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Ex-Flamengo, Lorran abre o jogo sobre excessos na noite e tenta retomar carreira após levar tiro na perna


Comparado ao craque Rivaldo por Léo Moura, Lorran, ex-Flamengo, contou sua história ao ESPN.com.br

Sem atuar profissionalmente desde 2018,

Lorran busca uma chance de retomar a carreira aos 28 anos

. A jovem promessa, que despontou no


Flamengo


após o título da


Copa São Paulo


de 2011 e acabou não conseguindo brilhar nos profissionais, quer mostrar que está diferente.

Em uma entrevista recente ao

IELCast

, no

YouTube

,


Léo Moura comparou o meia ao craque Rivaldo, mas afirmou que a joia se perdeu por causa do excesso de baladas


. Procurado pela

ESPN

, Lorran ficou lisonjeado com os elogios do ex-lateral e contou sua versão de como tudo aconteceu.

“Saí do Mato Grosso aos 11 anos e joguei no Fluminense por um ano antes de ir ao Flamengo, por meio do técnico Zé Ricardo. Fui campeão em todas as categorias com uma geração que tinha Negueba, Thomás, Cesar, Muralha, Adryan, Frauches, Marlon e outros… Fui capitão da equipe juvenil e terminei o ano de 2010 como artilheiro com 31 gols, o que para um volante não é fácil”, disse.

No ano seguinte, Lorran venceu a Copa São Paulo e acabou promovido ao time de cima.

Com tanta badalação, o meia disse que teve várias ofertas da Europa

, mas permaneceu na Gávea.

“Copinha foi especial porque é o ápice da base e joga o seu sucesso. Todo mundo quer ser campeão, é um degrau para o profissional porque a visibilidade fica enorme. Só guardo momentos bons do Flamengo porque na base sempre consegui. Minha família toda é flamenguista e pude realizar o sonho do meu pai. Peguei até seleção sub-20 com o Ney Franco em um torneio na Europa”, afirmou.



Monaco, Bayern de Munique, Porto e Standard de Liege


tentaram me contratar

, mas o Flamengo não deixava. O Bayern ofereceu um contrato de seis meses e, se eu fosse bem, eles me comprariam. O Monaco queria me comprar, mas preferi renovar com o Flamengo porque tinha o sonho de ser ídolo. Os caras não liberavam com facilidade e queriam sempre mais dinheiro”, contou.

Na equipe principal do Flamengo, ele treinou e jogou ao lado do ídolo Ronaldo Gaúcho. Além disso, foi vítima de um trote do craque na primeira concentração.

“É um cara incrível, muito gente boa e carismático. Ninguém fala mal dele. Era engraçado porque levava felicidade nos treinos. A primeira vez que fui me concentrar, ele escondeu todas as minhas coisas no banheiro do quarto dele e falou que o pessoal tinha pegado. Me trolou! Nos treinos ele sempre apostava com caras na hora das faltas, sempre fazia uma mágica para a gente ver. Você via ele fazendo coisas que ninguém conseguia repetir”, contou.

Problemas com a noite


Lorran

admite que não teve maturidade à época para administrar as mudanças e

enfrentou problemas com a noite por um período no Flamengo

.

De uma hora para outra, ele passou a ter várias regalias por jogar no Flamengo, como

comer de graça em churrascarias, morar de frente para a praia e ter um bom carro.

“Sou do interior do Mato Grosso. Aos 18 anos, subi ao profissional do Flamengo e comecei a sair na mídia todos os dias. No começo superei bem, nunca fui um menino que gostou de nada errado. Gostava de sair para noite, mas saí em momentos errados. Tive muitas amizades que me chamavam só para festas, e isso foi f*** para mim. Não estava preparado. Meu pais sempre falavam comigo, mas como eles iriam dar conta se eles moravam no Mato Grosso e eu estava no Rio? Eu comecei a sair demais, mas não foi isso que me f***. Eu me f*** por falta de oportunidades, porque você vê outros caras de outros clubes que fizeram coisas erradas como drogas e tiveram uma segunda chance. Eu nunca fiz isso. Eu posso ter extrapolado umas vezes na noite, mas poderia ter uma segunda chance porque os jogos que fiz não me deixaram abaixo. Eu fui bem”.


O meia conta que recebia vários conselhos dos jogadores mais velhos como Ronaldinho, Paulo Victor, Willians, Maldonado e Renato Abreu, que o apontava como seu sucessor na Gávea.

“Vi a entrevista do Léo Moura.

Ele me comparar ao Rivaldo é muito gratificante e agradeço muito

. Não foi por causa disso que um jogador criado no Flamengo desde os 13 anos e que saiu com 24 anos,

o Flamengo deu um pé na bunda

.

Por que o Flamengo não me chamou e me deu outra oportunidade?

Não teve isso, os caras também não conversaram muito. Está certo que eu tinha que ter me resguardado mais e focado no trabalho. Todo mundo falava ‘foca agora que depois você conseguiria fazer tudo isso depois dos 30 anos. Agora não é a época’.

Isso que o Léo Moura falou não acontece somente comigo, mas com vários jovens

“.

“É difícil você assimilar tudo isso. Pensa você com 18 anos subindo e jogando com Ronaldinho Gaúcho, seu ídolo, Thiago Neves… São pouco que aguentam isso e podem assimilar e trazer frutos. Precisa ter muita gente te segurando e falando o que tem que fazer. Foi difícil para mim”.

“Eu tinha que ter dado uma segurada, mas saí para a balada, farra e festa. Muita gente me aconselhava para dar uma focada na carreira, mas não consegui”.

Lorran fez apenas dois jogo pelo profissional, sendo campeão do Carioca de 2011. Depois disso, nunca mais vestiu a camisa rubro-negra.

“Pode ter sido uma má fase na minha vida que fiz isso, mas em 2012 e 2013 não tive oportunidades. Tinha época que eu estava namorando em casa e falaram que eu estava no Rock in Rio. No outro dia, eu chegava para treinar e me diziam que não ia jogar porque estava no Rock in Rio. Mas eu não estava! Eu peguei uma imagem que foi muito difícil porque tinha 18 anos. Essa imagem ruim me fez regredir muito”.

Saída do Flamengo

O meia foi emprestado em 2013 ao Audax-SP, mas alega que teve problemas na hora de fazer a documentação por causa do valor do seguro que o Flamengo queria estabelecer.

Após o fim de contrato com a equipe da Gávea, ele passou por Madureira, Grêmio Anápolis, Tupi, Brasília e Rio Branco-PR, mas pouco atuou por essas equipes. Em 2017, jogou o Carioca pelo Bangu, mas voltou a se lesionar.

“Depois que sai do Flamengo quebrei duas vezes o quinto metatarso do pé e isso foi me atrapalhando. Só os meus pais ficaram do meu lado, os empresários me abandonaram. O único clube que foi muito bem foi o Bangu, mas tive uma fascite plantar”.

Em seguida, ele jogou o Gaúcho pelo São Paulo-RS e estava de férias quando foi baleado na perna na cidade de Canoas, em março de 2018.

“Eu estava na minha folga e infelizmente o cara foi matar o outro. Eu estava saindo do carro e [um tiro] pegou em mim. Estava com duas meninas e não aconteceu nada com elas, só comigo”, afirmou.

“Fui para o Hercílio Luz, mas fui forçar a perna porque ainda não estava liberado pelo médico e queria ir contra o tempo. Estava com pressa por estar um ano sem jogar. Deu fratura por estresse no meu tornozelo e precisei ficar seis meses parado. Depois disso, comecei a treinar, mas fiquei um pouco descrente”, disse.

Após ficar parado em 2019 e 2020, Lorran tentou retomar a carreira no Artsul-RJ, mas não conseguiu por causa de nova lesão.

“Estou treinando com um personal trainer amigo meu. Não é a mesma coisa de estar em um clube no dia a dia. Preciso de uns dois meses trabalhando bem em um clube para voltar a jogar”.

Apesar das dificuldades, o meia não perde as esperanças de um dia retomar a carreira em alto nível.

“Minha ideia é jogar por mais uns cinco anos e quero fazer a voltar o que mais sonho e gosto, que é jogar futebol. Queria ser um atleta de seleção e Copa do Mudo, como todo mundo, acho que todo treinador falava isso para mim. Eu sei que não dá mais tempo para isso, mas tenho os pés no chão. Acho que uma Série B ou uma Série A, eu acho que dá para jogar. De um ano para cá minha namorada, Gabriela, me ajudou muito, está do meu lado e fala para eu voltar a jogar. Depois dessa entrevista [do Léo Moura], eu recebi algumas ligações, até de uma pessoa dos EUA. Seria muito bom jogar por lá…”, finalizou.

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