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Flamengo cada vez mais arrumado domina e vence o São Paulo


No dia 30 de março de 2021, tudo parecia perdido. Antes mesmo de começar. O Flamengo de Paulo Sousa perdia de 2 x 0 do Fluminense no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca 2022. Naquela quarta-feira, o Rubro-Negro foi um time descuidado, frouxo na marcação e desorganizado no ataque. Parecia sem rumo.

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Mais três dias e o mesmo roteiro no empate de 1×1 que deu o título ao tricolor. Dominado por Ganso, Cano e companhia, o Flamengo parecia ter jogado os primeiros quatro meses de trabalho no lixo. Na torcida e na mídia, o pedido de “Fora Paulo Sousa” tomava corpo como uma onda em águas repentinamente rasas.

Mas de alguma forma, o conhecido roteiro de demissão do técnico não se consumou. A torcida percebeu que o principal problema não era o técnico e foi para cima do elenco. Houve exageros como o apavoro na entrada do CT Ninho do Urubu, mas o recado principal foi dado. Chega de sentar nos louros do passado. Tá na hora de voltar a correr, marcar, se dedicar taticamente. Como diz a música da arquibancada:

“Nós queremos respeito
E comprometimento
Isso aqui não é Vasco
Isso aqui é Flamengo

Time mostrou evolução pelo quarto jogo seguido

Do caos à esperança. A atuação deste domingo (17) no Maracanã, contra o São Paulo, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro 2022 foi um sopro de esperança na vida de todo torcedor do Flamengo. Pelo quarto jogo seguido, o Rubro-Negro mostrou evolução nos movimentos táticos tanto defendendo quanto atacando. Pelos 90 minutos contra o bom time de Rogério Ceni, os comandados de Paulo Sousa se dedicaram ao máximo as suas funções com e sem a bola.

O resultado traduziu perfeitamente a partida onde o Flamengo dominou as ações por 99% do tempo. O gol tricolor aconteceu exatamente naquela pequena fração de descuido. O gol de Calleri foi também mais um exemplo de que o elo fraco sempre arrebenta a corrente. Por mais que seja dedicado, Rodinei não pode ser opção. Não marca direito, não apoia como deve e quase sempre comete um erro crítico que coloca a partida em jogo.

Aos poucos, Paulo Sousa vai entendendo que alguns riscos não merecem ser corridos. Assim como contra o Talleres, na última terça-feira (12), nada de Leo Pereira na zaga. O português foi de Willian Arão, que erra menos e tem saída de bola infinitamente melhor. Fora isso, manteve a base dos dois últimos jogos. Foi a vez de Hugo no rodízio do gol, Rodinei substituiu Matheusinho, David Luiz e Arão na zaga e Filipe Luis na esquerda. João Gomes e Thiago Maia na volância e Everton Ribeiro, Arrascaeta e Lazaro chegando em Gabigol. Um time formado pelas circunstâncias, mas que manteve as idéias de Paulo Sousa.

Tudo funcionou muito bem. Pode-se dizer que o São Paulo não ameaçou durante todo o primeiro tempo, a não ser com chutes de longa distância. O Flamengo, por outro lado, exerceu a marcação alta com precisão e criou duas chances claras antes dos 5 minutos. Aos 4, Everton perdeu cara a cara com Jandrei e aos 5, Gabigol bateu do bico da pequena área para novo milagre do goleiro tricolor.

Aos 25, João Gomes conseguiu nova roubada, entregou para Arrascaeta, que esticou para Lázaro servir Gabigol. Flamengo 1 x 0. Tudo corria as mil maravilhas. David Luiz perdeu gol embaixo da trave em cobrança de falta de Arrascaeta aos 37. Mas ai, aos 40, o elo fraco arrebentou mais uma vez. Rafinha teve espaço na intermediária para jogar a bola na área. Rodinei, conhecido pelo terrível senso de marcação, olhou a bola como um astrônomo olha um cometa, enquanto Calleri subiu por cima dele e empatou o jogo. Mais uma vez o Flamengo foi para o intervalo com uma boa atuação e um resultado apertado.

No segundo tempo, Maracanã testemunha o renascimento de Isla

Fotos: Gilvan de Souza/Flamengo

Para o segundo tempo, a missão era transformar o domínio em gols. Mesmo assim, Paulo Sousa insistiu em Rodinei e não mudou no intervalo. Foram mais 18 minutos de raiva e ranger de dentes nas arquibancadas a cada bola nas costas na defesa e falta de iniciativa para dar opção pelo lado direito do ataque.

Surpresa para ninguém, o jogo mudou quando a placa subiu. Isla no lugar de Rodinei e Marinho no lugar de Lázaro. O chileno não é o melhor marcador do mundo, já que os 33 anos pesam, mas no ataque não há comparação. Ao lado de Everton Ribeiro, Isla abre um leque de jogadas que simplesmente não existem com o esforçado Rodinei. E aos 24 minutos, a teoria virou prática. Isla viu o espaço na ponta direita e recebeu passe perfeito de João Gomes. Habilidoso, cortou para dentro e bateu de esquerda no canto, fora do alcance de Jandrei. Flamengo 2 x 1 .

A partir dai, festa. O São Paulo se desorganizou e o Flamengo sentiu cheiro de sangue. Marinho recebu esticada na esquerda e ao invés de cortar para dentro e chutar, como sempre fez no Santos, teve calma, limpou o zagueiro e cruzou. Arrascaeta, o melhor jogador em atividade no Brasil de longe, se abaixou e genialmente cabeceou para o gol. Lance de galhardia, de magia. A magnética, enlouquecida, agradeceu. Flam,engo 3 x 1 aos 26.

Até o fim, foi bonito de ver a aplicação tática. Lembrou os tempos de outro português. Mesmo ganhando, o time seguiu marcando em cima, se movimentando em bloco, não dando nenhuma bola fácil ao São Paulo. Deu gosto de ver. Pelo quarto jogo seguido, o Flamengo mostrou evoluções em todos os setores de funcionamento coletivo. Quarta-feira tem Palmeiras, o adversário que traz lembranças tão amargas. Mas agora é esquecer o passado e olhar para frente. Na saída do estádio, os rubro-negros, amigos de infância ou desconhecidos, balançavam a cabeça afirmativamente e diziam, sérios, com os olhos esbugalhados:  “Tá arrumando! Tá arrumando!” E saiam pulando juntos!

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Link do Artigo do MundoRubroNegro

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