gabigol, pedro, flamengo, carioca, resende — Foto: André Durão
O Flamengo que empatou por 2 a 2 com o Resende no Nilton Santos permitiu aos quase 10 mil rubro-negros presentes ao Nilton Santos praticamente todo tipo de cobrança. Rolou até mesmo “DR” entre rubro-negros e Gabigol. E essa crise entre arquibancada e time se deu por falta de capricho.
– Tive a sensação de que no aquecimento a intensidade e a mentalidade não tinham sido as melhores. A mentalidade que queremos é a que vimos sobretudo nos últimos 15 minutos. Mesmo sob pressão, a equipe foi buscar a bola, deu velocidade ao jogo, intensidade. Pressionou, ganhar a bola, ir para frente, criar oportunidades. Mesmo não sendo eficaz, buscando um objetivo claro: fazer o gol.
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E a questão do capricho foi abordada por Paulo ainda em sua primeira resposta na entrevista coletiva.
– Como disse aos rapazes, não podemos pensar no Carnaval antes de ganhar os nossos jogos. Temos que exigir de nós mesmos para fazermos aquilo que estamos destinados a fazer: que é sermos superiores, como fomos. Fazermos gols, sermos eficazes, ter intensidade forte, ganhar o jogo e depois nos divertirmos – disse Paulo Sousa.
Primeiro tempo escancara falta de objetividade
Dois dos melhores finalizadores do país, Gabigol e Pedro não repetiram o bom rendimento da vitória sobre o Botafogo. O Flamengo criou à exaustão e finalizou 17 vezes na primeira etapa, mas ambos pecaram por diferentes motivos.
Pedro pareceu ansioso para definir em alguns lances, como em um dos primeiros ataques do Flamengo. Aplicou bonito chapéu, mas na sequência optou por chute cruzado sem muita força. Também tentou definir muito rapidamente combinação com Bruno Henrique em que chutou por cima da meia-lua diante da marcação.
E, no fim da etapa, viu Gabigol se irritar e cobrar um passe. Isso depois de carimbar a trave de Jefferson com uma cabeçada e insistir na finalização no rebote em vez de tentar o toque para o 9, que estava melhor posicionado.
Apesar da reclamação, Gabi também não estava bem. Errou passes ao montes e terminou, ao lado de Bruno Henrique, como líder no quesito entre os rubro-negros com 10 no total. Além disso, recebeu de Rodinei dois presentes, um aos 25 minutos, quando isolou. Outro nos acréscimos, porém aí pensou demais e não finalizou. Foi vaiado, gesticulou para os torcedores e recebeu xingamentos na sequência.
Se os dois centroavantes não estiveram no nível que deles se espera, BH atuou no mesmo patamar deles. Errou muito, até conseguiu algumas infiltrações na área adversária, mas passou longe do homem de definição que costuma ser. Preferiu sempre o passe do que a finalização e por isso não foi figura decisiva.
O primeiro tempo de barriga vazia para o Flamengo, que não saiu do zero, fez Paulo Sousa recorrer pela enésima vez ao discurso de se lutar a todo custo pelos gols com mais apetite, algo que já cobrara em jornadas passadas.
– Temos que ter a mentalidade certa. E a mentalidade certa na parte da eficácia é fome. Temos que ser muito determinados para fazer gols. O campo está mais rápido ou mais liso. Podemos ter muitos argumentos, mas não são nada suficientes para o que penso que temos de ter. Temos que crescer. Não só alertando, mas vamos trabalhando nesse sentido de agressividade do gol, fome de gol e mentalidade certa.
Segundo Tempo: Arrascaeta lidera reação tardia
Adepto dos testes, Paulo mexeu logo em três peças no pós-intervalo. Do ataque resolveu sacrificar Pedro, que teve atuação do mesmo nível de Bruno Henrique e Gabigol. Sacou também João Gomes, que sobrava no meio-campo rubro-negro e Léo Pereira, outro em bom nível nos 45 iniciais.
A resposta não foi imediata. Arrascaeta deu mais movimentação, promoveu a troca de posições em forma de carrossel, mas dificilmente chegava de forma incisiva. Gabi e BH seguiam errando praticamente tudo que tentavam. David Luiz, porém, melhorara a saída de bola, e Arão tentou acelerar a transição entre defesa e ataque com passes diretos.
Apesar da iniciativa do trio, resultados concretos só vieram depois dos 40 minutos. Arrascaeta é figura central da reação. Diminui para o Flamengo com um golaço de fora da área, toca para BH cavar a expulsão de Heitor e ainda escora de cabeça para Rodinei sofrer o pênalti convertido por Gabigol.
Fez o time girar e mostrou que é figura indispensável para os grandes jogos do Flamengo. Como se tratava de mais um teste de Paulo Sousa, o início não banco não gera grandes arranhões.
Se a crítica em cima do empate por 2 a 2 está majoritariamente em cima da eficácia que falta ao Flamengo – e Paulo Sousa cobra recorrentemente -, é preciso também destacar que houve pouco capricho de quem também já tem importante contribuição na história rubro-negra. Diego Alves, experiente e decisivo em outras conquistas, não deu a segurança que dele se esperava após erros de Hugo.
Chegou o Carnaval mesmo que extraoficialmente, e o Flamengo vai desfilar entre as campeãs nas semifinais do estadual, mas é preciso mais harmonia e evolução em busca da nota 10 e do inédito tetracampeonato.
Análise, Flamengo, capricha, finalizações
165 visitas – Fonte: globoesporte
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