BLOG DO MAURO CEZAR PEREIRA: As derrotas do Flamengo têm sabor especial para muitos. Como é comum em qualquer parte do planeta, times detentores da maior torcida são, habitualmente, odiados pelo demais. E quando esses clubes aprendem a utilizar sua popularidade para faturar mais, ampliando o poderio, o ódio aumenta. Como impedir um domínio daquele que detestam?

No caso específico a resposta é simples: estimulando a autossabotagem. Por isso o temor de que, após tantos erros em escolhas de treinadores e trocas precipitadas, os rubro-negros acertem a mão. Bater com toda força em Vitor Pereira não é algo casual, mas sim uma reação movida pelo medo de que ele seja um novo Jorge Jesus, que já derrotou no passado.

O português atualmente no Fenerbahce amassou os rivais com um time avassalador, capaz de se impor em quaisquer campos, derrotando grandes adversários, derrubando treinadores. Sorte de quem não é Flamengo que, em meio à pandemia, JJ abortou sua passagem pelo clube. Se ficasse, o estrago seria muito maior, não duvide.

Desde então, mesmo batendo cabeça o Flamengo perde e GANHA! Sim, ganha. É o atual campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Com campanhas nas quais superou Atlético Mineiro, São Paulo (algoz do Palmeiras no mata-mata nacional), Corinthians (em dois duelos), Athletico (também em um par de confrontos, tendo eliminado os palmeirenses no certame internacional) e Vélez Sarsfield (algoz do River Plate). Caminhos bem difíceis e invicto na competição maior.

Imagine se, ao contrário do que se passou de setembro em diante, quando o time caiu de rendimento, e mesmo assim ganhou dos títulos, houvesse uma continuidade. Um trabalho mais consistente. Mas isso leva tempo, e a ala tresloucada de influenciadores e até na imprensa não sabe esperar, acha que time de futebol é preparado como macarrão instantâneo.

Já os que detestam o Flamengo tentam amplificar os problemas e fechar os olhos ante o que eventualmente seja positivo, antes que algo de bom brote por ali. Some-se a isso os enciumados que não suportam o fato de o técnico atual ter aceitado trabalhar no clube após rejeitar o anterior. Cientes de que enfrentar os rubro-negros organizados e fortalecidos é missão muito mais difícil, unem útil ao “necessário” nos ataques a Vitor Pereira.