Em um jogo duro, o Flamengo venceu o Athletico-PR e garantiu vaga às semifinais da Copa do Brasil. A equipe se adaptou a um contexto difícil, mantendo-se competitiva e elevando seu nível de jogo no momento certo.

Confira a análise do último jogo: Análise: Como o Flamengo goleou o Athletico-PR pela bola parada

Flamengo assume postura conservadora e tem dificuldades para lidar com postura agressiva do Athletico sem bola

Ambas as equipes vieram com um desenho muito parecido com o jogo de ida. Contudo, algumas mudanças das peças em campo modificaram dinâmicas com e sem bola dos times. Enquanto do lado paranaense Pablo começou o jogo no lugar de Cuello, por outro lado Vidal deu lugar a Thiago Maia.

Ao contrário do jogo no Maraca há três semanas, Felipão optou por iniciar a pressionar o Fla em bloco médio. Pablo e Terans mais avançados pressionavam a dupla de zaga e João Gomes. Abner subia em Rodinei, já Khellven alternava a pressão em Filipe Luís e sustentar a linha defensiva.

Assim, o Mais Querido apresentou dificuldades iniciais para construir usando a saída em 4+1, ou seja, com os quatro jogadores da defesa e o primeiro volante A solução para o problema foi recuar Vidal para atuar mais alinhado a João Gomes. De modo a ter uma saída mais segura.

Como resultado positivo, o Flamengo não perdia a posse próximo do seu gol e não dava chances ao Athletico-PR roubar a bola para contra-ataques. Entretanto, atacava com menos um jogador no meio de campo. Facilitando o trabalho defensivo athleticano.

Sem bola, Fla passa poucos riscos na primeira etapa

Defensivamente, o Flamengo pouco pressionou em bloco alto. Muito por conta da forma como o Athletico optou por atacar: Ligações diretas buscando que Pablo vencesse a primeira bola afim de atacar majoritariamente pelo lado esquerdo.

A ideia era nitidamente explorar as costas de Rodinei, dado maior dificuldade de Everton Ribeiro e do próprio lateral em cobrir o setor. Apesar de ter conseguido conectar algumas construções, o Athletico-PR foi pouquíssimo efetivo na proposta ofensiva.

Mesmo sem a frequente volúpia ofensiva, ainda assim o Flamengo conseguiu criar algumas chances na primeira etapa, em especial pelas transições ofensivas. Atacando rapidamente após retomar a posse, com o objetivo de encontrar mais espaços.

A primeira etapa terminou de forma equilibrada. Assim como o Flamengo não gerou tanto volume de jogo, se defendeu muito bem com a bola. Construiu seu jogo com jogadores mais recuados, afim de garantir uma saída mais segura e reduzir os problemas que teve com o gramado.

Flamengo eleva desempenho e marca seu gol

Os 45 minutos começaram com um Mengão mais agressivo ofensivamente. Com Vidal mais avançado, conduções e passes mais verticais para atacar a última linha adversária. Nesse sentido, Rodinei foi um capítulo a parte.

O lateral passou a ter menos receio com o encaixe em Abner e gerar em apoio em profundidade através das suas infiltrações. Associando-se com Gabi e Everton Ribeiro, incomodou bastante o lado esquerdo de defesa do Athletico-PR.

Além disso, o Athletico-PR não conseguiu manter o nível de pressão na saída de bola do Flamengo. Fisicamente é muito manter esse nível. Sem o mesmo constrangimento nos zagueiros e volantes, o Flamengo teve mais facilidade para avançar no campo com bola e encontrar espaços.

E assim, após 11 minutos de pleno domínio, o Flamengo marcou seu gol. Numa posse longa que já quase havia terminado num belo gol de Arrascaeta, Everton Ribeiro acionou Rodinei pela direita. O lateral cruzou para área e Pedro acertou uma bicicleta. Golaço! 1×0.

Com menos posse, Flamengo administra vantagem e garante classificação

Atrás no placar, enfim Felipão abdicou dos três zagueiros usados por 135 minutos de confronto. Canobbio e Vitinho entraram nos lugares de Pablo e Terans sem mudanças táticas. Mas em seguida, Cuello entrou no lugar do zagueiro Matheus Felipe. Athletico mudou para o 4-1-4-1.

A princípio, as mudanças condicionaram o Athletico a ter mais bola e atacar o Flamengo construindo mais curto. Defensivamente, Pedro passou a ter mais liberdade dado ter menos um jogador para marcá-lo no setor. O jogo se tornou mais aberto, com a posse de bola mais dividida e ambas as equipes finalizando a gol.

Após pouco ser acionado em bolas longas, Pedro recebeu um belo passe de Léo Pereira em profundidade. O atacante serviu o gol para Gabi, mas o camisa 9 perdeu a grande chance de matar o confronto.

Nos minutos finais, Dorival Jr. sacou Gabi e Vidal para as entradas de Cebolinha e Victor Hugo. A equipe marcou em bloco médio cobrindo melhor o corredor lateral com Everton Ribeiro e Cebolinha pelos lados do campo. Felipão sacou Hugo Moura para entrada do meia Vitor Bueno.

Por fim, o Flamengo pouco sofreu sem bola além de algumas bolas pelo lado direito, no qual o camisa 7 da Gávea não conseguiu cobrir da melhor forma. Mesmo assim, nada que ameaçasse tirar a vitória do Mengão até o apito final. Classificação garantida!

Balanço geral do duelo entra Flamengo e Athletico-PR

Ao longo dos 180 minutos do duelo eliminatório, o Flamengo superior ao Athletico-PR na maior parte do tempo e merecidamente conquistou a vaga para semifinal da Copa do Brasil. Porém, mais do que o bom desempenho, o Flamengo demonstrou sua versão mais copeira em 2022.

Em contrapartida as armadilhas criadas por Felipão, Dorival Jr. condicionou um Flamengo mais cauteloso com bola. Que eventualmente não produziu tantas chances de gol em Curitiba, mas que pouquíssimo foi agredida.

Um Flamengo copeiro. Que segue com estilo seu estilo de jogo propositivo, potencializando os craques que tem do meio para frente. Mas que, ao mesmo tempo, toma muitos cuidados para não ser surpreendido.

Em suma, um time cada vez mais pronto para se adaptar a contextos desfavoráveis e seguir performando bem. O final da temporada terminará em títulos? Só o tempo dirá. Mas claramente esse time está cada vez mais pronto para ser campeão!

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