… profissional e de quem gosto muito taticamente, é um cara que consegue tirar do jogador coisa que você não imagina.

– Exemplo é o que ele fez ao colocar Gabigol e Pedro para jogarem junto. Ninguém acreditava que seria possível. O estilo dele é parecido comigo: gosta de jogar com dois atacantes. Consegue no papo e na malandragem conquistar os jogadores. O Flamengo mudou porque ele é de grupo mesmo.

Agnaldo e Pingo destacam reviravolta

Nascido na cidade onde Dorival começou a carreira de treinador, Agnaldo destaca que o treinador rubro-negro superou a sombra de Jorge Jesus ao ressignificar uma temporada aparentemente jogada fora no primeiro semestre.

– Sou de Florianópolis e acompanhei a subida dele no Figueirense até virar treinador. É altamente preparado. O desafio dele no Flamengo foi de reconstrução e de comparação com uma unanimidade que era o Jorge Jesus. Os antecessores sofreram. Sei como é a pressão no Flamengo. O Flamengo não é para qualquer um, a exigência é diferente.

Agnaldo é o terceiro da esquerda para a direita dentre os gremistas de pé. Antes dele estão Pingo, Darneli. Na sequência, Ayupe, Scheidt e Arílson

Fernando Gomes/Agência RBS

Pingo citou que a comunhão de preferências de jogo entre Flamengo e Dorival contribuíram para o crescimento no segundo semestre.

– Se você analisar, Flamengo e Santos (onde Dorival também fez sucesso) têm DNA de gostar de jogar com a bola e atacar. Casa bem com o Dorival. Sempre gostou de jogar e liberdade de jogar.

Carinho por Felipão e quedinha pelo Flamengo

Os catarinenses Pingo e Agnaldo foram companheiros no centenário do Flamengo, em 1995. O ex-volante não quis se entregar pela gratidão a Felipão, mas revelou leve preferência pelo Rubro-Negro carioca.

– Gosto do Flamengo para caramba e adoro o Felipão. É difícil. Carinho especial. Vou torcer pelo melhor futebol. Mas, como joguei no Flamengo, tenha uma queda pelo Flamengo. Felipão é um amigo e uma pessoa que me ajudou muito na minha carreira. Fica difícil (risos).

Agnaldo lançou mão de argumento mais extenso para revelar torcida pelo Flamengo. Quer Dorival na seleção brasileira e acredita que vitória em uma eventual final do Mundial contra o Real Madrid encurtaria o caminho para a Amarelinha.

– Sou treinador e torço pelo bom jogo, pelo melhor futebol. Hoje, vemos um Flamengo que o Dorival deu estrutura. É uma máquina de jogar futebol. Passou um pouco de dificuldade contra o Corinthians porque vi que alguns jogadores cansaram. O time tem muitas alternativas táticas, técnicas e muitas individualidades. Isso é difícil, e o Dorival conquistou. Torço pelo Dorival, mas também pelo Felipão. Pode ser o último campeonato dele, pelo que disse. O time dele é perigoso. Se fossem dois jogos, o Flamengo seria mais favorito, mas em um jogo, em campo neutro, e o Felipão sabe armar muito bem, sabe mobilizar os atletas.

– Eu torço mais pelo Flamengo porque tem mais condições de ser campeão mundial, acho que pode conseguir isso. Precisamos ter outro brasileiro campeão mundial. Depois vai chegar o momento do Athletico. Tem que chegar o momento dos treinadores brasileiros, e acho que depende muito desse título contra o Real Madrid. E torço para o Dorival ser o próximo técnico da seleção brasileira, seria muito justo se tiver essas conquistas.

+ Leia mais notícias do Flamengo

???? Ouça o podcast ge Flamengo ????

Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv

Fonte:

Tags:   .comu_erro {font-size: 10px;color: #aaaaaa;font-weight: bold;text-transform: uppercase;letter-spacing: 0.06em;background: #f4f4f4;padding: 0 10px;line-height: 23px;display: inline-block;margin-right: 2px;border-radius: 5px;cursor: pointer;padding-right: 5px;}.comu_erro svg{margin-top: 1px;margin-left: 5px;} Comunicar erro

Link do Artigo do FalandodeFlamengo

E pra você que curte o mundo esportivo -- entre agora mesmo em Palpites GE e tenha sempre em mãos as melhores dicas de investimento no futebol brasileiro e internacional.