Convém ao Flamengo ligar o “alerta” e o “modo econômico” no Maracanã hoje (7), às 21h30 (de Brasília), contra o Vélez Sarsfield. Depois do baile feroz da semana passada em Buenos Aires, o time portenho tem chances mínimas não só de reverter o placar —mas de sair da Libertadores de maneira digna e sem ser massacrado de novo.
É aí que mora o perigo para o Flamengo.
O Vélez está à beira de um ataque de nervos, e não só pelos 4 a 0 da última quarta-feira. O time não ganha há 15 jogos no Campeonato Argentino, ocupando só a penúltima colocação na tabela. A torcida protestou na sede do clube no último domingo, depois de mais uma derrota, para o Newell’s Old Boys, e a rejeição contra o presidente, Sergio Rapisarda, é das maiores.
Estar na semifinal da Libertadores não diminui a irritação. Até porque, no
futebol
, a “última impressão é que a fica”, e o choque de realidade perante o Flamengo mostrou que a este Vélez talvez fosse melhor cair em uma das fases anteriores justamente para evitar tal vexame.
O técnico uruguaio Alexander “Cacique” Medina tem o vigor físico como uma das suas grandes virtudes. O seu Talleres jogava assim na Argentina no ano passado. O seu Vélez jogou assim contra River Plate e o mesmo Talleres nas oitavas e quartas da Libertadores deste ano.
A expectativa geral na Argentina na semana passada era de um jogo duro e combativo contra o Flamengo, mas a diferença de técnica foi tão grande que o Vélez nem isso conseguiu. Parecia um Fórmula 3 contra um
Fórmula 1
.
Seguindo a analogia com as pistas, este Flamengo está disparado na frente e perto da linha de chegada, só mesmo precisando de cuidado com um retardatário atrapalhado ou mal-intencionado.
Filipe Luís disputa bola em Vélez Sarsfield x Flamengo, pela semifinal da Libertadores
Imagem: Staff Images / CONMEBOL
Reservas e calendário apertado
Da mesma maneira que o Flamengo hoje joga de olho no futuro -leia-se “final da Libertadores”—, o Vélez também tem objetivos próximos para ajudar a virar a chave logo. E eles são a Copa Argentina, eliminatória simples na quinta da semana que vem, contra o Independiente, e o Campeonato Argentino já neste domingo, contra o Arsenal, precisando urgente de uma recuperação, pois não vence há 15 jogos.
Pelos compromissos mais “competitivos” e menos “decorativos”, o técnico Medina cogitou até colocar os reservas hoje diante do Flamengo, mas pensou melhor e decidiu pelos titulares.
Serão eles os responsáveis pelo controle emocional diante de um Flamengo muito superior (e ao lado de um templo enlouquecido e lotado).
Ao Flamengo, em ritmo de festa, convém uma noite com futebol e inteligência.
Sem “olé”, sem dancinha, sem humilhação, sem briga, sem pontapé, sem irritação, sem lesão, sem expulsão.
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