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Flamengo volta ao Marrocos após 55 anos de torneio polêmico para o Mundial


Nesta sexta (16), a FIFA confirmou que o Mundial de Clubes será disputado no Marrocos, entre os dias 1 e 11 de fevereiro. Portanto, o Flamengo terá a chance de conquistar o mundo pela segunda vez, em um local que traz boas recordações para o Rubro-Negro. Foi no país africano que o Mais Querido conquistou um importante título em 1968.

No século passado, era muito comum os times se aventurarem em excussões mundo à fora, e com o Flamengo não era diferente. Em meados de agosto de 1968, o time comandado pelo técnico Válter Miraglia iniciou uma série de viagens pela Espanha, onde disputou o troféu Joan Gamper, do Barcelona.

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Após perder por 5×4 para os donos da casa na final, o Flamengo partiu rumo à La Coruña, onde participou do Torneio Conde de Fenosa. A derrota para o Racing não desanimou os rubro-negros, que partiram para Lisboa e foram campeões do Troféu Restelo, ao vencer o Belenenses por 3 a 2. Dali o Flamengo partiu para o último destino da excursão: Marrocos.

Flamengo campeão da Copa Mohamed V

No Marrocos, o Flamengo conquistou uma das vitórias mais impressionantes da sua história, em um torneio bem especial. O Troféu Mohamed V era um tradicional torneio de verão europeu disputado anualmente, e que contou com a participação de gigantes do futebol, como Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Boca Juniors, entre outros.

O troféu levava o nome do monarca marroquino, e era realizado em formato de quadrangular. Na edição de 1968, além do Flamengo, participaram o Saint-Étienne, atual campeão francês, o FAR Rabat, campeão do Marrocos e o Racing, atual campeão da Libertadores e do Mundial.

Flamengo x FAR Rabat

A primeira partida do Flamengo no torneio foi contra o FAR Rabat, time das Forças Armadas de Marrocos. O Mais Querido foi a campo com: Marco Aurélio, Murilo, Onça, Guilherme, Paulo Henrique, Carlinhos “Violino”, Liminha, Néviton, Fio, Silva e Rodrigues Neto.

O Flamengo jogou contra um estádio lotado de marroquinos e diante da presença do rei do país, Hassan II, filho de Mohammed V, que dava o nome ao torneio. A partida rolava sem maiores problemas, e os dois times empatavam por 1 a 1, quando acontece o lance curioso do jogo. Na segunda etapa, a bola saiu pela lateral em um ataque rubro-negro, e um jogador do banco devolve a bola para Paulo Henrique, antes do gandula. O lateral é batido rapidamente, e Silva marca um golaço da quina da área.

No entanto, veio a interferência de Hassan II. A bola já estava no circulo central para o recomeço do jogo, até que o Rei, que não concordou com o gol do Flamengo, obrigou o árbitro marroquino a anular o lance. O juiz então voltou atrás e marcou tiro de meta para o FAR Rabat.

Mas a influência do rei de nada adiantou, já que aos 40 minutos do segundo tempo, Silva marcou o gol da classificação. A final então seria contra o poderoso Racing, considerado um dos melhores times do mundo na época.

Grande final contra o Racing

O duelo final pelo troféu do Rei colocou frente a frente Flamengo e Racing. Os argentinos haviam conquistado o Mundial contra o Celtic, da Escócia, atual campeão europeu em uma final realizada em três jogos.

Contra os campeões do Mundo, o Flamengo entrou com modificações na equipe, por conta do desgaste físico da excursão internacional. O time foi a campo com: Claudinei, Murilo, Onça, Guilherme, Paulo Henrique, Cardosinho, Liminha, Luís Claudio, Silva, Diogo e Rodrigues Neto.

No entanto, a estratégia não deu certo e o Flamengo tomou o primeiro gol logo aos cinco minutos. O Racing controlava o jogo, mas no final da primeira etapa o Mais Querido chegou ao empate com Luís Cláudio após saída errada do goleiro Cejas em cruzamento.

Na segunda etapa, o Flamengo conseguiu a virada aos 23, com Liminha, gol que colocou o Racing nas cordas. O Mengão foi para cima tentando matar o jogo e conseguiu ampliar logo aos 30, em um golaço de Silva após jogada individual. Os campeões mundiais ainda conseguiram diminuir aos 40, mas o Flamengo suportou a pressão e conseguiu se vingar da derrota no Torneio Conde de Fenosa.

Campeão da Copa Mohamed V, o Flamengo recebeu o troféu das mãos do Rei Hassan II, e foi festejado pelos marroquinos presentes no estádio. Assim, na volta ao Rio de Janeiro, a delegação foi recebida pela Nação Rubro-Negra no aeroporto.

Craque do time, Silva com a Taça da Copa Mohamed V em 1968

Ficha técnica do jogo:

C.R. Flamengo 3 x 2 Racing (Argentina) – 02/09/1968 – Estádio: Marcel Cerdan (Casablanca – Marrocos)
Time: Claudinei, Murilo, Onça, Guilherme, Paulo Henrique, Cardosinho, Liminha, Luís Claudio, Silva, Diogo e Rodrigues Neto.
Gols: Luís Claudio, Silva e Liminha.

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