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Flamengo campeão mundial de 81: Dudu Monsanto conta histórias da conquista


No dia 13 de dezembro de 1981, o

Flamengo

que tinha Zico, Leandro, Júnior, Adílio, Nunes e outros tantos jogadores históricos do clube se sagrava campeão mundial ao derrotar o Liverpool por 3 a 0 no Estádio Nacional de Tóquio, conquista que completa 40 anos em 2021 e que tem histórias resgatadas pelo jornalista Dudu Monsanto no podcast 81, que revela bastidores desde a montagem do time vencedor do clube rubro-negro.

Histórias que Dudu Monsanto conta a Mauro Cezar Pereira em entrevista para o programa

Dividida

, do

Canal UOL

, resgatando arquivos de mais de 100 horas de entrevistas com os personagens que fizeram parte do time inesquecível para os torcedores do Flamengo.

A saída encarada como traição por Dino Sani

O time campeão mundial e da

Libertadores

de 1981 tinha como técnico Paulo Cesar Carpegiani, mas antes dele passaram pelo clube da Gávea os treinadores Claudio Coutinho e depois Dino Sani, que tinha Carpegiani como auxiliar, mas mostrou incompatibilidades com integrantes do elenco rubro-negro e acabou sacado para a promoção de seu braço direito, episódio que ele jamais perdoou.

“Essa transição do Dino para a vinda do Carpegiani é muito curiosa porque o Dino Sani é justamente o técnico que lança Paulo Cesar Carpegiani no Internacional. Depois, acabou sendo até padrinho de casamento do Paulo Cesar Carpegiani. Dino vem para o Flamengo justamente depois, o Coutinho sai, o Bria fica um tempo como interino, e aí acaba se trazendo o Dino Sani para ser o treinador do Flamengo. O Dino, para quem não sabe, foi um estilista no meio-campo, jogou no

Milan

, jogou no

Boca Juniors

, campeão do mundo em 1958, começou até a Copa como titular daquele mundial e o seu Dino é um cara muito turrão no jeito de lidar com os jogadores”, conta Dudu.

“O Dino acaba saindo porque ele não se deu bem com os jogadores, ele teve muitos problemas com o Raul, ele falou que o Raul não gostava de treinar, o Raul falou que o Dino Sani era um troglodita, houve essa treta. Ele foi muito duro em cima do Mozer e do Adílio, chegou a afastar os dois por um tempo e a diretoria não gostou nada disso porque eram atletas jovens e crias da casa, então a saída do Dino acaba sendo encarada pelo próprio Dino como uma puxada de tapete”, completa.

Carpegiani estava junto ao supervisor Domingos Bosco no momento da comunicação da saída de Dino Sani e a partir de então o experiente treinador nunca mais falou com seu então pupilo.

“O Dino simplesmente entende que o Carpegiani e o Bosco tinham armado uma arapuca para sacá-lo do time do Flamengo e desde então ele nunca mais falou com o Carpegiani. Inclusive, há relatos de que em um desses jogos de veteranos, um dia o Dino teria tentado ir para cima do Carpegiani, o Carpegiani nega, diz que isso jamais ocorreu, disse que continua muito grato ao Dino, mas o fato é que o Dino nunca mais falou com ele”, conta Monsanto.

Atacante trollado por Júnior no avião

Entre as histórias divertidas da ida ao Japão, o jornalista conta a do ex-atacante Peu, que foi trollado no avião pelo lateral Júnior, hoje comentarista da

Globo

, que o fez raspar o bigode.

“Uma das histórias que acontecem com o Peu no avião, o Júnior chama ele e fala ‘Peu, deixa eu ver teu passaporte’. Aí o Peu mostra o passaporte. ‘Peu, nós estamos com um problema aqui, porque no passaporte você está sem bigode e você está viajando de bigode, não vão deixar você entrar no Japão’. Aí chamou um ‘traz aqui o creme de barbear e a gilete senão o Peu vai ser barrado’. Aí ele pega a gilete, vai para o banheiro do avião e quando ele sai, estão os fotógrafos de todos os jornais do Brasil para pegar no pé dele”, conta Dudu Monsanto.

Carpegiani fez questão de levar jogador suspenso

Outra é de um jogador que Carpegiani fez questão que viajasse ao Japão depois de ter sido expulso na final da Libertadores contra o Cobreloa, foi o atacante Anselmo. O jogador levou cartão vermelho após atingir com um soco o zagueiro chileno Mario Soto, que havia agredido jogadores do clube rubro-negro no segundo jogo da final e a ordem para a vingança havia sido do próprio treinador.

“O tempo fechou por lá depois dessa pancada do Anselmo, ele foi expulso, mas os jogadores que tinham apanhado se sentiram vingados, não sei se foi a melhor decisão, mas enfim, o torcedor do Flamengo tem no Anselmo uma espécie de vingador, é um cara que é idolatrado até hoje por conta dessa pancada. Fez gols lindos, quem se lembra, quem é mais antigo e viu Flamengo e

Coritiba

, semifinal de 1980, tem um gol maravilhoso do Anselmo naquela semifinal, o Flamengo vence 4 a 3, mas acho que essa porrada é mais lembrada do que o gol que ele marcou contra o Coritiba”, conclui.

O

Dividida

vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do

UOL

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