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Empatar com o líder fora de casa usando reservas foi uma derrota para o Fla


Das inúmeras coisas que podem ser ditas sobre o 1×1 entre o Flamengo e Palmeiras neste domingo pelo Brasileirão, e que vão desde questões sobre a estratégia de Dorival ao entrar com nossa “equipe b”, até a grande partida de Ayrton Lucas, passando pelo fato de que Matheuzinho já facilitou para Rodinei e talvez esteja querendo facilitar também para Varela, acredito que algumas acabam sendo um pouco mais importantes.

Primeiro o fato de que o nosso time considerado “reserva” conseguiu passar a maior parte do tempo à frente da equipe atual campeã da Libertadores da América e líder isolada do Campeonato Brasileiro. Ela não exerceu um intenso domínio das ações, ela no segundo tempo recuou de maneira até um tanto quanto constrangedora e chamou o adversário para o nosso campo, mas, por mais da metade do jogo uma formação rubro-negra montada apenas com atletas que não são titulares segurou, num estádio adversário lotado, aquela que é considerada por muitos a equipe mais forte do país. Isso não é pouca coisa e com certeza não pode ser visto como tal.

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Ayrton Lucas fez outro ótimo jogo e dessa vez com grande assistência para o gol do Flamengo
Ayrton Lucas e sua melhor partida pelo Flamengo desde que chegou
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Depois vem o patamar que isso estabelece, sinalizando que finalmente, após problemas nas temporadas de 2020 e 2021, em que era óbvia a falta de peças de reposição em diversos setores do elenco, o Flamengo parece ter conseguido montar não um time, mas sim um grupo. Temos reservas para as laterais, temos reservas para a zaga, temos duas boas duplas de volantes, temos atacantes que podem suprir lesões e suspensões e, ainda que seja impossível substituir gente como Everton Ribeiro e Arrascaeta, temos ao menos jogadores promissores que parecem capazes de criar jogadas ofensivas e não apenas motivos para o rubro-negro querer abandonar esse plano da existência. 

Aí vem então, obviamente, o pensamento inevitável, já que, ainda que o “se” não entre em campo, ele acaba sempre entrando nos pensamentos. Onde o Flamengo não poderia estar, nesse Brasileirão, se não tivesse desperdiçado 10 rodadas com esse delírio lusitano, com essa versão fado da mais triste do Linkin Park, com essa alucinação causada por um pastel de belém estragado que foi Paulo Sousa? Se Dorival conseguiu organizar um Flamengo que faz adversários quase comemorarem o empate dentro de casa conosco, onde esse time não poderia estar se um bom técnico tivesse comandado a equipe durante a temporada toda?

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Goleiro Santos fez outra boa partida na meta do Flamengo
Santos e sua dura jornada de se defender dos adversários e também do próprio time
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Porque obviamente o sentimento após a partida de hoje é de frustração. Saímos na frente, recuamos até ceder o empate e, assim que foram feitas as substituições e o Flamengo lembrou que não era ilegal manter a posse de bola ou ultrapassar a linha do meio de campo, voltamos a criar algumas boas chances, mostrando que talvez o resultado pudesse ser outro. Permitimos que o adversário mantivesse a vantagem de 9 pontos na tabela e, ainda que o campeonato esteja longe de acabar, também é preciso admitir que neste momento o líder precisa sim dar zoom na câmera pra nos ver chegando.

Mas também é preciso reconhecer, mais uma vez, a evolução que representa uma equipe que poucos meses atrás penava em casa diante de adversários totalmente desaplaudidos pela tabela ter, agora, se tornado capaz de intimidar, fora do Rio de Janeiro, os times considerados favoritos na briga pela taça. Ainda temos muito a evoluir, ainda temos muitas partidas pela frente, mas é inegável que, mesmo em partidas com gosto de derrota como a de hoje, ainda é possível ter a sensação de que estamos vendo um Flamengo que pode sim brigar por grandes coisas. Que essas grandes coisas aconteçam o quanto antes então.

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