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Final única segue matando a essência do futebol sul-americano


Pelo quinto ano consecutivo a Libertadores da América será decidida em um jogo único. Longe das praças originais de Flamengo e Athletico, e distante da realidade de grande parte de seus torcedores. Há muito mais fatores negativos do que positivos nesta formatação. Isso já ficou claro. E passou da hora de a Conmebol rever a medida.

O primeiro ponto é o financeiro. Não que a entidade máxima do

futebol

sul-americano esteja preocupada com isso, mas deveria. Não há a menor possibilidade de um torcedor de poucos recursos viajar para assistir ao jogo final. O pacote mais barato com

viagem

e hospedagem para Guayaquil não sai por menos de 15 mil reais. Muitos deles não têm a garantia sequer do ingresso. Ou seja, mais um valor considerável terá que ser desembolsado.

É fundamental o desenvolvimento da parte comercial da competição. É inegável que a final única ajuda neste sentido, auxilia na venda de direitos de TV da decisão para o exterior, atrai patrocinadores, mas todo o resto precisa ser prioridade, principalmente a essência do futebol da América do Sul. Em nenhum momento ela é preservada desde a implementação do novo modelo.

Não há no nosso continente a mesma mobilidade existente na Europa. A malha aérea da América do Sul é muito precária, não existe transporte por via férrea eficiente, e as distâncias por estrada são bem maiores em comparação ao “centro nervoso” do continente em que é disputada a Champions League.

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Imagem do estádio Centenário na final da última Copa Sul-Americana

Imagem: LECO VIANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Tudo isso encarece os deslocamentos. Torcedores dos dois rubro-negros que sonharam em ver in loco esse momento terão que se contentar com a televisão. Com a elitização do acesso ao estádio da final, a atmosfera pulsante e característica de uma decisão de Libertadores fica muito prejudicada.

Dá para imaginar a festa que seria feita e a magia da Arena da Baixada e do Maracanã em 180 minutos de futebol. Certamente algo bem maior do que ocorrerá no Equador. Quem não lembra da decisão entre

Red Bull Bragantino

e o mesmo Athletico, pela Copa Sul-Americana do ano passado, no Uruguai. Um estádio Centenário muito longe da capacidade total de público foi visto de forma melancólica.

É difícil que isso aconteça em Guayaquil. A Libertadores atrairá mais o interesse dos torcedores do Furacão em relação ao jogo de 2021, há uma demanda maior de turistas e convidados para esta partida também, e a torcida do Flamengo é muito numerosa. Se a final tiver dois times sem tanta popularidade, ainda existe o risco de um mico internacional, algo que certamente não aconteceria nas praças tradicionais de cada equipe.

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